sábado, 6 de fevereiro de 2016

Acredito que todos já tenham tido a experiência de 

limpar um armário, uma gaveta ou, no caso 

das mulheres, a própria bolsa. 

A sensação de conseguir se livrar do que não 

se usa mais, do que se guarda sem necessidade 

ou do que se carrega em vão é muito prazerosa 

e precisa ser vivenciada. Apegar-se demais às 

coisas, guardar roupas, sapatos ou qualquer tipo 

de objeto com a afirmação de que “um dia posso 

querer, ou precisar” está longe de ser saudável.


Assim como nascemos desprovidos de quase tudo, 
é preciso que se vá, ao longo da vida, 
desprendendo-se do que não é necessário. 
Algumas civilizações orientais pregam o 
desapego gradual de todos os bens materiais, 
uma prática que se torna cada vez mais difícil 
em sociedades como a nossa. Todavia, criar o 
hábito de fazer uma ou duas “faxinas” anuais 
na casa pode ser útil para sua saúde mental, pois, 
quando se abre espaço nos armários, nas gavetas 
e nas bolsas, pode-se experimentar viver com 
leveza, libertação e abre-se caminho para que 
novas coisas entrem. Funciona assim também 
com a nossa mente. Manter guardada na memória 
o que não nos serve mais, impede que possamos 
armazenar 
novas informações, novas experiências e novas 
lembranças.
Concluindo, é preciso abrir mão do que é velho, 
para que o novo possa entrar. Uma casa ou uma 
mente limpa, leve e organizada pode trazer 
inúmeros benefícios. 
Se você tem dificuldade de se desapegar das 
coisas, fique alerta, pois esse é um sinal de 
dificuldade também de se libertar das lembranças
 desnecessárias, de modo que, ao começar a se 
livrar das coisas, você estará também limpando a 
sua mente. Podemos exercitar o desapego se 
propondo a adquirir alguns hábitos e fazer 
algumas reflexões:
-Duas vezes ao ano, pelo menos, separe as 
roupas e os sapatos que realmente usa das que 
você não usa mais. Se você não usou algo na 
estação passada, provavelmente não usará nesta, 
então retire, doe a quem precisa e limpe tudo 
para que a energia flua pelas roupas e sapatos 
que ficam. Deixe o ar entrar, abra janelas, 
ventile os ambientes.
        Visualize sempre uma luz 



Visualize sempre uma luz guiando o seu destino, mesmo quando tudo se lhe apresente difícil e insolúvel.

De fato essa luz existirá, pois o Pai jamais abandona os seus filhos nos momentos de dificuldade.

Deixe-se guiar pela luz, representada pela esperança e pelo amor.

Ilumine-se com ela, não deixando nenhum resquício de trevas em seu caminho.

Ilumine-se pensando sempre no melhor.

Deus nos dá a luz, mas nós que temos de mantê-la acesa.
          A grandeza da amizade



