segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

90. Um espírita é ou não cristão?

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Para ser definido como cristão, uma pessoa tem que obrigatoriamente crer nas verdades proclamadas pela fé cristã, ou seja, precisa crer que Jesus é Deus e não um espírito-guia; precisa crer que Deus se fez homem e não que é um espírito que encarnou-se; precisa crer que Jesus ressuscitou dos mortos e não que apenas o espírito de Jesus apareceu após a sua morte. É necessário crer que as Sagradas Escrituras contêm mais do que valores morais ou regras de boa convivência. Para os cristãos, "Deus fala ao homem à maneira do homem" (CIC 109), pela Sagrada Escritura.
Além de crer nas verdades cristãs, um cristão autêntico não pode crer no que a Igreja claramente condena. E a condenação da Igreja Católica ao espiritismo não é recente, pelo contrário. Em 403, Justiniano proclamou o Edito ao patriarca Menas de Constantinopla, referindo-se às sugestões de Orígenes:
“Se alguém diz ou sustenta que as almas humanas preexistem, no sentido de serem, anteriormente, mentes e forças santas que se desgastaram da visão divina e se voltaram para o pior e por isto se esfriaram no amor a Deus, tomando daí o nome de almas, e que por punição foram mandadas para os corpos embaixo, seja anátema.” (DH 403)
Como foi dito, um cristão deve crer nas verdades professadas pela Igreja e a doutrina espírita rejeita de maneira muito clara dezenas de verdades da fé católica. O espiritismo nega o mistério, e ensina que tudo pode ser compreendido e explicado, nega a inspiração divina da Bíblia, o milagre, a autoridade do Magistério da Igreja, a infalibilidade do Papa, a instituição divina da Igreja, a suficiência da Revelação, o mistério da Santíssima Trindade, a existência de um Deus Pessoal e distinto do mundo, a liberdade de Deus, a criação a partir do nada, a criação da alma humana por Deus, a criação do corpo humano, a união substancial entre o corpo e a alma, a espiritualidade da alma, a unidade do gênero humano, a existência dos anjos, a existência dos demônios, a divindade de Jesus, os milagres de Cristo. Como se não bastasse, a doutrina espírita nega a humanidade de Cristo, os dogmas de Nossa Senhora (Imaculada Conceição, Virgindade perpétua, Assunção, Maternidade divina), a Redenção por Cristo, o pecado original, a graça divina, a possibilidade do perdão dos pecados, o valor da vida contemplativa e ascética, toda a doutrina cristã do sobrenatural, o valor dos Sacramentos, a eficácia redentora do Batismo, a presença real de Cristo na Eucaristia, o valor da Confissão, a indissolubilidade do Matrimônio, a unicidade da vida terrestre, o juízo particular depois da morte, a existência do Purgatório, a existência do Céu, a existência do Inferno, a ressurreição da carne e, finalmente, nega o juízo final.
Por essa pequena lista de negações fica muito claro que um espírita não é cristão, pois não crê nas verdades cristãs.

5 dores de crescimento comuns da ascenção espiritual

Para aqueles de nós que nos encontramos viajando em um caminho espiritual, pode ser muito comum a experiência de algumas "dores de crescimento" em nossa jornada.
As coisas que ferem apartando-nos de crenças, mas que sempre resultam em mais clareza, sabedoria e uma perspectiva mais profunda. A identificação dessas lutas comuns do caminho espiritual pode ser útil. Isso nos faz perceber que não estamos sozinhos, e que há certas energias arquetípicas que todas as pessoas em um caminho espiritual acabam encontrando.
Se você estiver enfrentando algumas destes lutas, tenha fé. A mudança está ocorrendo porque você está tornando-se uma pessoa mais autêntica e conectada.
A dor que você sente é apenas um catalisador temporário que irá impulsioná-lo para o seu novo eu.
Como você muda, é natural lamentar-se da perda de aspectos do seu eu anterior. Não se apegue à sua velha identidade em sua mente. A chave para lidar com as dores do crescimento no caminho da ascensão espiritual é aceitar o fluxo da vida e trabalhar com a realidade, e não contra ela.
Aqui estão 5 dores de crescimento comuns de ascensão espiritual que todos nós experimentamos:

