terça-feira, 21 de julho de 2015


CONFIANÇA EM DEUS


Artigo de Divaldo Franco publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião em 19-06-2015.

Diante dos aberrantes comportamentos de cidadãos que pareciam irrepreensíveis na conduta moral, seja na administração do país, tanto quanto em grandes empresas comerciais e esportivas, não podemos ocultar os sentimentos de desconfiança e preocupação que a quase todos os brasileiros nos assaltam

A criminalidade atinge índices jamais previstos, fruto espúrio da miséria socioeconômica e moral, pela falta de escolas, de assistência hospitalar, de trabalho, de recreação, com excesso de tempo para os jovens, que é malbarato na violência, causando-nos horror.

O medo de ser a próxima vítima toma conta de cada um de nós, que vive a guerra não declarada dos assaltos e dos homicídios chocantes pela perversidade, fazendo que modifiquemos os hábitos que adquirimos com o direito de ir e vir agora interrompido pelo terrorismo urbano. 

Nesse quadro de desrespeito total aos valores éticos, o cristão pergunta-se como agiria Jesus se estivesse convivendo conosco neste terrível contexto? 

E a resposta seria a mesma que Ele deu ao fariseu que o interrogou com desfaçatez, tentando embaraçá-lo, quando Ele se referiu aos nossos deveres para com o próximo, interrogando-o: E quem é o meu próximo?

Com sabedoria exemplar, Ele narrou-lhe a Parábola do bom samaritano, que socorreu um judeu que lhe era inimigo, e fora desprezado por um sacerdote e um levita, auxiliando-o na estrada em que estava abandonado após ser assaltado, oferecendo-lhe socorro imediato e responsabilizando-se pelas despesas na hospedaria para onde o levou. 

Outra não pode ser a nossa atitude diante dos assaltantes e criminosos que enxameiam na sociedade, fazendo a melhor parte e confiando em Deus, trabalhando pelo retorno da dignidade e da honradez aos arraiais humanos. 

Apenas comentar o mal não é atitude saudável. 

Que, nesse báratro aparvalhante, não percamos a confiança em Deus, mantendo-nos honrados apesar dos exemplos degradantes que temos diante de nós.

Divaldo Franco escreve na quinta-feira, quinzenalmente.

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        VIVER COM ALEGRIA


Saúda o dia nascente com alegria de viver aureolada pela gratidão a Deus.

Cada novo dia é abençoada oportunidade de crescimento espiritual e de iluminação interior.

Atravessar o rio dos problemas de uma para a outra margem, onde se encontram as formosas atividades de engrandecimento moral, é a tarefa inteligente da pessoa que anela pela conquista da felicidade.

Quando se abre a mente e o coração à alegria, é possível descobri-Ia em toda parte, bastando olhar-se para a Vida, e ei-la jubilosa…

Quando se adquire a consciência da responsabilidade, de imediato sente-se que se é livre, mas essa liberdade é sempre conquistada pela ação que se converte em bênção de amor.

Somente através do amor perfeito é que o ser humano pode considerar-se realmente livre de todas as amarras, mesmo que essa aquisição seja lograda, de alguma forma, através do sofrimento.

O sofrimento faz mal, no entanto, não é um mal, porque oferece os recursos valiosos para a aquisição do bem permanente.

Eis porque o trabalho de qualquer natureza deve ser realizado com o sentimento de amor, o que equivale a uma postura de liberdade em ação.

Quando o amor não está presente no sentimento, a alegria não se enfloresce, porque permanece sombreada pelas dúvidas e suspeitas, porquanto somente através do amor é que se adquire a perfeição, em face dos mecanismos de ação que movimenta.

Pessoas existem que afirmam não poderem amar porque não compreendem o seu próximo, tendo dificuldade em aceitá-lo conforme é. 
A questão, no entanto, é mais sutil, e deve ser formulada nos seguintes termos: porque não ama, torna-se difícil compreender, em razão dos caprichos egoísticos que dificultam a bondade em relação aos outros.

Quando o amor se instala, a alegria de viver esplende como resultado da própria alegria de ser consciente.

