domingo, 19 de junho de 2016

SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO: 


Ao contrário do que se presume a separação da alma e do corpo não é dolorosa.
A rigor, o corpo, frequentemente sofre mais durante a vida do que no momento da morte, principalmente quando a enfermidade sua causadora tenha sido dolorosa.
Neste caso o momento final leva à cessação das dores e são um prazer para o Espírito que vê chegar o fim do exílio na terra.
Quando a morte é lenta e por esgotamento da vitalidade orgânica, é muito comum o Espírito afastar-se quase sem o perceber: é como uma lâmpada que se apaga por falta de energia.
Na separação, os laços que retinham o Espírito se desatam, não se rompem e ele se afasta gradualmente e não como um pássaro que escapa subitamente libertado.
E é ainda o Espiritismo que vem ensinar que, dependendo da elevação alcançada pelo Espírito, o instante da morte pode, ou não, ser doloroso, e que os sofrimentos, algumas vezes experimentados, são um bálsamo para o Espírito, que vê chegar o momento supremo de sua libertação.
Assim é que a separação, no momento da morte, será tanto mais penosa para o Espírito, quanto maior tiver sido o
seu apego à matéria e, ao contrário, será tanto mais suave, quanto maior tiver sido o seu desprendimento das coisas terrenas.
Nos casos de morte violenta o Espírito, colhido de improviso, fica aturdido, sentindo, pensando e acreditando-se vivo, prolongando essa ilusão até que compreenda o seu estado.
Para aqueles mais evoluídos, a situação transitória pouco dura.
Para outros menos evoluídos, a situação se prolonga por mais tempo.
Ao aproximar-se do momento da morte, a alma sente muitas vezes que se desatam os liames que a prendem ao corpo e então emprega todos os seus esforços para rompê-los de uma vez.
Assim, já parcialmente desprendida, goza por antecipação o futuro a desenrolar-se ante ela.
Estabeleçamos como princípio, alguns casos:
1 - Se no momento em que se extingue a vida orgânica o desprendimento do perispírito fosse completo, a alma nada sentiria absolutamente.
2 - Se, nesse momento, a coesão do perispírito e do corpo físico estiver no auge de sua força, produz-se uma espécie de ruptura que reage dolorosamente sobre a alma.
3 - Se esta coesão for fraca, a separação torna-se fácil e opera-se sem abalo.
Ao se reconhecer na nova vida no mundo dos Espíritos, aquele que fez o mal pelo simples desejo de fazê-lo, sente-se constrangido por tê-lo feito.
Para o homem de bem a situação é outra; ele se sente aliviado de um grande peso, porque não receia nenhum olhar perciguidor.

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