1) PERDA DE AMIGOS

Isso pode ser especialmente traumático para essas pessoas. Tornando-se mais espiritualmente conectado pode mudar muita coisa sobre você muito rapidamente, e isso pode afetar algumas de suas amizades mais próximas. Isso pode causar que alguns de seus amigos azedem com você, distanciem-se de você e, mesmo, até lhe humilhem.
Antes,  talvez você estivesse disposto a se envolver em comportamentos que agora parecem errados, como fofocar, reclamar, ou discutir alguns temas com o seu grupo de amigos. Também é provável que os temas que você discutiu com os seus amigos agora fazem você se sentir vazio e você prefere discutir questões que os seus amigos não entendem ou não estão interessados ​​em. Eles podem até chamá-lo de louco por elas.
Infelizmente, estas diferenças de perspectiva e comportamento às vezes podem ser o suficientes para romper amizades que significaram muito para você ao longo dos anos. Perceba que tudo o que você pode fazer é ser fiel a si mesmo e permitir que as fichas caiam. Você não tem o poder de converter ninguém ao seu modo de pensar, e nem deve. Tudo o que você pode fazer é ser genuíno e sincero, e o Universo irá conectá-lo com as pessoas que estão em maior sintonia com a sua nova vibração.

2) OS MALENTENDIDOS NA FAMÍLIA

A maioria dos membros da família são pouco propensos a se afastarem porque você está num caminho espiritual, mas provavelmente estão muito confusos por sua mudança de perspectiva. Se você tem pais que são religiosos, eles podem até acusá-lo de ter se perdido e separado de Deus. 
Seja autêntico, e assuma a responsabilidade pela energia que você traz em cada conversa. Basta continuar sendo você mesmo, e o "novo você" vai se tornar mais familiar para os seus entes queridos.
Na minha própria jornada, meus familiares, na verdade, começaram a tornar-se curiosos e a me fazer perguntas, e agora suas mentes estão muito mais abertas do que costumavam ser. Lembre-se, é melhor ser mal interpretado por ser quem você é do que esconder-se por medo do que sua família possa pensar. É a sua vida para viver, não a deles.

3) SENDO ESCARNECIDO E RIDICULARIZADO PELA SOCIEDADE
Enquanto muitas pessoas estão em um caminho espiritual consciente no mundo de hoje, há muitas pessoas que permanecem na escuridão sobre sua verdadeira natureza. 
Tornando-se mais ocupado espiritualmente pode expô-lo a um pouco de ridículo por ser diferente. Sendo zombado, ridicularizado e maltratado é apenas uma parte de estar distante de um mundo que está dormindo. Esta é provavelmente a dor de crescimento mais comum de ascensão espiritual.
Isso porque muitas vezes você ouve as pessoas fazendo piadas sobre as pessoas que comem alimentos orgânicos, meditam, têm sonhos lúcidos, carregam pedras (cristais), ou falam sobre questões e filosofias espirituais.
Se você tivesse que falar sobre essas coisas há milhares de anos, as multidões se reuniriam na rua e as pessoas estariam animadas para compartilhar suas experiências. Por causa das consequências emocionais de não ir junto com o rebanho no nosso dia e época, pode ser difícil até mesmo sair do armário com suas crenças espirituais.
O julgamento que você pode sentir de ser "out" (fora) pode ser desconfortável no início, mas confie que com o avançar do tempo ele se tornará menos frequente e mais fácil de lidar. À medida que se tornam mais confortáveis ​​com nossas diferenças, nós projetamos o conforto para o mundo, e nós recebemos menos julgamento como resultado da nossa confiança.
O Universo pára de enviar as experiências que se abatem sobre os nossos pontos fracos, uma vez que transforma-os em nossos pontos fortes. Seja autêntico, sincero e na integridade. E quando as pessoas zombarem de você num espaço como esse, isso os fará parecerem bobos.