Você já pensou na grandeza da amizade?
Diz um grande pensador que quem encontra um amigo, encontra um tesouro valioso.
A amizade verdadeira é sustentáculo para muitas almas que vivem sobre a face da Terra. Ela está presente nos lares e fora deles, na convivência diária das criaturas.
A amizade é tão importante que já foi comparada com muitas coisas de valor.
Um pensador anônimo compara a amizade com as estrelas, e aqueles que não têm amigos ele compara com os cometas, que vêm e vão, mas não permanecem, nem iluminam como as estrelas.
Diz ele mais ou menos assim:
Há pessoas estrelas e há pessoas cometas. Os cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam.
As estrelas permanecem. O Sol permanece. Passam-se anos, milhões de anos e as estrelas permanecem. Os cometas desaparecem.
Há muita gente como os cometas, que passa pela vida da gente apenas por instantes. Gente que não prende ninguém e a ninguém se prende.
Gente sem amigos. Gente que apenas passa, sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Assim são as pessoas que vivem na mesma família e que passam um pelo outro sem serem presença.
O importante é ser como as estrelas. Permanecer. Clarear. Estar presente. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Ser amigo é ser estrela.
Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca da amizade fica no coração. Corações que não querem se enamorar de cometas, que apenas atraem olhares passageiros e passam.
São muitas as pessoas cometas. Passam, recebem as palmas e desaparecem. Ser cometa é ser companheiro apenas por instantes. É explorar os sentimentos humanos.
A solidão de muitas pessoas é consequência de não poderem contar com alguém. É resultado de uma vida de cometa. Ninguém fica. Todos passam uns pelos outros.
Há muita necessidade de criar um mundo de pessoas estrelas. Aquelas com as quais todos os dias podemos contar. Todos os dias ver a sua luz e sentir o seu calor.
Assim são os amigos estrelas na vida da gente. Pode-se contar com eles. Eles são presença. São coragem nos momentos de tensão. São luz nos momentos de escuridão. São segurança nos momentos de desânimo.
Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas, acima de tudo, uma recompensa.
É nascer e ter vivido e não apenas existir.
E você? É cometa? Ou é estrela?
* * *
Enquanto o desejo é chama que se consome e deixa um vazio nas almas, a amizade é bênção que alimenta e sustenta em todos os momentos da vida.
Quem compartilha apenas do desejo corre o risco de ficar só, tão logo o desejo cesse, mas quem divide a amizade tem a certeza de que nunca estará sozinho.
É por essas e outras razões que a amizade é sempre comparada às coisas belas e de grande valor.
Pode ser comparada a um tesouro...
A uma flor perfumada que jamais fenece...
A uma estrela que aquece e vivifica, ou com a luz que jamais se apaga...
O importante mesmo é ter amigos ou ser amigo de alguém, porque só assim teremos a certeza de que nunca estaremos desamparados.
         Os olhos do amor



O domingo era de sol e muitas crianças estavam no zoológico, trazidas pelas mãos dos pais.

Um artista armou sua pequena tenda e logo uma fila enorme de crianças se formou, aguardando que ele pintasse nos seus rostos patinhas de tigre.

Uma avó se aproximou com a netinha, cujo rosto era todo salpicado de sardas vermelhas e brilhantes. Um menino olhou para ela e gritou:

Você tem tantas sardas que ele não vai ter onde pintar! – Amenina abaixou a cabeça.

A avó se ajoelhou para ficar à altura da garota e disse:

Adoro suas sardas.

Mas eu detesto, falou a pequena, com os olhos quase a derramar lágrimas e os lábios querendo fazer beicinho de choro.

A senhora passou o dedo pela face da neta e continuou:

Quando eu era menina, sempre quis ter sardas. Sardas são tão bonitas!

De verdade? Perguntou a menina, levantando o rosto.

Claro. Confirmou a avó. Quer ver? Diga-me uma coisa mais bonita que sarda.

A garotinha, olhando para o rosto sorridente da avó, respondeu suavemente: Rugas.

* * *

O singelo diálogo, na tarde ensolarada, foi uma declaração de amor entre duas gerações. Avós são criaturas especiais. Repassemos juntos o que as crianças pensam a respeito:

Avós ajudam você a lavar a louça, quando é sua vez de fazer a tarefa. E fazem com tanta alegria e espontaneidade, que você passa a aguardar, ansioso, a sua vez, no rodízio familiar, de realizar a tarefa novamente, para gozar daquela presença tão especial.

Avós são as únicas babás que não cobram extra depois da meia-noite. Ou melhor, nunca cobram nada, nem antes, nem depois da meia-noite. E ainda se oferecem para ficar com os netos no feriado, no final de semana, na noite de estreia de um filme, uma peça de teatro.

Avós são criaturas que chegam três horas mais cedo na sua apresentação de dança, na sua formatura, no seu casamento, porque querem se sentar num lugar de onde possam ver tudo, sem perder nada.

Eles têm a capacidade de fingir que não o reconhecem quando está fantasiado para a peça da escola, só para você achar graça da ingenuidade deles.

Avó é uma pessoa especial que coloca suéter em você quando ela mesma está com frio, vai alimentá-lo quando ela estiver com fome e procurará colocá-lo na cama quando ela estiver cansada.

Avós vão emoldurar o desenho que você fez e colocá-lo num lugar de destaque na sua sala de visitas.

Avós são pessoas que ajudam você com seus botões, laços de sapatos e zíperes, e não têm nenhuma pressa em ver você crescer.

Quando você é um bebê, os avós vão ver se você está chorando quando está no maior sono.

E quando um netinho diz: Vovó, como é que pode você ser tão bacana e não ter nenhum filho? - ela disfarça e segura a vontade de chorar.