A alegria não é encontrada em mercados ou farmácias, mas nos recônditos do coração que sente e ama, favorecendo-lhe o surgimento como um contínuo amanhecer.

Basta que se lhe ausculte a intimidade, e ei-la triunfante sobre a noite das preocupações.

Em realidade, viver com alegria não impede a presença dos sofrimentos que fazem parte do processo da evolução. 
Pelo contrário, é exatamente por serem compreendidos como indispensáveis que proporcionam satisfações e bem-estar.

Sempre que possível expressa a tua alegria de viver.

Os sentimentos cultivados transformam-se em estímulos para as ações que se materializarão mais tarde.

Se permitires que a tristeza torne-se companheira frequente das tuas emoções, a melancolia em breve estará instalada nos teus sentimentos, tirando a beleza da existência.

Se te apoias à queixa contumaz, a tua será uma conduta amargurada, fazendo-te indisposto e desagradável.

Se optas pelo cultivo de ideais enobrecedores de qualquer natureza, o entusiasmo pela sua preservação fará dos teus dias um contínuo encantamento.

Se tens o hábito de encontrar sempre o melhor, quase invisível ou imperceptível, nos acontecimentos menos felizes, desfrutarás de esperança e de júbilos permanentes.

A existência física não é uma viagem miraculosa ao país da fantasia, mas uma experiência de evolução assinalada por processos de refazimento uns e outros de conquistas inevitáveis, que geram sofrimento porque têm a finalidade de desbastar os duros metais da ignorância e aquecer o inverno do primarismo…

É natural, pois, que a dor seja companheira do viajante carnal.

Quando jovem, tudo são expectativas, ansiedades, incertezas…

Quando na idade madura, a colheita de reflexos da juventude propicia, quase sempre, insatisfações e desencantos.

Quando na velhice, em face do desgaste, o aborrecimento pela perda da agilidade, da memória, da audição, da visão, da facilidade que era habitual, se manifesta…

Sempre haverá motivo para reclamação, porque cada dia tem a sua própria quota de aflição, que deve ser aceita com bonomia e naturalidade.

Com a alegria de viver instalada no imo, sempre haverá uma forma de encarar os acontecimentos, concedendo-lhe validade e dele retirando a melhor parte, como afirmou Jesus, aquela que não lhe será tirada, porque representa conquista inalienável para a mente e para o coração.

Adapta-te, desse modo, às ocorrências existenciais, alegrando-te por estares no corpo, fruindo a oportunidade de corrigir equívocos, de realizar novos tentames, de manter convivências saudáveis, de enriquecimento incessante…

A vida com alegria é, em si mesma, um hino de louvor a Deus.

Não te permitas, portanto, a convivência emocional com as manifestações negativas do caminho por onde transitas.

Observa as margens do teu caminho e rega-as, mesmo que seja com suor e lágrimas, a fim de que as sementes do Divino Amor que se encontram nelas sepultadas, germinem e transformem-se nas flores que adornarão a tua marcha ascensional.

Liberta-te, mesmo que te seja exigido um grande esforço, das heranças primárias, filhas da agressividade, do inconformismo, dos impositivos egoístas que te elegem como especial no mundo, e considera que fazes parte da grande família terrestre, sujeito como todos os demais às injunções dos mecanismos da evolução.

* * *

Alguém que cultiva a alegria de viver já possui um tesouro. Esparze-o onde te encontres e oferta-o a quem se te acerque, tornando mais belo o dia a dia de todos os seres com o sol do teu júbilo.

Se já encontraste Jesus, melhor razão tens para a alegria, porque envolto na Luz do mundo, nenhuma sombra te ameaça.

Serás, ao longo da vilegiatura carnal, o que te faças a cada instante, conforme o és, resultado do que te fizeste.

Alegra-te com a vida que desfrutas e agradece sempre a Deus a glória de saber e de amar para agir com acerto.

Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 29 de maio de 2009, no G-19, em Zurique, Suíça.
 ''MENSAGEM DE DIVALDO PEREIRA FRANCO''

Divaldo Franco, conta a história de um garoto, que foi abandonado aos 6 meses de idade, na instituição Mansão do Caminho, onde ele dirige. 

Este garoto, aos 4 anos de idade, fazia faquinhas e ameaçava as voluntárias que ajudavam Divaldo a tomar conta das crianças. 

Ele dizia que queria enfiar a faca em alguém para sentir o sangue quente escorrer em suas mãos. 

Divaldo perguntava como ele sabia que o sangue era quente, e ele respondia que não sabia como, mas ele tinha certeza que era quente.

Quando este garoto completou 12 anos, as voluntárias que auxiliavam Divaldo tinham medo dele. 

Divaldo então, fez uma terapia de choque. 

Chamou o garoto e disse que ele teria que ir embora da instituição. 

O garoto assustou, pediu desculpas e prometeu não ameaçar mais. 

Estudou e foi evangelizado pela instituição espírita Mansão do Caminho.

Aos 18 anos, o menino pediu a emancipação.

 Divaldo disse:
- Dou sua emancipação com uma condição: quando você desejar matar alguém, você vem aqui e me mata.
- Mas, tio? . . . - disse o garoto assustado.
- Sim porque eu falhei. 

A sociedade me entregou você com 6 meses, a sociedade nos dá tudo, você não tem nada contra a sociedade, espero, porque a sociedade é a humanidade. 

Se você matar alguém, é porque eu falhei.

 Antes me mate, por causa do meu fracasso em relação a você.
O garoto concordou, e foi embora. 
Após 10 anos, eles se reencontraram. 
Divaldo então, aproveitou e perguntou se ele sentiu vontade de matar. 

O garoto disse que sim, mas que toda vez que sentiu essa vontade, ele via o rosto de Divaldo na sua frente dizendo: 
"Venha e me mate primeiro", então, ele se desarmava. 

Ele agradeceu dizendo que, se não fosse Divaldo e o Espiritismo, ele estaria num cárcere. 
Divaldo, então, esclareceu:
- Agradeça a sua consciência, que assimilou toda a educação moral evangélica que recebeu na Mansão do Caminho. 
Você fez bom uso do livre arbítrio. 
Hoje, você pode entender, por isso vou lhe contar que, os bons espíritos me disseram que você foi um criminoso na encarnação anterior, meu filho. 
Você trazia no inconsciente a lembrança do sangue jorrando em sua mão quando esfaqueava alguém. 
Estava tão dentro de você, que explodia na sua memória atual, eram flashes do passado.

Resumo de uma história verídica vivenciada pelo médium espírita Divaldo P. Franco.
Retirado do livro "Conversa Fraterna" FEB
LIBERDADE DE PENSAMENTO E DE CONSCIÊNCIA

O Pensamento continuo é atributo do Espírito e, enquanto encarnados não temos acesso ao pensamento do outro.

O homem possui plena liberdade de pensar e por meio do seu pensamento se desloca para o futuro, para o passado, para enlevar-se recordando momentos felizes ou deprimir-se em sentimentos menos felizes.

O que quer que se lhe aflore a mente forjando pensamento, portanto, criando imagens fluídicas, será, sob esse aspecto, responsável perante as leis de Deus.

A qualidade da atmosfera psíquica do planeta é de responsabilidade de cada um de seus moradores.

Diante disso não se atreverá o homem a impor a outro, ou a violar a sua consciência - que é o foro íntimo de cada um na sua capacidade de discernir entre o certo e o errado; a sua voz interior que o aprova ou reprova (LE 835).

A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso (LE 837).

Ainda que a crença do outro seja reprovável, o respeito à consciência e a liberdade de crer é fundamental. O contrário é faltar com a caridade. A Doutrina Espírita é doutrina de aperfeiçoamento moral.

O Mestre ensinou pelo exemplo de doçura e mansidão, devemos seguir-lhe o exemplo.