4)  MUDANÇA DE CARREIRA

Quando há mudanças de perspectiva, o seu trabalho simplesmente pode não ser uma boa opção para você. De repente, o trabalho que você tem ficou pequeno/encolhido e você se sente vazio, ou ainda pior, prejudica a sua alma. Durante um despertar espiritual, você pode chegar à conclusão de que seu trabalho não está funcionando como uma extensão de sua alma.
Para alguns, uma mudança de carreira pode ser intencional e planejada, mas para outros, pode vir na forma de ser de repente demitido. Quando você é incompatível vibracionalmente com a forma como você está gastando a maior parte de suas horas durante a semana, é apenas uma questão de tempo antes que você ou seu empregador decida que, no melhor interesse de todos, você deixe o seu trabalho.
Pode ser muito doloroso ter uma transição repentina assim. Mas acredito que isso aconteceu por uma razão. Muito mais felicidade e satisfação está à frente para você. A vida é muito curta para passar por qualquer coisa diferente de fazer com o que sua alma viva.
Renda-se ao Universo, e Ele irá levá-lo exatamente onde você precisa estar espiritualmente, bem como profissionalmente.

5) SOLIDÃO

A solidão é um subproduto natural de ascensão espiritual. Naturalmente, como nossos relacionamentos, empregos e estilos de vida mudam, assim a nossa capacidade de confiar nas coisas que costumávamos confiar.
Em tempos como estes, é bom aproximar-se de uma comunidade espiritual. Ter uma aula de yoga, ou participar de um retiro de meditação. O Universo irá prepará-lo com um novo cenário para apoiar o seu novo estilo de vida, mas você tem que fazer um esforço para criar isso para si e para satisfazer o Universo no meio do caminho.
A boa notícia aqui é que quando você encontrar pessoas no mesmo caminho, você pode ter certeza que irão fornecer amizades e conhecimentos que são genuínos e edificantes. 
Você pode notar que você tem menos amigos, mas mais do tipo certo. Um aumento na qualidade e uma diminuição na quantidade.
Nesse meio tempo treine ficar com você mesmo. Comece a praticar meditação e aprender a estar confortável consigo próprio. 
Aprender a estar sozinho é essencial para lidar com qualquer sentimento de perda que surgiu desde que começou a perseguir seu novo caminho.
Apesar de que encontrar seu Eu espiritual possa ser uma experiência gratificante e esclarecedora, haverá algumas mudanças que vão ser um desafio para ajustar-se. 
Nem todo mundo vai experimentar todos esses ajustes, mas se algum destes se aplicam a você, você não está sozinho. Seja paciente com o Universo e fique na integridade para a nova versão de si mesmo. O resto vai cuidar de si.
Se você está tendo dores de crescimento espiritual, perceba que no final do dia, elas são simplesmente sinais de que você está crescendo e evoluindo. Todas as coisas que estão listadas neste artigo são, na verdade, sinais de que está no caminho certo.
Portanto, não pense que você tem feito algo de errado, ou que você está fazendo escolhas inadequadas através da adoção de um novo estilo de vida que parece tornar confusas as pessoas ao seu redor. 
Mantenha-se fiel a si mesmo e com o tempo, você vai amadurecer em uma posição mais confortável e estável. Quando você alinha suas emoções, pensamentos e intenções com melhorar a si mesmo e explorar a sua verdadeira natureza, o Universo sempre conspira para que você possa dar-lhe a vida que você precisa.
Seja paciente e confie no Universo. A fim de crescer em uma nova pele, você tem que primeiro perder a antiga.
Obrigado pela leitura!