Avós são pais e mães que se reprisam. Só que com mais doçura, que o tempo, a maturidade e o conforto da idade lhes conferem.

Se você goza da ventura de ter avós ao seu lado, ame-os.

E se não os possui, ame os avós de quaisquer netos, essas criaturas serenas que Deus mantém no mundo para testificar que amor com açúcar faz muito bem para a alma de quem está reiniciando a vida, neste imenso planeta de tantas lutas e dificuldades.
                      Jesus sabe...



Quantas lágrimas você já verteu a sós, sem ninguém para lhe estender um ombro amigo, sem uma palavra de alento, sem nenhum consolo...

Considere, no entanto, que Jesus sabe...

Quando você descobre que seus amigos, nos quais você depositava a mais sincera confiança, lhe traem, e a amargura lhe visita a alma dolorida, no silêncio das horas... Jesus sabe.

Jesus conhece os mais secretos pensamentos e sentimentos de cada uma das ovelhas que o Pai Lhe confiou.

Jesus sabe das noites maldormidas, quando você se debate em busca de soluções para os problemas que lhe preocupam a mente...

Das dores que lhe dilaceram a alma, quando a solidão parece ser sua única companheira fiel, Jesus sabe...

Dos imensos obstáculos que você já superou, sem nenhuma estrela por testemunha, Jesus sabe...

Da sua sede de justiça, Jesus sabe.

Da sua luta para ser cada dia melhor que o dia anterior, Jesus sabe.

Jesus, Esse Irmão Maior, a quem o Pai confiou a Humanidade terrestre, conhece cada um dos Seus tutelados.

Se você sofreu algum tipo de calúnia, de injustiça, alguma punição imerecida, Jesus sabe.

Jesus conhece as suas horas de vigília ao lado do leito de um familiar enfermo...

Sabe da sua dedicação aos filhos, tantas vezes ingratos, ao esposo ou à esposa problemática.

Jesus sabe dos seus autoenfrentamentos para vencer os próprios vícios e as tendências infelizes.

Jesus conhece suas fraquezas, seus medos, suas chagas abertas, suas inseguranças...

Jesus sabe das muitas vezes que você persiste em caminhar, mesmo com os pés sangrando...

Jesus sabe o peso da cruz que você leva sobre os ombros...

Jesus sabe quantas gotas de lágrimas você já derramou por compaixão, sofrendo a dor de outros corações...

Jesus conhece suas muitas renúncias...

Suas amarguras não confessadas...

Jesus sabe das esperanças que você já distribuiu, dos alentos que você ofertou, das horas que dedicou voluntariamente a benefício de alguém...

Jesus conhece suas ações nobres e percebe o desdém daqueles que só notam e ressaltam suas falhas.

Jesus entende seu coração dorido de saudade, dilacerado pela solidão, amargurado pelas dificuldades que, às vezes, parecem intransponíveis...

Jesus sabe que todas as situações pelas quais você passa, são para seu aprendizado e para seu crescimento na direção da grande luz.

O Sublime Pastor conhece cada uma de Suas ovelhas e sabe o que se passa com cada uma delas.

Por isso Ele mesmo assegurou: Nunca estareis a sós.

Jesus é o Divino Amigo que nos segue os passos desde sempre e para sempre.

E nos momentos em que suas forças quiserem abandoná-lo, aconchegue-se junto ao Seu coração amoroso e ouça Sua voz a lhe dizer, com imensa ternura:

Meu filho, trace o seu sulco; recomece no dia seguinte o afanoso labor da véspera.

O trabalho das suas mãos lhe fornece ao corpo o pão terrestre; sua alma, porém, não está esquecida.

E eu, o jardineiro divino, a cultivo no silêncio dos seus pensamentos.

Quando soar a hora do repouso e a trama da vida se lhe escapar das mãos e seus olhos se fecharem para a luz, sentirá que surge em você, e germina, a minha preciosa semente.

Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os seus suores e misérias formam o tesouro que o tornará rico nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas...