           Poema Divino

Pai nosso, que estás no céu, na terra, no fogo, na água e no ar. Pai nosso, que estás nas flores, no canto dos pássaros, no coração a pulsar; que estás na compaixão, na caridade, na paciência e no gesto de perdão.
Pai nosso, que estás em mim, que estás naquele que eu amo, naquele que me fere, naquele que busca a verdade. Pai nosso, que estás naquele que caminha comigo e naquele que já partiu, deixando-me a alma ferida pela saudade.
Santificado seja o Teu nome por tudo o que é belo, bom, justo e gracioso, por toda a harmonia da Criação. Sejas santificado por minha vida, pelas oportunidades tantas, por aquilo que sou, tenho e sinto e por me conduzir à perfeição.
Venha a nós o Teu reino de paz e justiça, fé e caridade, luz e amor. Reino que sou convocado a construir através da mansidão de espírito, reflexo da grandeza interior.
Seja feita a Tua vontade, ainda que minhas rogativas prezem mais o meu orgulho do que as minhas reais necessidades.
Ainda que muitas vezes eu não compreenda mais do que o silêncio em resposta às minhas preces, não Te ouvindo assim dizer: Filho aguarda, tua é toda a eternidade.
O pão nosso de cada dia me dá hoje e que eu possa dividi-lo com meu irmão. As condições materiais que ora tenho de nada servem se não me lembro de quem vive na aflição.
Pão do corpo, pão da alma, pão que é vida, verdade e luz. Pão que vem trazer alento e alegria: é o Evangelho de Jesus.
Perdoa as minhas ofensas, os meus erros, as minhas faltas. Perdoa quando se torna frio meu coração; quando permito que o mal se exteriorize na forma de agressão.
Que, mais do que falar, eu saiba ouvir. Que, ao invés de julgar, eu busque acolher. Que, não cultivando a violência, eu semeie a paz. Que, dizendo não às exigências em demasia, possa a todos agradecer.
Perdoa-me, assim como eu perdoar àqueles que me ofenderem, mesmo quando meu coração esteja ferido pelas amarguras e dissabores da ingratidão.
Possa eu, Senhor da Vida, lembrar de que nenhuma mágoa é eterna e de que o único caminho que me torna sublime é a humilde estrada da reconciliação.
Não me deixes cair nas tentações dos erros, vícios e egoísmo, que me tornam escravo de minha malevolência.
Antes, que Tua luz esteja sobre mim, iluminando-me, para que eu te encontre dentro de minha alma, como parte que és de minha essência.
E livra-me de todo o mal, de toda violência, de todo infortúnio, de toda enfermidade. Livra-me de toda dor, de toda mágoa e de toda desilusão.
Mas ainda assim, quando tais dificuldades se fizerem necessárias, que eu tenha força e coragem de dizer: Obrigado, Pai, por mais esta lição!

Tudo o que nos cerca é poesia Divina. Há um traço de Deus em cada ser da Criação.
Busquemos por Ele no desabrochar das flores, no correr das águas, no canto do vento, no cintilar das estrelas.
Mas, acima disso, busquemos por Ele em nosso interior. Basta que, por um instante, fechemos os olhos e O sintamos: lá Ele está, dando rima aos versos de nossas vidas...

"Palavras de Chico Xavier" / Hércio Marcos Cintra Arantes / Livro: Palavras de Chico Xavier / Ed. IDE

- "Já disseram tudo a meu respeito, me acusaram do que sempre quiseram, inclusive levantando dúvidas sobre o meu comportamento... 

Emmanuel nunca me questionou a respeito de nada. 

Quando ele aparecia, eu devia estar pronto para o trabalho. 

Certa vez, estando muito triste, expus a ele o de que estava sendo vítima, relacionando as acusações que vinha sofrendo. 

Ele me respondeu: - Você está aborrecido com pouca coisa... 
Os cristãos eram presos e mortos, submetidos às mais terríveis torturas nos calabouços!... 

Se você não ficar um pouco mais surdo ao que estão dizendo de você, não nos será possível continuar... 
Temos muito chão pela frente e a caminhada está apenas começando..."

                        


Chico Xavier.
Texto de Francisco Candido Xavier



"É que precisamos de contentar-nos com o que temos; estamos ricos, sem saber aproveitar a nossa felicidade.