Steven Bancarz


O Evangelho e a Mulher
O Evangelho, porém, inaugura nova era para as esperanças femininas.por: Emmanuel

Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama a si mesmo". - Paulo - (Efésios, 5; 28.)
Muita vez, o apóstolo dos gentios tem sido acusado de excessiva severidade para com o elemento feminino. Em alguns trechos das cartas que dirigiu às igrejas, Paulo propôs medidas auteras que, de certo modo, chocaram inúmeros aprendizes. Poucos discípulos repararam, na energia das palavras dele, a mobilização dos recursos do Cristo, para que se fortalecesse a defesa da mulher e dos patrimônios de elevação que lhe dizem respeito.
Com Jesus, começou o legítimo feminismo. Não aquele que enche as mãos de suas expositoras com estandartes coloridos das ideologias políticas do mundo, mas que lhes traça nos corações diretrizes superiores e santificantes.
Nos ambientes mais rigoristas em matéria de fé religiosa, quais o do Judaísmo, antes do Mestre, a mulher não passava de mercadoria condenada ao cativeiro. Vultos eminentes, quais Davi e Salomão, não conseguiram fugir aos abusos de sua época, nesse particular.
O Evangelho, porém, inaugura nova era para as esperanças femininas. Nele vemos a consagração a Mãe Santíssima, a sublime conversão de Madalena, a dedicação das irmãs de Lázaro, o espírito abnegado das senhoras de Jerusalém que acompanham o Senhor até o instante extremo. Desde Jesus, observamos crescente respeito na Terra pela missão feminil. Paulo de Traso foi o consolidador desse movimento regenerativo. Apesar da energia áspera que lhe assinala as palavras, procurava levantar a mulher da condição de aviltada, confiando-a ao homem, na qualidade de mãe, esposa ou filha, associada aos seus destinos e, como criatura de Deus, igual a ele.

Dados adicionais:
Extraido do livro: Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Ed.: FEB - Autor: Emmanuel
Fonte:
http://www.caminhosluz.com.b
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Mediunidade reconhecida pelos Papas
O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo - João Paulo II

