segunda-feira, 16 de maio de 2016



Um levantamento realizado em 55 centros espíritas da cidade de São Paulo, em 
2014, aponta que, juntos, os atendimentos espirituais chegam a cerca de 15 mil 
por semana (60 mil ao mês). 
"Este número é muito superior ao atendimento mensal de hospitais como a Santa 
Casa, que atende cerca de 30 mil pessoas, ou do Hospital das Clínicas, com cerca 
de 20 mil atendimentos", destaca o médico psiquiatra Homero Pinto Vallada 
Filho, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da 
USP (FMUSP). A média relatada de atendimentos semanais em cada instituição 
foi de 261 pessoas.

"Sabemos, por meio de vários estudos, que a abordagem do tema religiosidade 
ou espiritualidade exerce um efeito bastante positivo na saúde de muitos pacientes. 
Por isso, podemos considerar a terapia complementar religiosa ou espiritual como 
uma aliada dos serviços de saúde", revela, lembrando que, geralmente, o paciente 
não tem o hábito de falar sobre suas crenças religiosas e muito menos de contar 
que realiza tratamentos espirituais em centros espíritas.

Vallada Filho foi o orientador da dissertação de mestrado Descrição da 
terapia complementar religiosa em centros espíritas da cidade de São Paulo com 
ênfase na abordagem sobre problemas de saúde mental, de autoria da 
médica Alessandra Lamas Granero Lucchetti, apresentada ao Instituto de 
Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP em dezembro.

A ideia foi mostrar a dimensão do trabalho realizado pelos centros, o grande número 
de atendimentos prestados e os diferentes serviços oferecidos. 
Observou-se também que apenas uma pequena minoria realiza cirurgias 
espirituais, sendo todas 
sem cortes. 
Na segunda parte da dissertação, a pesquisadora descreve passo a 
passo uma terapia complementar espiritual para pacientes com depressão realizada 
na Federação Espírita do Estado de São Paulo (Feesp).

Centros espíritas

A autora realizou um levantamento inicial de todos os centros espíritas da 
capital paulista que possuíam site na internet contendo endereço de contato. 
A médica chegou ao número de 504 instituições. Neste levantamento, foram considerados apenas centros espíritas "kardecistas", ou seja, aqueles que seguem a doutrina codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Leon Denizad Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec, e que tem como base as obras O Livro dos Espíritos (publicado na França em 1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).

A médica enviou, via Correios, uma carta registrada a cada um dos 504 centros. 
Destas cartas, 139 voltaram devido a problemas como mudança ou erro no 
endereço. Das 370 que restaram, apenas 55 foram respondidas. 
"Se considerarmos que essa média de 60 mil atendimentos mensais representa 
menos de 15% da totalidade dos centros existentes na cidade, chegaremos 
a um número total de atendimentos muito superior aos dos 55 que participaram 
do estudo", destaca Vallada.

Um questionário foi respondido apenas pelo dirigente ou pessoa responsável do 
centro. O material era bastante extenso e continha perguntas ligadas à identificação e funcionamento do centro, o número de voluntários e de atendimentos, as 
atividades realizadas e os tipos de tratamentos, quais os motivos levavam as 
pessoas a buscar ajuda, e como é feita a diferenciação entre mediunidade, obsessão e transtorno psicótico e quais orientações para estes casos, entre outras questões.

Resultados

Entre os resultados, foi observado que a maioria são centros já estabelecidos e que 
têm mais de 25 anos de existência, sendo o mais velho funcionando há 94 anos e o 
mais jovem com dois anos. 
Em praticamente quase todos, os usuários são orientados a continuar com o 
tratamento médico convencional, caso estejam fazendo algum, ou mesmo com 
as medicações indicadas pelos médicos.



Cássia Kiss: 'O Espiritismo me faz feliz, me tranquiliza'
"Me sinto atraída pela doutrina.


Cássia Kiss: 'O Espiritismo me faz feliz, me tranquiliza'

"Me sinto atraída pelo espiritismo, a doutrina me faz feliz, me tranquiliza e me proporciona uma satisfação muito grande.
Cheguei a frequentar durante muito tempo o Grupo Espírita Irmãos Samaritanos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro", lembra ela.

A atriz traduz sua religiosidade em conforto para os desafios pessoais que enfrenta.
Vítima de bulimia e transtorno bipolar, problemas que vieram a público em agosto de 2007, em entrevista que concedeu à revista "Quem", Cássia, hoje, fala sobre o assunto com leveza e conta como faz para administrar a situação: "A bulimia exige autocontrole, ambiente saudável, senão você pira.
Se você está numa família que proporciona este ambiente, é animador demais e contribui para o tratamento.
Para controlar o transtorno bipolar, tomo três tipos de medicamentos, quando lembro (risos).
Tenho andado muito esquecida ultimamente.
Não é fácil fazer uso de medicamentos com hora marcada, às vezes tenho vontade de chutar o pau da barraca".