quarta-feira, 1 de julho de 2015

Mãe Santíssima tem piedade de nossas dores. 

Oh, mãe de todos! 

Não queremos que afastes o mal de nossas vidas, mas que alivie o peso de nossas vidas, mas que alivie o peso de nossas tormentas e lance a luz sublime de teu coração sagrado para que as nossas ideias no bem não desmoronem sob o peso da perturbação. 

Aquieta nosso ser, mãe divina. 

Se tanto amas até aos que se atolam no ódio, tem piedade de nós, que já queremos a luz do bem. 

Queremos te sentir na nossa alma. 

Queremos te acolher no nosso sentimento. 

Queremos te ver no nosso pensamento. 

Mãe protetora das dores humanas, dê-nos tua mão generosa para nos sentirmos acompanhados nos instantes da solidão. 

Dê-nos força para caminharmos ao encontro da melhor direção nas lições que a vida quer nos ensinar. 

Obrigado, Senhora, por abrandar nossas necessidades. 
Assim Seja Emoticon heart
"Jesus Junto ao Povo" 

/ Cezar Carneiro de Souza / Livro: Valiosos Ensinamentos com Chico Xavier / Ed. IDE.






— Nosso Senhor Jesus Cristo sempre se reunia junto ao povo em plena natureza. Prestava assistência moral e espiritual. 

Realizava curas a sofredores de toda espécie. 
Multiplicava pães e peixes incumbindo os discípulos da distribuição à multidão faminta. 

E foi ali, naquele ambiente natural, que deixou para a Humanidade a mais bela peça contida no seu Evangelho de Amor e Sabedoria: o Sermão da Montanha.

Assim explicava Francisco Cândido Xavier em uma tarde no Culto do Evangelho, na Vila dos Pássaros, onde se aglomeravam milhares de pessoas das mais desprotegidas pela sociedade.

E o Chico esclarecia:

— É preciso reunir em nome de Jesus com esses irmãos, pois ninguém se lembra deles. 

Lá na cidade todo mundo se reúne, até os espíritas. 

Mas com esse povo, não. Esquecem da importância de procurá-los.
Ao ouvi-lo, lembramo-nos dos “Filhos do Calvário”, expressão dita pelo próprio Senhor Jesus.

Rememorando a fala do Chico, no livro Boa Nova, cap. 11 (FEB), quando Humberto de Campos descreve a turba imensa que ouviu Jesus pregar as bem-aventuranças:

“Eram velhinhos trêmulos, lavradores simples e generosos, mulheres do povo agarradas aos filhinhos. 

Entre os mais fortes e sadios viam-se cegos e crianças doentes, homens maltrapilhos, exibindo as verminas que lhes corroíam as mãos e os pés.”

(1)
Dois trabalhos que Chico Xavier fazia questão de divulgar e incentivar a criação: o Culto do Evangelho ao ar livre (semelhante às reuniões públicas à sombra do abacateiro e, posteriormente, na mesma Vila dos Pássaros, mas sob uma pequena cobertura) e a Peregrinação.

(1) Sugerimos ao caro leitor consultar o Capítulo VII da Primeira Parte do livro Há 2.000 Anos..., 




Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, FEB.
" Chico Xavier e os Animais" / Antônio Matte Noroefé / Livro:Chico Xavier - O Homem, o Médium, o Missionário                                


Chico Xavier tem uma singular estima pelos animais; aqueles que frequentam seu modesto lar sabem que o médium vive cercado por algum animal doméstico.

Chico tinha um cão que atendia pelo nome de Lorde, o qual conhecia as pessoas que visitavam seu dono, quais eram as amigas, as curiosas e as maliciosas.

Senti-lhe, sobremodo, a morte. 

Fez-me grande falta. 
Era meu inseparável companheiro de oração. 
Toda manhã e à noite, em determinada hora, dirigia-me ao quarto para orar. 
Lorde chegava logo em seguida.

Punha as patas sobre a cama, abaixava a cabeça e ficava assim em atitude de recolhimento orando comigo.

Quando eu acabava, ele também acabava e ia deitar-se a um canto do quarto.

Em minhas preces mais sentidas, Lorde levantava a cabeça e enviava-me seus olhos meigos, compreensivos, às vezes cheios de lágrimas, como a dizer que me conhecia o íntimo, ligando-se ao meu coração.

Desencarnou. 

Enterrei-o no quintal lá de casa..."