Já se sabe que os fenômenos envolvendo a mediunidade não são recentes, mas que têm sido registrados desde os tempos mais antigos da civilização. A Igreja também reconheceu o fenômeno, e muitos papas estiveram envolvidos em ocorrências mediúnicas.
Em 18 de Abril de 2005, ocorreu a eleição de Joseph Ratzinger (1927), o novo papa da Igreja Católica Apostólica Romana, que adoptou o nome Bento XVI, em substituição a Karol Wojtyla (1920-2005), chamado papa João Paulo II.
Aproveitaremos a oportunidade para destacar a mediunidade e a comunicabilidade dos Espíritos, presentes entre os papas desde a origem do papado e ao longo de sua história de quase dois mil anos. Tínhamos ouvido referência de fenômenos espirituais com Pio V e Pio XII, em palestras do médium Divaldo Franco (1927-), e quisemos aprofundar e completar o assunto.
Consultando a historiografia católica sobre a origem doutrinária do papado, o imperador romano Constantino (272-337) é apontado entre os teólogos como um dos seus principais precursores, pois foi ele quem historicamente começou a dar forma ao Sistema Católico Romano. Constantino presidiu o 1º Concílio das Igrejas, no ano 313, construindo depois a primeira basílica em Roma, tornando o cristianismo religião oficial do Império, seguido de Teodósio (347-395) e outros imperadores.
Começava-se a criar os fundamentos que possibilitaram que Valentiniano III (Flávio Plácido, 419-455), no ano 445, reconhecesse oficialmente ao papa (a palavra "papa" significa pai) o exercício de autoridade sobre as Igrejas, ganhando o papado poder mundial com Carlos Magno (747-814), no século 8.
Ocorre que Constantino, que os católicos consideram como o precursor da estruturação papal, converteu-se ao cristianismo através de uma visão espiritual, conforme relatou o historiador católico Eusébio de Cesareia (275-339), em sua obra Vita Constantini (Cap. XXVIII). Durante a batalha contra o imperador Maxêncio (séc. 3/4), com seu exército em desvantagem, Constantino viu no céu um grupo de Espíritos, liderados pelo Espírito (chamado Anjo) São Miguel, mostrando-lhe uma cruz luminosa com os dizeres: "Com este sinal vencerás".
O impacto que sentiu foi tão grande que mandou pintar uma cruz em todas as bandeiras, venceu a batalha e se converteu ao cristianismo, estabelecendo o famoso Edito de Milão, do ano de 313. O escritor Nicéforas (séc. 16) escreveu que Constantino viu este Espírito mais duas vezes - numa delas, orientando-o a edificar Constantinopla; e, na outra, para ajudá-lo numa revolta por parte dos moradores da antiga Bizâncio.
Portanto, encontramos visões espirituais nos primórdios da estruturação da Igreja e da criação do papado.
Encontramos exemplos de mediunidade dos papas numa ocorrência com António Michele Ghislieri (1504-1572), o papa Pio V, que foi o Sumo Pontífice no período de 1566 a 1572. Em 1570, os turcos otomanos invadiram a ilha de Chipre e tomaram Veneza, e os venezianos pediram ajuda. O papa Pio V enviou uma frota de 208 navios, sob o comando de Don John da Áustria. Essa frota encontrou 230 navios turcos em Lepanto, Grécia, em 7 de Outubro de 1571. A batalha durou três horas. Miguel de Cervantes (1547-1616), o novelista espanhol, autor de D. Quixote, participou dessa batalha histórica. Em Roma, Pio V aguardava notícias, orava e jejuava, juntamente com monges, cardeais e fiéis. Em 7 de Outubro, ele trabalhava com seu tesoureiro, Donato Cesi, que lhe expunha problemas financeiros. De repente, separou-se de seu interlocutor, abriu uma janela, entrou em êxtase e teve uma visão em desdobramento espiritual. Voltou-se para Donato e lhe disse: "Ide com Deus. Agora não é hora de negócios, mas sim de dar graças a Jesus Cristo, pois nossa esquadra acaba de vencer a batalha". Duas semanas depois chegaram as notícias da vitória de sua esquadra, confirmando sua visão espiritual.
Mais recentemente, no século 20, encontramos outro exemplo de acção espiritual entre os papas, com o Cardeal Eugénio Pacelli (1876-1958), que viria a ser o papa Pio XII, no período de 1939 a 1958. O fato foi relatado pela própria Igreja Católica, em seu jornal oficial L'Observatore Romano, e depois publicado no Brasil, no jornal Ave Maria, de Petrópolis, transcrito pelo Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, em Setembro de 1956.
Em 19 de Fevereiro de 1939, nos aposentos do Vaticano, na ala esquerda da Catedral de São Pedro, o cardeal Eugénio Pacelli estava orando; ele era um diplomata da Santa Sé junto aos governos do Ocidente. Em seus aposentos de cardeal, ele ouviu uma voz chamando: "Pacelli, Pacelli". Ele se voltou e viu o Espírito do papa Pio X (1835-1914). Emocionado, ele se ajoelhou e chamou-o de Santidade. O Espírito respondeu-lhe: "Não sou Santidade, mas apenas um irmão; venho avisá-lo que, dentro de alguns dias, se tornará papa, e que a Terra será devorada por uma avalanche de tragédia.
É da vontade do Senhor que seja papa para governar a Igreja com sabedoria, bondade diplomática e equilíbrio".
O cardeal Eugénio Pacelli redarguiu dizendo que não entendia aquilo, porque Pio XI (1857-1939) era o papa de então, e governava a Igreja com sabedoria. O Espírito Pio X não discutiu com o cardeal, desvaneceu-se.
Emocionado, Eugénio Pacelli desceu de seus aposentos e adentrou na Catedral de São Pedro. Foi até o subterrâneo, onde estão os túmulos papais, ajoelhando-se na cripta de Pio X, permanecendo em oração até o amanhecer. Ao raiar do dia, adentrou novamente na Catedral de São Pedro, e um guarda suíço perguntou-lhe se estava sentindo-se bem, pois estava muito pálido. Eugénio Pacelli respondeu que tinha dialogado com Pio X. Surpreso, o guarda contrapôs que Pio X estava morto. Mas Eugénio Pacelli disse que, naturalmente, o sabia, pois fora ele quem tinha feito o discurso laudatório. Além do quê, Pio X tinha sido seu padrinho de cardinalato.