E onde o mais desnudo dentre vós será talvez o mais resplandecente.
                      Oração da VIDA



A vida é uma oportunidade. Aproveite-a. 
A vida é uma beleza. Admire-a.
A vida é um sonho. Faça que se torne realidade.
A vida é um desafio. Enfrente-o.
A vida é um dever. Cumpra-o.
A vida é preciosa. Cuide dela.
A vida é riqueza. Conserve-a.
A vida é um mistério. Explore-o.
A vida é promessa. Tenha esperança.
A vida é tristeza. Supere.
A vida é um hino. Cante-o.
A vida é um combate. Vença.
A vida é uma aventura. Conduza-a.
A vida é felicidade. Mereça-a.
A vida é vida. Defenda-a.

Madre Teresa de Calcutá

O CARNAVAL, ESSE NOSSO VELHO CONHECIDO

A origem da palavra carnaval, segundo os historiadores modernos é um tanto incerta. Algumas fontes citam sua origem do termocarnevalemenque significa “o prazer da carne”. Outros de carrus navalis, carro com enorme tonel, que distribuía vinho ao povo, em honra ao deus Dionísio (também chamado Baco), na antiga Roma. Ou do latim carne vale, isto é, "adeus carne", correspondendo aos dias de folguedo anteriores à quarta-feira de Cinzas. É um período de certa permissividade associado ao uso de máscaras transformadoras.
Essa festa tem como marco inicial a criação dos cultos agrários, voltados aos Deuses da Fertilidade (Egito, Pérsia, Fenícia, Creta, Babilônia, etc). Saudavam com danças e cânticos a fim de espantar as forças negativas que prejudicavam o plantio.
O carnaval pagão começa quando Pisistráto oficializa o culto a Dionísio (ou Baco), na Grécia, no século VII a.C. Pisistráto além de incentivar o culto a Dionísio entre os camponeses e lavradores, organizou oficialmente as procissões dionisíadas onde a imagem do deus Dionísio era transportada em embarcações com rodas (carrum navalis) simbolizando que o deus havia chegado a Atenas pelo mar, puxadas por sátiros (semideuses que segundo os pagãos tinham pés e pernas de bode e habitavam as florestas) com homens e mulheres nus, em seu interior. Seguindo o cortejo, uma multidão de mascarados, em meio a um touro, que depois era sacrificado, percorria as ruas de Atenas em frenéticas passeatas de júbilo e alegria. A procissão terminava no templo sagrado, o Lenaion, onde se consumava a hierogamia (o casamento do deus com a Polis inteira em procura da fecundação).
O carnaval pagão termina quando a Igreja adota, oficialmente, o carnaval, no ano de 590 d.C. Ao surgir, o cristianismo já encontrou as festas, ditas orgiásticas, no uso dos povos. Por seus caracteres libertinos e pecaminosos foram a princípio condenados pela Igreja Católica. A Igreja e o Estado Feudal impuseram às cerimônias oficiais um tom sério e sisudo, como uma forma de combater o riso, ritual dos festejos, que em geral descambavam para as permissividades. Entretanto, o povo parecia não observar este tipo de conduta. Indiferente ao oficialismo imposto, respondia com atos e ritos cômicos.
O carnaval cristão chega ao fim no século XVIII, quando um novo modelo, pós-moderno, começa a se delinear a partir das cidades de Nice, Roma e Veneza e que passaram a irradiar para o mundo inteiro o carnaval que ainda hoje identifica a festa, com mascarados fantasiados e desfiles de carros alegóricos e que muitos autores consideram o verdadeiro carnaval.
Após esse pequeno passeio histórico perguntamos ao leitor: será que o sentido do carnaval mudou realmente nesses milênios todos? Afinal, há alguma diferença no que vemos por aí? Se do lado dos encarnados é tudo isso que já conhecemos, o que será do lado espiritual?
Responde-nos Manoel Philomeno de Miranda em seu livro, muito bem intitulado Nas Fronteiras da Loucura, onde estão expostos os acontecimentos desses dias de folia e do qual reproduzimos o início do primeiro capítulo - Resposta à oração, repleto de revelações importantes para nossa reflexão.
“(...) As bátegas sucediam-se em abençoado, desconhecido socorro, espancando e espalhando as densas nuvens psíquicas de baixo teor vibratório que encobriam a cidade imensa e generosa.
Nos intervalos, o ruído atordoante dos instrumentos de percussão incitava ao culto bárbaro do prazer alucinante, misturando-se aos trovões galopantes enquanto os corpos pintados, semi-despidos, estorcegavam em desespero e frenesi, acompanhando o cortejo das grandes escolas de samba, no brilho ilusório dos refletores, que se apagariam pelo amanhecer.
Como acontecera nos anos anteriores, aquela segunda-feira de carnaval convidava ao desaguar de todas as loucuras no delta das paixões da avenida em festa.
Milhares de pessoas imprevidentes, estimuladas pela música frenética, pretendendo extravasar as ansiedades represadas, cediam ao império dos desejos, nas torrentes da lubricidade que as enlouquecia.