Antes, as pessoas idosas desencarnavam conosco, hoje as mandamos para os abrigos. 

Tínhamos um pouco de prosa durante o dia, a oração à noite. ...

Agora inventamos dificuldades e depois vem o complexo de culpa e vamos para os psiquiatras.

Se estamos numa fila e uma senhora doente nos pede o lugar, precisamos cedê-lo.

Recordemos-nos da prece padrão para todos os tempos que é o Pai Nosso, quando Jesus nos diz:

O pão nosso de cada dia...

Por que acumular tanto?

Existem pessoas que possuem 35 pares de sapatos; onde é que irão arrumar 70 pés?!

Estamos sofrendo mais por excesso de conforto do que por excesso de desconforto.

Morre muito mais gente de tanto comer e de tanto beber, do que por falta de comida.

A inflação existe, porque queremos o que é demais..."

Esta é a opinião dos Espíritos.

Perdoem-me se eu falei mal, mas se eu falei mal, falei, foi, de mim."

   


Francisco C. Xavier.
     "Grupo Espírita da Prece"


Lembro-me bem. 
Foi em uma das derradeiras reuniões a que Chico compareceu no "Grupo Espírita da Prece", antes de recolher-se à sua casa, por problema de saúde.

Conversávamos, naquele sábado, descontraidamente. 
Enquanto autografava, de seus lábios fluíam apontamentos maravilhosos. 
Todos permanecíamos atentos a tudo que dele partisse.

De repente, um companheiro de fora entrou a falar sobre as dificuldades do Movimento Espírita. 
Referiu-se às polêmicas infindáveis através das páginas dos jornais... 
Observou que, em sua cidade, os centros espíritas eram quase todos rivais uns dos outros.

Até então sorrindo, notei que o semblante do Chico se fechara... 
Deixou que o amigo falasse, certamente aproveitando-se da ensancha para efetuar qualquer desabafo.

Sem nada dizer, recordei-me de certa palavra do médium no "À Sombra do Abacateiro", de nossa lavra, em seu diálogo com a inesquecível D. Yvonne do Amaral Pereira. 
A devotada medianeira de "Memórias de um Suicida" e tantas outras obras de singular valor doutrinário, interpretando o pensamento do Dr. Bezerra de Menezes, dissera que os espíritas no Brasil haviam conseguido uma proeza - tornar- se "inimigos íntimos"...

Quando, finalmente, levantando os olhos do último livro que autografava na noite-madrugada de sábado para domingo, Chico disse o que, de pronto, valendo-nos de um pedaço de papel sobre a mesa, registramos:

— O senhor tem razão... 
Os católicos não precisam mais preocupar-se conosco, nem os evangélicos... 
A continuar assim, os próprios espíritas se destruirão!...

Reflexivo, fomos para casa, lamentando que nós, os companheiros de ideal, não assimilemos de Chico o exemplo da tolerância fraterna, já que, em nenhuma oportunidade, em nossos longos anos de convivência com ele, o vimos tecer a menor crítica que fosse.

                

O que dizem os espíritos, sobre desencarnes coletivos?






Ao longo da história do homem já ocorreram 
incontáveis situações de desencarne coletivos. 
Ações da natureza como terremotos, tsunamis, erupções 
vulcânicas levaram incontáveis pessoas ao desencarne. 

E na história recente temos presenciado situações de 
desencarne por outras razões, como naufrágios, 
acidentes aéreos, acidentes automobilísticos, 
incêndios, desabamentos, ocupação inadequada de áreas 
de risco como áreas costeiras sujeitas a tsunamis, 
encostas de morros, e outras.

O desencarne é um assunto importante em nossas vidas, 
pois significa o final desta oportunidade reencarnatória, 
e a interrupção das relações familiares e de amizade, dentro 
dos padrões que conhecemos e estamos acostumados aqui na 
Terra. 