Pio X disse-lhe que ele seria papa e, em seguida, a humanidade entraria em guerra. O fato permaneceu em sigilo, mas dois ou três meses depois, Pio XI morreu de uma doença misteriosa. Eugénio Pacelli foi eleito o novo papa, Pio XII, e logo depois eclodiu a Segunda Guerra Mundial, conforme lhe dissera o Espírito Pio X. É mais um fato mediúnico, registrado pela história, de comunicabilidade espiritual com os papas.
É interessante registrar que não foi por acaso que Pio X apareceu em Espírito e se comunicou mediunicamente com Pio XII. O papa Pio X conhecia os fenômenos espíritas, pois seu médico, dr. José Lapponi (1851-1906), foi uma pessoa interessada nos estudos espíritas e até publicou um livro à época - Hipnotismo e Espiritismo (1897) - aprovado pelo papa Leão XIII, e que foi traduzido e publicado no Brasil pela editora da Federação Espírita Brasileira.
O DR. LAPPONI TAMBÉM FOI MÉDICO do papa Leão XIII (1810-1903). Vale anotar que, quando da segunda edição do livro Hipnotismo e Espiritismo, em 1904, o periódico Diário de Noticias, de Madri, do dia seis de Julho, publicou carta do dr. Lapponi na qual ele comentava que o órgão jesuíta La Civilitá Cattolica censurava seu livro porque ele divulgava teorias que não eram aprovadas pela Igreja, e que o próprio papa Pio X reprovara a obra. Mas à época, dom Eduardo Checci, redactor do Giornale d'Italia, foi entrevistado sobre isso, desmentindo que o papa Pio X tivesse reprovado a obra. O dr. Lapponi acrescentou que Pio X conhecia o trabalho desde sua primeira edição e o tinha aprovado, e que o livro tinha merecido louvores até do papa Leão XIII, que disse que a ciência católica não devia ser contrária ao estudo do Espiritismo e suas manifestações.
É importante esclarecer que o dr. Lapponi não era espírita e, nesse livro, ele adoptou uma postura até de prevenção com relação aos fenômenos do hipnotismo e do Espiritismo, porque poderiam ensejar fraudes e mistificações. Chega a ser curiosa essa sua atitude, pois a verdade é que, se ele admitiu os fenômenos espíritas (e, para nós, é o que importa), não se compreende por que ele recrimina sua prática.
O dr. Lapponi demonstrou que não conheceu realmente o Espiritismo, uma vez que se ateve somente à parte fenoménica; não conheceu a parte filosófica e ética da Doutrina Espírita. Nem no aspecto fenoménico ele se aprofundou, pois só se referiu às situações duvidosas; por temer fraudes e a acção de Espíritos brincalhões e zombeteiros (que, portanto, ele admitia), achou temerário e perigoso ocupar-se do Espiritismo.
Para nós vale que o dr. Lapponi, médico de dois papas, historiou a ocorrência de fenômenos espíritas desde a Antigüidade e reconheceu a intervenção dos Espíritos no mundo material.
A transfiguração de Jesus é citada como exemplo de fenômeno mediúnico que aparece na Biblia, com Moisés e Elias aparecendo em espírito material. Ao final do livro, ele afirmou que o Espiritismo só deveria ser estudado com as necessárias precauções e por acção de pessoas reconhecidamente competentes (op.cit., pág. 219).
Portanto, a Doutrina Espirita e os fenômenos mediúnicos transitaram pelo Vaticano no século 19, entre os papas e pelo médico que cuidou de dois deles nesse período e escreveu um livro sobre o assunto, reconhecendo sua existência, apesar de sua atitude de temor.
Mesmo nos tempos mais recuados, os fenômenos mediúnicos estavam presentes na sociedade, em todos os lugares, já que fazem parte da Natureza. Por isso, encontramos referência a eles desde há dois mil anos. Basta citarmos o apóstolo Pedro, que é considerado como o primeiro papa da Igreja. Na Bíblia, encontramos várias ocorrências mediúnicas e de interferência dos Espíritos, ocorridos com Pedro. Por exemplo:
a) em Mt: 17, 1-6, está descrita a transfiguração de Jesus na qual, estando Ele num monte, acompanhado por Pedro, Tiago e João, apareceram, em Espírito, Moisés e Elias, que já estavam mortos havia séculos, e conversaram com Jesus;
b) em At: 2, 1-14, ocorreu o fenômeno chamado Pentecostes, no qual os doze apóstolos ouviram um som vindo do céu, como um vento, e como que línguas de fogo pousaram sobre cada um deles, que então começaram a falar em diversos idiomas;
c) At: 3, 2-8, é descrita a mediunidade curativa de Pedro, quando ele curou um coxo de nascimento que todo dia ia à porta do templo para pedir esmolas. Ele tomou o coxo pela mão e ordenou-lhe que se levantasse e andasse, e assim ocorreu;
d) At: 11,5-10, Pedro teve um arrrebatamento espiritual e teve vidência e audiência. Viu, a céu aberto, um vaso que descia, como grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra, e ouviu uma voz: "Levanta-te Pedro, mata e come". Pedro disse ao Senhor que nunca tinha comido coisa imunda. A Voz disse-lhe que não devia chamar de imundo o que Deus purificou; isso se repetiu por três vezes;
e) At:11, 11-1, Pedro viu três homens de Cesareia que o buscavam, e estavam em frente à casa onde estava; um Espírito lhe disse que fosse com eles, nada duvidando;
f) At:12, 5-11, Pedro estava dormindo na prisão, vigiado por dois guardas. Quando Herodes ia chamá-lo, houve uma luz na prisão, e apareceu um Espírito (chamado anjo) despertando-o, rompendo as correntes e dizendo-lhe para fugir; e conduziu-o, fazendo-o passar pelos guardas, chegando à porta da cidade, pela qual saíram. E Pedro percebeu que Deus havia enviado um Espírito para ajudá-lo.
Para encerrar esse importante registro histórico sobre a mediunidade e seu reconhecimento entre os papas, temos necessariamente que citar o recém-falecido papa João Paulo II, reconhecido como um grande missionário do bem. A revista Veja, de 6 de Abril de 2005, na página 93, transcreveu uma frase pronunciada por ele numa pregação na Basilica de São Pedro, em Novembro de 1983, e que dispensa comentários: "O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo".
Portanto, fica registrado, segundo as próprias fontes católicas e as não espíritas, que a mediunidade e a comunicabilidade espiritual têm se maanifestado e sido reconhecidas pela Igreja, mesmo entre os seus maiores representantes, desde a Antiguidade. E ainda hoje ocorre, demonstrando que a vida não se restringe à realidade material nem é interrompida com a morte.

