quinta-feira, 4 de agosto de 2016

     OS REMÉDIOS ESPIRITUAIS 



Os remédios espirituais diferem radicalmente dos remédios materiais. 

Enquanto que o remédio material ataca a doença superficialmente, isto é, 
apenas na manifestação física, o remédio espiritual age diretamente sobre a 
causa profunda que originou a moléstia, isto é, sobre as manchas 
apresentadas pelo perispírito. 


O remédio material cura o corpo e não cuida do perispírito; portanto, se a doença tem sua origem no perispírito, a cura será apenas aparente e momentânea, porque enquanto persistir a mancha perispiritual, sempre se manifestará a doença, quer sob uma forma quer sob outra. 

O remédio espiritual dirige-se especialmente ao perispírito, porque estando curado o perispírito, necessariamente o corpo material estará curado. 

Já é sabido por todos que o corpo material é o reflexo do perispírito, nosso corpo espiritual.
 
Daí podemos tirar a seguinte conclusão lógica: corpo espiritual saudável é  igual a corpo material saudável; corpo espiritual doente é igual a corpo material doente. 


Conquanto o doente tenha por dever lutar por integrar-se na posse de saúde 
material, não deve esquecer-se de que a doença, principalmente essas que 
não encontram cura na Terra, é um remédio enérgico para a cura de seu corpo espiritual. 


E alguns doentes necessitam de mais do que uma reencarnação dolorosa, a fim de que seu perispírito possa curar-se das tremendas manchas adquiridas em existências passadas. 

Os remédios espirituais consistem em fluidos. 

Os fluidos são ministrados aos doentes por dois meios: pelo passe e pela água fluida. 

Os passes são aplicados pelos espíritos curadores, geralmente com o concurso de um médium curador. 

E a água fluida é a água comum fortemente impregnada de fluidos. 
A bondade divina não depende dos homens para manifestar-se. Assim 
sendo, os doentes que não puderem contar com o auxílio de um médium 
curador para se beneficiarem, poderão receber em seu próprio quarto os 
remédios espirituais de que necessitam: terem seus passes e sua água 
fluida. 


Para isso, procederão da seguinte maneira: escolherão uma determinada hora diária, sempre a mesma; será uma hora em que estarão o mais livre possível das preocupações materiais; colocarão sobre a mesa um copo d'água; orarão fervorosamente a Deus e a Jesus pedindo que um mensageiro possa ministrar-lhes um passe e fluir-lhes a água. 

Não se esquecerão de estender o benefício da prece a seus irmãos que sofrem, quer 
encarnados quer desencarnados, certos de que o que pedirem para os outros 
isso mesmo receberão. 


Cinco minutos, mais ou menos, de prece fervorosa e de boa concentração, é o suficiente. 

Em seguida beberão a água confiantes em que estão ingerindo o remédio que lhes farão bem e que lhes foi transmitido um passe. 

Os doentes incuráveis encontrarão profundo alívio em assim procederem. 
A resignação ante a prova ou expiação pela qual estão passando, a calma
interior que passarão a desfrutar, lhes aligeirarão o pesado fardo e a Esperança brilhará em seus corações, clareando-lhes a estrada para a felicidade futura.



DOENÇAS FANTASMAS

Somos defrontados com frequência por aflitivo problema cuja solução reside em nós.

A ele debitamos longas fileiras de irmãos nossos que não apenas infelicitam o lar onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas igualmente enxameiam nos consultórios médicos e nas casas de saúde, tomando o lugar de necessitados autênticos.

Referimo-nos às criaturas menos vigilantes, sempre inclinada ao exagero de quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários, vítimas que se fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas.

Experimentam, às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços, e, dramatizando em demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de drogas, respeitáveis quando necessárias, mas que funcionam a maneira de cargas elétricas inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.

Atingido esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem fisicamente em processos de desgastes,cujas as consequência ninguém pode prever, ou entram, modo imperceptíveis para eles, nas calamidades sutis da obsessão oculta, pelas quais desencarnados menos felizes lhes dilapidam as forças.

Depois disso, instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a desencarnação precoce, em agravo de responsabilidade daqueles que se entibiam diante da vida, sem coragem para trabalhar, sofrer e lutar.

Precatemo-nos contra esse perigo absolutamente dispensável.

Se uma dor aparece, auscultemos nossa conduta, verificando se não demos causa à benéfica advertência da Natureza.

Se surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que estejamos entregando as energias do pensamento, de modo a saber se o cansaço não se resume a um aviso salutar da própria alma, para que venhamos a clarear a existência e o rumo.

Antes de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a socorrer-nos através da auto-análise, criteriosa e consciente.

Ainda que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos amam e que perdem, inconsequentemente, recurso e tempo valiosos, sofrendo em vão com a leviandade e a fraqueza de que fornecemos testemunhos.

Nós que nos esmeramos no trabalho desobsessivo, em Doutrina Espírita, consagremos a possível atenção a esse assunto, combatendo as doenças-fantasmas que são capazes de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos conduzimos por fatores lamentáveis de auto-obsessão.

Estude e Viva
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
André Luiz/Waldo Vieira

            NA LUZ DA REENCARNAÇÃO


Trazes hoje as vísceras doentes, compelindo-te aos aborrecimentos de incessante medicação.

Elas, porém, se fizeram assim, à força de suportarem ontem os teus próprios abusos nos venenos da mesa.

Trazes hoje o corpo mutilado, obrigando-te a movimentos de sacrifício.

Tens, no entanto, o carro físico desse modo por lhe haveres gasto, ontem, esse ou aquele recurso em corridas à delinqüência.

Trazes hoje o cérebro hebetado, dificultando-te as expressões.
Mas, isso acontece porque, ontem, mergulhavas a própria cabeça em clima de trevas.

Trazes hoje a carência material por sentinela de cada dia.
Contudo, ontem atolavas o coração no supérfluo, articulado com o pranto dos infelizes.

Trazes hoje, na própria casa, a presença de certos familiares que te acompanham à feição de verdugos.
Entretanto, são eles credores de ontem, que surgem, no tempo, pedindo contas.

Todos somos capazes de fazer o melhor, porquanto, pelas tentações e provas de hoje, podemos avaliar o ponto de trabalho em que a vida nos impele a sanar os erros do passado, clareando o futuro.

Perfeição é a meta.

Reencarnação é o caminho.

E toda falha, na direção de obra perfeita, exige naturalmente corrigenda e recomeço.

XAVIER, Francisco Cândido. Justiça Divina. Pelo Espírito Emmanuel. FEB