Logo é natural que o desencarne de muitas pessoas 
simultaneamente nos chame ainda mais a atenção. 
É consequência da característica do ser pensante, refletir 
sobre sua vida e sobre sua interrupção. E por isso temos nos 
perguntado: por que ocorrem estas situações onde muitas 
pessoas desencarnam ao mesmo tempo?
Em mensagens recentes através do Médium Maury Rodrigues 
da Cruz, os espíritos Leocádio José Correia e Marina Fidélis 
nos alertam para o fato de que os desencarnes coletivos não 
representam resgate de erros em vidas passadas, ou qualquer
 tipo de castigo ou punição. Também não são resultado da 
influência de espíritos desencarnados. A reflexão que os 
espíritos orientadores nos trazem está em torno do uso mais 
construtivo do nosso livre arbítrio, o que nos leva a pensar 
mais criticamente sobre os fatos que causam os desencarnes 
coletivos, ao invés de nos apegarmos a explicações que retiram 
de nós a responsabilidade sobre os fatos que ocorrem em nossa 
sociedade.

Com a evolução do conhecimento científico o Homem passou 
conhecer mais a fundo os detalhes do ambiente onde vive, o 
planeta Terra. Passou a conhecer e a entender os vulcões, os 
terremotos, os tsunamis, as ações dos ventos, das chuvas, do 
fogo, do frio e do calor. Assim,hoje já sabemos que o planeta 
nos traz situações de risco à vida do corpo, e passamos a 
evitá-las quando possível. Evitamos ocupar encostas de 
morros, evitamos ocupar áreas sujeitas a terremotos, não 
ocupamos áreas de risco próximas a vulcões com possibilidade
 de erupção. Ao mesmo tempo a evolução da tecnologia nos 
trouxe sistemas de alerta para tempestades, tsunamis e 
erupções vulcânicas, reduzindo o risco de exposição das 
pessoas a tais eventos naturais. Desta forma, com base no 
conhecimento, na mudança de comportamento e na 
prevenção, certamente temos evitado mais situações de 
desencarnes coletivos em função de eventos naturais.
Por outro lado, a evolução do conhecimento humano gerou 
mudanças importantes na sociedade global. Intensificamos 
as relações entre países e continentes. Desenvolvemos 
aeronaves com capacidade de transportar centenas de  
passageiros, grandes navios com capacidade para mais de 
6 mil pessoas, automóveis, ônibus, edifícios. Mas, nem sempre
 o conhecimento aplicado consegue prever todas as situações, 
e o desenvolvimento da cultura, da mesma forma, nem 
sempre acompanha o avanço da tecnologia. Assim temos 
situações diversas que podem levar a acidentes: por um lado 
podem ocorrer falhas nos aviões, navios, automóveis, trens; 
por outro lado muitas vezes fazemos uso inadequado desses 
meios de transporte, nos colocando em situações não previstas
 e causando acidentes. Antes de termos inventado aviões, 
automóveis e edifícios não ocorriam desencarnes envolvendo 
estes recursos. Nós os inventamos, nós os usamos, nós os 
mantemos, nós cuidamos ou não do seu aprimoramento e 
das condições para seu uso. Estradas com manutenção 
precária; aeroportos situados dentro das cidades e com 
restrições para ampliações; pressão por resultados financeiros
 crescentes que acabam reduzindo a atenção e os 
investimentos em segurança; 
todas essas situações são escolhas humanas, escolhas feitas 
por nós espíritos encarnados, e que muitas vezes levam a 
situações que provocam o desencarne de várias pessoas.
E como temos a população em constante crescimento, temos 
cada vez mais locais onde ocorre a aglomeração de pessoas, 
como por exemplo em aeroportos, rodoviárias, supermercados, 
shopping centers, grandes eventos, casas noturnas, escolas, 
hospitais. Quais são os riscos que estes ambientes podem oferecer
 à vida daqueles que lá estão? Temos pensado a respeito? Temos 
atuado em sua prevenção? Como espíritos encarnados todos 
fazemos parte do grupo responsável pelo padrão de vida 
estabelecido na Terra no momento.