A delinqüência abraçava o vício, urdindo as agressões, em cujas malhas se enredavam as vítimas espontâneas, que se deixavam espoliar.
As mentes, em torpe comércio de interesses subalternos, haviam produzido uma psicosfera pestilenta, na qual se nutriam vibriões psíquicos, formas-pensamento de mistura com entidades perversas, viciadas e dependentes, em espetáculo pandemônico, deprimente.
As duas populações — a física e a espiritual, em perfeita sintonia — misturavam-se, sustentando-se, disputando mais largas concessões em simbiose psíquica.
Não obstante, como sempre ocorre em situações desta natureza, equipes operosas de trabalhadores espirituais em serviços de emergência, revezavam-se, infatigáveis, procurando diminuir o índice de desvarios, de suicídios a breve e a largo prazo pelas conexões que então se estabeleciam, para defender os incautos, menos maliciosos, enfim, socorrer a grande mole em desequilíbrio ou pronta para sofrer-lhe o impacto.
Desde as vésperas haviam sido instalados diversos postos de socorro, no nosso plano de ação, para serem recolhidos desencarnados que se acumpliciavam na patuscada irresponsável ou aqueles que vieram para auxiliar os seus afetos desatentos ao bem e a vigilância, ao mesmo tempo minimizando a soma e infortúnios que poderiam advir.
O abnegado Bezerra de Menezes, à frente de expressiva equipe de médicos e enfermeiros, de técnicos em socorros especiais, tomava providências, distribuía informações e cuidava, pessoalmente, dos casos mais graves, nos quais aplicava os recursos da sua sabedoria.
As horas avançavam num recrudescer de atividades, fazendo recordar um campo de guerra, em que os litigantes mais se compraziam em ferir, malsinar, destruir. Frente de batalha, sem dúvida, em que se convertia a cidade, naqueles dias, cujo ônus lhe pesava, cada ano, em forma de maior incidência na agressividade, na violência, nos desajustes socioeconômicos lamentáveis.
Outrossim, o nosso centro de comunicações registrava apelos e notícias de várias ordens, donde emanavam as diretrizes para o atendimento dos casos passíveis de ajuda imediata. Os outros ficavam selecionados para ulteriores providências, quando diminuíssem os fatores desagregantes do equilíbrio geral.
Pessoas sinceramente afervoradas ao bem enviavam pedidos de ajuda, intercediam por familiares a um passo de tombarem nos aliciamentos extravagantes e fatais.
Os seletores de preces facultavam ligações com os Núcleos Superiores da Vida, ao mesmo tempo intercambiando forças de auxílio aos orantes contritos, enquanto aparelhagens específicas acolhiam pensamentos e forças psíquicas que se transformavam em agentes energéticos que irradiavam correntes diluentes das condensações deletérias. (...)”
Como bem podemos perceber pelo que nos é descrito neste início do primeiro capítulo, já adivinhamos as situações deprimentes e dolorosas por que passam todos aqueles nossos irmãos sintonizados com esta festa mundana, que nada fica a dever aos antigos espetáculos de Roma e da antigüidade pagã. Milhares de anos são passados e a criatura humana ainda não conseguiu se desvencilhar da sombra da animalidade e da ignorância. No capítulo 6 Manoel Philomeno nos adverte que “há estudiosos do comportamento e da psique, sinceramente convencidos da necessidade de descarregarem-se as tensões e recalques nesses dias em que “a carne nada vale”, cuja primeira sílaba de cada palavra compôs o verbete carnaval.”Estudiosos, estes, que com seu conhecimento poderiam apontar rumos melhores para a evolução humana, ainda concordam entre si que é lícito um dia de loucura ao ano, como a justificar a sua ainda inferioridade espiritual. Até quando escorregaremos no lamaçal da inferioridade em detrimento da nossa elevação espiritual? Muitos alegarão que todos nós temos necessidade de descontração e lazer de tempos e tempos. E têm toda razão, mas que essa descontração e esse lazer sejam compatíveis com nossas aspirações de conquista moral. Paulo de Tarso, sabiamente nos chama a atenção, para que examinemos tudo, mas que só retenhamos o que seja bom. Aproveitemos esse feriado sim, mas para o repouso mental, a leitura dignificante, o estreitamento de nossos laços de família e de amizade e vibremos intensamente por aqueles que, emaranhados no turbilhão da fuga de si mesmos, ainda não despertaram para as verdades espirituais.
E finalizando, perguntamos ainda mais uma vez ao leitor: ainda tem vontade de participar dessa folia?
Rogério de Oliveira
“Se o lapidário aprimora a pedra, usando a lima resistente, o Senhor do universo aperfeiçoa o caráter dos filhos transviados de Sua casa, usando corações endurecidos, temporariamente, afastados de Sua obra.”