Um dia certo visitante lhe pergunta se animais têm alma, Chico responde, rápido: "-

Ah! sim, os animais têm alma e valem pelos melhores amigos..."

Possuímos provas pessoais destas verdades, querido Irmão Chico!...

Antônio Matte Noroefé.


       SOFRIMENTO DO SUICIDA
O suicídio, que a princípio pode parecer a solução de todos os problemas para um ser atormentado, nada mais é do que a causa de um sofrimento muito maior no plano espiritual. 

Muitos são os relatos que nos chegam através dos espíritos abordando este tema. 

Para quem tem interesse em conhecer mais sobre as provas do espírito suicída, recomendo a leitura de Memórias de um suicída, em que o espírito de Camilo Castelo Branco narra todas as expiações vividas após tirar a própria vida em 1890.

No Livro dos Espíritos, a questão 957 aborda este assunto:

"957 - Quais são, em geral, as conseqüências do suicídio sobre o Espírito?
– As conseqüências do suicídio são muito diversas: não existem penalidades fixas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o provocaram; mas uma conseqüência da qual o suicida não pode escapar é o desapontamento. 
Além disso, a sorte não é a mesma para todos: depende das circunstâncias. 
Alguns expiam sua falta imediatamente; outros, em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam."
Espero, de coração, que esta pequena postagem ajude as pessoas a refletirem sobre este ato...
Texto: Cris Marques

           Mediunidade de Cura.

 Este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os facultativos – que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos – e os involuntários ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.

Somente para mencioná-la trataremos aqui desta variedade de médiuns, porque o assunto exigiria demasiado desenvolvimento para o nosso esquema.

 Estamos aliás informados de que um médico nosso amigo se propõe a tratá-la numa obra especial sobre a medicina intuitiva. 

Diremos apenas que esse gênero da mediunidade consiste principalmente no dom de curar por simples toques, pelo olhar ou mesmo por um gesto, sem nenhuma medicação. 

Certamente dirão que se trata simplecuras-medic3banicassmente de magnetismo. 

É evidente que o fluido magnético exerce um grande papel no caso. 

Mas, quando se examina o fenômeno com devido cuidado, facilmente se reconhece à presença de mais alguma coisa.

A magnetização comum é uma verdadeira forma de tratamento, com a devida seqüência, regular e metódica. 

No caso referido as coisas se passam de maneira inteiramente diversa. 

Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, se souberem cuidar do assunto convenientemente. 

Mas entre os médiuns curadores a faculdade é espontânea, e às vezes a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. 

A intervenção de uma potência oculta, que caracteriza a mediunidade, torna-se evidente em certas circunstâncias. 

E o é, sobretudo, quando consideramos que a maioria das pessoas qualificáveis como médiuns curadores recorrem à prece, que é uma verdadeira evocação. 

Eis as respostas que obtivemos dos Espíritos, a perguntas feitas a respeito:

Podemos considerar as pessoas dotadas de poder magnético como formando uma variedade mediúnica?

— Não podes ter dúvida alguma.

Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e os homens, mas o magnetizador, tirando sua força de si mesmo não parece servir de intermediário a nenhuma potência estranha?— 

É uma suposição errônea. 

A força magnética pertence ao homem, mas é aumentada pela ajuda dos Espíritos a que ele apela. 

Se magnetizares para curar, por exemplo, e evocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige os teus fluidos e lhes dá as qualidades necessárias.

Há, porém, excelentes magnetizadores que não acreditam nos Espíritos?

— Pensas então que os Espíritos só agem sobre os que creem neles? 

Os que magnetizam para o bem são auxiliados pelos Espíritos bons. 

Todo homem que aspira ao bem os chama sem o perceber, da mesma maneira que, pelo desejo do mal e pelas más intenções chamará os maus.

O magnetizador que acreditasse na intervenção dos Espíritos agiria com maior eficiência?

— Faria coisas que seriam consideradas milagres.

Algumas pessoas têm realmente o dom de curar por simples toques, sem o emprego dos passes magnéticos?— Seguramente. 

Não tens tantos exemplos?

Nesses casos trata-se de ação magnética ou somente de influência dos Espíritos?

— Uma e outra. 

Essas pessoas são verdadeiros médiuns, pois agem sob a influência dos Espíritos, mas isso não quer dizer que sejam médiuns escreventes, como o entendes.

Esse poder é transmissível?

— O poder, não, mas sim o conhecimento do que se necessita para exercê-lo, quando se o possui. 