Washington L.N.Fernandes - Revista Espiritismo e Ciência

Fonte:
A revista Espiritismo e Ciência é uma publicação da Mythos Editora:
http://www.mythoseditora.com.br/


    Associação Espírita Allan Kardec


Pai nosso que estás nos céus
Na luz dos sóis infinitos
Pai de todos os aflitos
Neste mundo de escarcéus
Santificado, Senhor
Seja teu nome sublime
Que em todo o universo exprime
Ternura, Concórdia e Amor
Venha ao nosso coração
O teu reino de bondade
De paz e de claridade
Na estrada da redenção
Cumpra-se o teu mandamento
Que não vacila nem erra
Nos céus, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento
Evita-nos todo o mal
Dá-nos o pão no caminho,
Feito de luz, no carinho
De pão espiritual.
Perdoa-nos, Senhor
Os débitos tenebrosos
De passados escabrosos
De iniqüidade e de dor
Auxilia-nos também,
Nos sentimentos cristãos
A amar os nossos irmãos
Que vivem distantes do bem
Com a proteção de Jesus
Livra nossa alma do erro
Neste mundo de desterro
Distante da tua luz
Que o nosso ideal igreja
Seja o altar da Caridade
Onde se faça a vontade
De teu amor... Assim seja.
O Médium Francisco Cândido Xavier psicografou este lindoPai Nosso ditado pelo Espírito José Silvério Horta (Monsenhor Horta) em uma das reuniões da Comunhão Espírita Cristã de Uberaba – Minas Gerais-Brasil.
UM HOMEM NUM LEITO DE HOSPITAL
Espiritualidade é amor