Na visão espírita não há destino. Há justiça, o que significa 
efeitos coerentes com as causas que lhes deram origem. 
Se atuarmos no sentido da prevenção, do ajuste de 
comportamento, da manutenção da vida, teremos menos 
situações de desencarne, independentemente de quantas 
pessoas estejam envolvidas. Entretanto, se adotarmos as 
explicações religiosas que eximem a sociedade de sua 
responsabilidade sobre tais fatos, justificando os desencarnes 
em supostos processos ditos cármicos, estaremos aceitando 
postergar aprendizados importantes e repetir sofrimentos 
evitáveis.
Tendo essas reflexões como base, como podemos avaliar os 
desencarnes ocorridos recentemente na Boate Kiss, em Santa
 Maria, RS?
Os espíritos desencarnados tem alguma influência nos 
desencarnes coletivos? As equipes espirituais podem ser 
chamadas a intervir construtivamente no sentido da 
prevenção de algum evento humano de grande significado 
para a civilização, desde que isso não limite o livre-arbítrio 
das pessoas. No caso de desencarnes coletivos a influência 
das equipes espirituais é semelhante ao das equipes 
encarnadas, ou seja, é de apoio e ocorre após o evento.
Os jovens que desencarnaram na boate Kiss em Santa Maria
 eram espíritos responsáveis pelas mortes de pessoas nas 
câmaras de gás na Alemanha? Não passaria de coincidência 
se entre aqueles jovens houvesse ao menos um dos 
participantes daquelas atrocidades. Apesar das semelhanças 
entre o método usado nos campos de concentração e o 
acidente de Santa Maria, os espíritos orientadores afirmam 
que não se trata de resgate, pois a intenção da Lei Maior é o 
aprendizado e não a punição. O conceito humano de justiça, 
por meio do método conhecido como “olho por olho”, é uma 
criação humana atribuída ao rei Babilônio Hamurabi, 
aproximadamente 1800 anos antes de Cristo. Percebendo a 
injusta desproporção em crime e castigo vigente em seu reino,
 ele promulgou leis que previam que as penas não deveriam 
ser maiores que os crimes.  Jesus trouxe a evolução do 
conceito de retaliação ao propor o perdão aos inimigos como 
forma de não perpetuar a dor. Mahatma Gandhi em 1948 
argumentou sobre o acerto do perdão explicando que se 
formos buscar a justiça por meio do olho por olho, 
acabaremos todos cegos.
Mas, e onde ficaria a justiça se os algozes das atrocidades 
humanas não receberem sua justa punição? O desejo de 
vingança é uma imperfeição do caráter humano. 
Assim como 
aprendemos a imaginar Deus como um homem forte, 
acabamos imaginando características humanas também 
para sua justiça.  Jesus foi bastante claro ao questionar o 
mérito de perdoar quem amamos e ao insistir que devemos 
perdoar setenta vezes sete vezes aqueles que nos fizeram mal. 

Devido a essas mesmas imperfeições, há inúmeras maneiras 
pelas quais nós, os espíritos encarnados, aprenderemos sobre 
a importância da proteção da vida durante nossos estágios 
encarnatórios. 

Dentro do princípio de amor e perdão, não faz sentido 
pressupor equipes espirituais encarregadas de aplicar “penas 
de morte” a encarnados que erraram no passado.
Como avaliar as mensagens de espíritos que confirmam os 
resgates coletivos? Consta que uma vez Emmanuel disse o 
seguinte ao médium Chico Xavier "Se algum dia, eu disser 
algo diferente do que disse Jesus e Kardec, fique com Eles e 
abandone-me." Evidentemente, não há como abandonar o 
inestimável tesouro de princípios, ideias, exemplos e 
interpretações de Chico Xavier, como pessoa e como médium;
 bem como os conteúdos trazidos pelos espíritos que o orientar
am. Ocorre que deixar de refletir sobre o conhecimento a fim 
de atualizá-lo é tornar a evolução mais lenta. Devemos 
lembrar que o Espiritismo é o estudo, o entendimento e a 
prática dos princípios fundamentais da Doutrina. Portanto 
deve estar em constante movimento evolutivo através da sua 
própria revisão.