Há pessoas que nem suspeitariam ter esse poder se não pensarem que ele lhe foi transmitido.

Podem-se obter curas apenas pela prece?

— Sim, às vezes Deus o permite. 

Mas talvez o bem do doente esteja em continuar sofrendo, e então se pensa que a prece não foi ouvida.

Existem fórmulas de preces mais eficazes do que outras para esse caso?

— Só a superstição pode atribuir virtudes a certas palavras. 

E somente os Espíritos ignorantes ou mentirosos podem entreter essas idéias, prescrevendo fórmulas.

 Entretanto, pode acocura5ntecer que para pessoas pouco esclarecidas e incapazes de entender as coisas puramente espirituais, o emprego de uma fórmula contribua para lhes infundir confiança. 

Nesse caso, a eficácia não é da fórmula, mas da fé que foi aumentada pela crença no uso da fórmula.


(Livro dos Médiuns)

              O Mandamento maior

“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. 

Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. 

Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? 

A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. 

Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. 

Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Considerações sobre as aparições de espíritos


As aparições propriamente ditas ocorrem no estado de vigília, no pleno gozo e completa liberdade das faculdades da pessoa. Apresentam-se geralmente com uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e indecisa. 
Quase sempre, a princípio, é um clarão esbranquiçado, cujos contornos vão se desenhando aos poucos. 
De outras vezes as formas são claramente acentuadas, distinguindo-se os menores traços do rosto, a ponto de se poder descrevê-las com precisão. 
As maneiras, o aspecto, são semelhantes aos do Espírito quando encarnado.
Podendo tomar toda as aparências, o Espírito se apresenta com aquela que melhor o possa identificar, se for esse o seu desejo. 
Assim, embora não tenha, como Espírito, nenhum defeito corporal, ele se mostra estropiado, coxo, corcunda, ferido, com cicatrizes, se isso for necessário para identificá-lo.
Há os que muitas vezes se apresentam com símbolos da sua elevação, como uma auréola ou asas, pelo que são considerados anjos. 
Outros carregam instrumentos que lembram suas atividades terrenas: assim um guerreiro poderá aparecer com uma armadura, um sábio com seus livros, um assassino com seu punhal, e assim por diante. 
Os Espíritos superiores apresentam uma figura bela, nobre e serena. 
Os mais inferiores têm algo de feroz e bestial, e algumas vezes ainda trazem os vestígios dos crimes que cometeram ou dos suplícios que sofreram. 
O problema das vestes e dos objetos acessórios é talvez o mais intrigante.
Dissemos que a aparição tem algo de vaporoso. 
Em alguns casos poderíamos compará-la à imagem refletida num espelho sem aço, que apesar de nítida deixa ver através dela os objetos detrás. 
É geralmente assim que os médiuns videntes a distinguem. 
Eles as vêem ir e vir, entrar num apartamento ou sair, circular por entre a multidão com ares de quem participa, ao menos os Espíritos vulgares, de tudo o que se faz ao seu redor, de se interessarem por tudo e ouvirem o que diz. 
Muitas vezes se aproximam duma pessoa para lhe assoprar idéias, influenciá-la, quando são Espíritos bons, zombar dela, quando são maus, mostrando-se tristes ou contentes com o que obtiverem. São, em uma palavra, a contraparte do mundo corporal.
O Espírito que deseja ou pode aparecer reveste algumas vezes uma forma ainda mais nítida, com todas as aparências de um corpo sólido, a ponto de dar uma ilusão perfeita e fazer crer que se trata de um ser corpóreo. 
Em alguns casos, e dentro de certas circunstâncias, a tangibilidade pode tornar-se real, o que quer dizer que podemos tocar, palpar, sentir a resistência e o calor de um corpo vivo, o que não impede a aparição de se esvaecer com a rapidez de um relâmpago. 
Nesses casos, já não é só pelos olhos que se verifica a presença, mas também pelo tato. Se pudéssemos atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a ocorrência de uma aparição simplesmente visual, a dúvida já não é mais possível quando a podemos pegar, e quando ela mesma nos seguras e abraça. 
As aparições tangíveis são as mais raras.
O perispírito
O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no estado normal. Isso é comum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais vimos. 
Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos por modificações que o tornem visível, seja por uma espécie de condensação ou por uma mudança em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira vaporosa. 
A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas que pode instantaneamente voltar ao seu estado etéreo e invisível. 
(É necessário não tomar ao pé da letra a palavra condensação, pois só a empregamos por falta de outra e como simples recurso de comparação.) 
Podemos entender esse processo ao compará-lo ao do vapor, que pode passar da invisibilidade a um estado brumoso, depois ao líquido, a seguir ao sólido e vice-versa.
Esses diversos estados do perispírito, entretanto, resultam da vontade do Espírito e não de causas físicas e exteriores, como acontece com os gases. 
O Espírito nos aparece quando deu ao seu perispírito a condição necessária para se tornar visível. 
Mas a simples vontade não basta para produzir esse efeito, porque a modificação do perispírito se verifica mediante a sua combinação com o fluido específico do médium. Ora, essa combinação nem sempre é possível, e isso explica por que a visibilidade dos Espíritos não é comum. 
Assim, não é suficiente que o Espírito queira aparecer, nem apenas que uma pessoa o queira ver, é necessário que os fluidos de ambos possam combinar-se, para o que tem de haver entre eles uma espécie de afinidade. 
É necessário ainda que a emissão de fluido da pessoa seja abundante para operar a transformação do perispírito, e provavelmente há outras condições que desconhecemos. 
Por fim, é preciso que o Espírito tenha a permissão de aparecer para aquela pessoa, o que nem sempre lhe é concebido, ou pelo menos não o é em certas circunstâncias, por motivos que não podemos apreciar.