Estava na rotina de minha vida,
Trabalhando e vivendo normalmente.
Agora estou aqui, nesta cama de hospital,
Esperando, deitado, a morte iminente.
Tinha tudo, casa, comida e lazer,
Mas o essencial, escapou-me por inteiro,
Em poucos momentos da minha existência,
Lembrei-me que tudo era passageiro.
Agora a angústia vem para ficar,
E quero minha vida de volta,
Às vezes me pego a chorar,
Remoendo-me na revolta.
Sei que não aproveitei a vida,
Da forma como gostaria,
Se pudesse voltar no tempo,
Até na árvore eu subiria.
Queria fazer tanto e nada fiz,
Fingindo-me de sério e correto,
Mas acredite, não aproveitar a vida,
Só te deixa incompleto.
Quero rolar na grama,
Mergulhar no rio,
Sujar-me na lama,
E aceitar o desafio.
Quero ficar com meus pais,
Curtir a família e a natureza,
E agora estou paralisado,
Preso num leito de tristeza.
Não entendi como a vida é simples,
Para quem não se prende ao superficial.
Se soubesse o quanto era feliz,
Quando cultivava meu quintal,
E contemplava com naturalidade,
O alvorecer matinal.
Agora tudo mudou,
E não posso sequer me mexer,
Apenas movimentos com a boca,
Eu posso levemente fazer.
Mas espere, ainda posso falar…
Mexer a boca devagar,
Quero aproveitar esse momento,
E falar de sentimento.
Posso dizer a meus entes queridos,
O quanto sempre os amei,
Pois durante toda a minha vida,
O amor eu nunca declarei.
Sinto-me estranho, estou com frio,
E me sentindo leve…
Agora percebo, estou morto,
E tive uma existência breve.
Nem sequer pude falar,
À minha família o quanto os amei,
Perdi mais esta oportunidade,
Algo que, em minha vida, nunca tentei.
Vejo minha vida passar num segundo,
Tudo um desperdício, nada foi profundo,
Agora compreendo claramente como as coisas são,
O que vale, de verdade, é a pureza de intenção.
Minha fé foi uma mentira,
Uma máscara social,
Devia ter sido eu mesmo,
Bastava apenas ser natural.
Agora vejo claramente,
Que a vida não se desperdiça,
Perdi tudo de mais precioso,
Mergulhando no fútil e na cobiça.
Deixo, portanto, essa mensagem a você,
Que ainda está vivo e consciente,
Não esqueça de valorizar as coisas pequenas,
Pois a vida é um presente.
Viva e deixe viver…
Sem se preocupar com a aparência,
Acredite, quando tudo perecer,
Só lhe resta a consciência.
Valorize as coisas simples,
Isso sim tem importância,
Não deseje os prazeres quiméricos,
De quem vive na extravagância.
Não inveje uma pessoa,
Que vive na ignorância,
Mas também não a condene,
Cultive a tolerância.
Com o avançar da idade,
É essencial a humildade.
Esqueça a ganância,
Tudo isso é arrogância.
Deixe de lado a vaidade,
E cultive a caridade.
Se alguém te agredir,
Ofereça uma flor,
Algumas pessoas desconhecem,
O benefício que traz o amor.
Assim, construa uma obra que sobreviva,
E esteja pautada no bem,
Para que a semente cresça em cada um,
Agora, e no futuro também.
(Hugo Lapa)