Instrutor Gúbio, do livro Libertação, psicografado por Francisco C. Xavier. Autor espiritual: André Luiz

Atenção ao idoso - 

Redação do Momento Espírita

Dona Marlene era uma senhora alegre, ativa, independente e muito lúcida. Aos oitenta anos, apresentava algumas limitações físicas compatíveis com a idade.
As dores articulares, provocadas pelo desgaste natural e consequente artrose, a incomodavam diariamente, mas nada que lhe diminuísse o entusiasmo.
Vibrava com cada conquista pessoal e profissional dos filhos e netos. Novos empreendimentos, cursos, especializações, casamentos, uma nova gravidez na família. Tudo era motivo para seus olhos brilharem de alegria.
Morava com uma das filhas e sua casa era muito bem cuidada. Sempre limpa, arrumada, arejada e repleta de porta-retratos, onde cada fotografia contava uma história.
Certo dia, durante uma caminhada de rotina, a senhora sofreu uma queda que resultou em uma fratura articular, necessitando ser submetida a cirurgia
Após a alta hospitalar, por recomendação médica, ela precisaria ficar um período em repouso, pois levaria algum tempo para voltar a caminhar com independência.
Os filhos acharam que a melhor solução seria encaminhá-la a uma Casa de Apoio para Idosos. A justificativa era de que ela necessitava de cuidados especiais, para os quais a família não estava devidamente preparada.
Já instalada na Casa de Apoio, dona Marlene recebeu a visita de uma jovem amiga, que a encontrou acamada, totalmente dependente.
Durante a conversa, ela dizia que sentia falta da sua casa, dos objetos pessoais, da presença da família, enfim, do seu alegre cantinho.
Com o tempo, ela voltou a caminhar. Aos poucos, apesar da fragilidade física, foi se tornando novamente independente. Uma das filhas a visitava semanalmente, mas não falava em levá-la de volta ao seu lar.
Nas visitas periódicas, a amiga foi percebendo que a senhora deixara de falar em voltar para casa. Percebeu também a tristeza que lhe ia na alma.
Tinha certeza que dona Marlene não falava no assunto porque no fundo se envergonhava da situação de abandono.
Nas poucas vezes em que se referia à amada família, justificava de várias formas a dificuldade que seria  se ela voltasse para casa. Dizia que a família não poderia assisti-la, pois todos tinham seus compromissos pessoais.
Em verdade, seus lábios diziam palavras que seu coração não compreendia. No lugar daquele olhar alegre e doce, antes cheio de brilho, surgiu um olhar triste, sem vida, que refletia solidão e abandono.
Não era necessário ter muita sensibilidade para perceber que, por dentro, ela morria a cada dia. Que a esperança de voltar para o seio da família ia embora e junto ia também a vontade de viver.
Passado algum tempo, devido a uma determinada complicação de saúde, tornou a ser hospitalizada. Seu organismo cansado, enfraquecido pela dor maior da solidão, não resistiu. Ela havia desistido de viver.

Algumas famílias necessitam contar com o apoio das instituições especializadas para cuidar dos seus idosos.
É uma difícil decisão e se justifica, em muitos casos.
É compreensível então, contar com tal recurso, enquanto se necessita cumprir nossos deveres profissionais e familiares.
Essa atitude não significa abandoná-los.
O importante é se fazer presente, levando amor e carinho, pois nada justifica a desatenção e o desamparo.

Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.