Outra propriedade do perispírito é a penetrabilidade, inerente à sua natureza etérea. Nenhuma espécie de matéria lhe serve de obstáculo: ele atravessa a todas, como a luz atravessa os corpos transparentes. 
Não há pois, meios de impedir a entrada dos espíritos, que vão visitar o prisioneiro em sua cela com a mesma facilidade com que visitam um homem no meio do campo.

O perispírito, como se vê, é o princípio de todas as manifestações. 
Seu conhecimento nos deu a chave de numerosos fenômenos, permitindo um grande avanço à Ciência Espírita e fazendo-a entrar numa nova senda, ao tirar-lhe qualquer resquício de maravilhoso. 
Nele encontramos, graças aos próprios Espíritos, - pois é explicação da possibilidade de ação do Espírito sobre a matéria, da movimentação dos corpos inertes, dos ruídos e das aparições. 
Nele encontraremos a explicação de muitos outros fenômenos ainda por examinar, antes de passar ao estudo das comunicações propriamente ditas. 
Tanto as compreenderemos, quanto mais nos inteirarmos de suas causas fundamentais. 
Se bem compreendermos esse princípio, facilmente poderemos aplicá-lo aos diversos fatos que se apresentar à observação.
Visões de espíritos durante o sono (sonhos)
As manifestações mais comuns de aparições ocorrem durante o sono, pelos sonhos: são as visões. 
Não podemos examinar aqui todas as particularidades que os sonhos podem apresentar. 
Resumiremos dizendo que eles podem ser: uma visão atual de coisas presentes ou distantes; uma visão retrospectiva do passado; e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro. 
Frequentemente são também quadros alegóricos que os Espíritos nos apresentam como úteis advertências ou salutares conselhos, quando são Espíritos bons; ou para nos enganarem e entreterem as nossas paixões, se são Espíritos imperfeitos. 
A teoria abaixo se aplica aos sonhos, como a todos os outros casos de aparições. (Ver O Livro dos Espíritos, nº 400 e seguintes)

A causa dos sonhos não foi jamais explicada pela Ciência. 
Ela os atribui a um efeito da imaginação, mas não nos diz o que é a imaginação, nem como ela produz essas imagens tão claras e nítidas que às vezes nos aparecem. 
Isso é explicar uma coisa desconhecida por outra que não o é menos. 
Tudo fica na mesma. 
Dizem tratar-se de uma lembrança das preocupações do estado de vigília. 
Mas, mesmo admitindo esta solução, que nada resolve, restaria saber qual é esse espelho mágico que conserva assim a impressão das coisas. 
Como explicar sobretudo as visões reais jamais vistas no estado de vigília, e nas quais jamais se pensou? 
Só o Espiritismo nos pode dar a chave desse estranho fenômeno que passa despercebido por ser muito comum, como todas as maravilhas da Natureza que menosprezamos.
                                                   


A Encarnação dos Espíritos


O Espiritismo ensina de que maneira se opera a união do Espírito com o corpo, na encarnação.



O Perispírito


Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. 
É semi material esse envoltório, isto é, pertence à matéria, pela sua origem, e à espiritualidade, pela sua natureza etérea. 
Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal, que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial. 
Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato, o Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento. 
Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os mais poderosos motores.

O fluido perispirítico constitui, pois, o traço de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao corpo, serve-lhe ele de veículo ao pensamento, para transmitir o movimento às diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão da sua vontade e para fazer que repercutam no Espírito as sensações que os agentes exteriores produzam. Servem-lhe de fios condutores os nervos como, no telégrafo, ao fluido elétrico serve de condutor o fio metálico.

O Nascimento

Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. 
À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. 
Sob a influência do princípio vital-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. 
Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.

Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. 
Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. 
Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.

Mas, ao mesmo tempo em que o Espírito recobra a consciência de si mesmo, perde a lembrança do seu passado, sem perder as faculdades, as qualidades e as aptidões anteriormente adquiridas, que haviam ficado temporariamente em estado de latência e que, voltando à atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor do que antes. 
Ele renasce qual se fizera pelo seu trabalho anterior; o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo degrau a subir. 
Ainda aí a bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante, do passado, poderia turbá-lo e lhe criar embaraços. 
Ele apenas se lembra do que aprendeu, por lhe ser isso útil. Se às vezes lhe é dado ter uma intuição dos acontecimentos passados, essa intuição é como a lembrança de um sonho fugitivo. 
Ei-lo, pois, novo homem, por mais antigo que seja como Espírito. 
Adota novos processos, auxiliado pelas suas aquisições precedentes. 
Quando retorna à vida espiritual, seu passado se lhe desdobra diante dos olhos e ele julga como empregou o tempo, se bem ou mal.

Não há, portanto, solução de continuidade na vida espiritual, sem embargo do esquecimento do passado. 
Cada Espírito é sempre o mesmo eu, antes, durante e depois da encarnação, sendo esta, apenas, uma fase da sua existência. 
O próprio esquecimento se dá tão-só no curso da vida exterior de relação. 
Durante o sono, desprendido, em parte, dos liames carnais, restituído à liberdade e à vida espiritual, o Espírito se lembra, pois que, então, já não tem a visão tão obscurecida pela matéria.

A Morte

Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. 
Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. 
Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. 
Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.

O Espiritismo, pelos fatos cuja observação ele faculta, dá a conhecer os fenômenos que acompanham essa separação, que, às vezes, é rápida, fácil, suave e insensível, ao passo que doutras é lenta, laboriosa, horrivelmente penosa, conforme o estado moral do Espírito, e pode durar meses inteiros.

Considerações Gerais

Normalmente, a encarnação não é uma punição para o Espírito, conforme pensam alguns, mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito e um meio de ele progredir. 
A obrigação que tem o Espírito encarnado de prover o alimento ao corpo, à sua segurança, ao seu bem-estar, o força a empregar suas faculdades em investigações, a exercitá-las e desenvolvê-las. 
Útil, portanto, ao seu adiantamento é a sua união com a matéria. 
Daí o constituir uma necessidade a encarnação. 
Além disso, pelo trabalho inteligente que ele executa em seu proveito, sobre a matéria, auxilia a transformação e o progresso material do globo que lhe serve de habitação. 
É assim que, progredindo, colabora na obra do Criador, da qual se torna fator inconsciente.

Todavia, a encarnação do Espírito não é constante, nem perpétua: é transitória. Deixando um corpo, ele não retoma imediatamente outro. 
Durante mais ou menos considerável lapso de tempo, vive da vida espiritual, que é a sua vida normal, de tal sorte que insignificante vem a ser o tempo que lhe duram as encarnações, se comparado ao que passa no estado de Espírito livre.

No intervalo de suas encarnações, o Espírito progride igualmente, no sentido de que aplica ao seu adiantamento os conhecimentos e a experiência que alcançou no decorrer da vida corporal; examina o que fez enquanto habitou a Terra, passa em revista o que aprendeu, reconhece suas faltas, traça planos e toma resoluções pelas quais conta guiar-se em nova existência, com a idéia de melhor se conduzir. 
Desse jeito, cada existência representa um passo para frente no caminho do progresso, uma espécie de escola de aplicação.

                              



Retirado do livro A Gênese – Allan Kardec

O perispírito e suas modelações


Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?

Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.

Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.

O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.

Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.

Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.

É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.

Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.

O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.

Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.

O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.

Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.

Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.

Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.

Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.

Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.

Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.

A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.

A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.

O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.

Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente.

Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.

                                                   


Emmanuel
In “Roteiro” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier