segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Visite um Centro Espírita

                 Querida(o) amiga(o)



Você está convidada(o) a participar desta comunidade, onde pessoas que, mesmo comungando e trazendo diferentes ideologias e crenças em seu íntimo, abrem-se para a busca de respostas às suas dúvidas mais pungentes, consolo às suas dores e aflições, sustentação para trilhar seus passos e encontram, unidas pelo respeito e fraternidade, alguém em quem confiar, angariando forças para ir além e deparando-se com um objetivo mais nobre e digno para suas vidas.

Cremos em Jesus, que é para nós o grande Mestre e sublime exemplo da Humanidade, modelo e guia ao qual devemos seguir, buscando a cada dia nos assemelhar.

Respeitamos todas as opiniões, sem nos julgarmos melhores, pois sabemos ser impossível que a Verdade pertença apenas a alguns e, desta forma, procuramos nos aproximar Dela através da compreensão e vivência do Evangelho.

Entendemos que o mundo melhora à medida que nos melhoramos, sendo para nós um simples momento ocasião benfazeja onde podemos estender nossas mãos ou compartilharmos um sorriso para fazer alguém feliz, pois o que nos move é a caridade, sentindo-nos em plenitude ao amarmos o próximo como a nós mesmos.

Acreditamos em um Deus de bondade, sabedoria e justiça que nos abençoa com a Vida, proporcionando-nos oportunidades de trabalho e aprendizado, que são, para nós, fontes de progresso e alegrias.

Reportamo-nos ao plano espiritual sem desprezar a matéria, porém colocando as riquezas do Espírito como alvos primordiais a conquistarmos, amando e servindo ao Criador na pessoa de nossos semelhantes.

Assim, por sentirmos a paz invadir nossos corações, é motivo de grande alegria vê-la(o) juntar-se conosco nesta família, onde dividimos sentimentos, pensamentos e a luz intensa que brilha, irradiando de nossas almas.

Visite um Centro Espírita, esperamos carinhosamente por ti!



Angústia Materna

Atingíramos o horário de lições em nossa reunião da noite de 17 de maio de 1956, quando, trazida ao recinto por nossos benfeitores espirituais, a irmã desencarnada, Sebastiana Pires, se utilizou das possibilidades mediúnicas para transmitir-nos a sua história, que passamos à consideração de nossos leitores como doloroso ensinamento ao amor fraterno.

O coração materno é uma taça de amor em que a vida se manifesta no mundo.
Ser mãe é ser um poema de reconforto e carinho, proteção e beleza.
Entretanto, quão grave é o ofício da verdadeira maternidade!...
Levantam-se monumentos de progresso entre os homens e devemo-los, em grande parte, às mães abnegadas e justas, mas erguem-se penitenciárias sombrias e devemo-las, na mesma proporção, às mães indiferentes e criminosas.
É que, muitas vezes, transformamos o mel da ternura, destinado por Deus à alimentação dos servidores da Terra, em veneno do egoísmo que gera monstros.
Fala-vos pobre mulher desencarnada, suportando, nas esferas inferiores, o peso da imensa angústia.
Resumirei meu caso para não inquietar-vos com a minha dor.

Moça ainda, desposei Claudino, um homem digno e operoso, que ganhava honestamente o pão de cada dia em atividades comerciais.
Um filhinho era o maior ideal de nossos corações entrelaçados no mesmo sonho.
E, por essa razão, durante seis anos consecutivos orei fervorosamente, suplicando a Deus nos concedesse essa bênção...
Uma criança que nos trouxesse a verdadeira alegria, que nos consolidasse o reino de amor e felicidade...
Depois de seis anos, o filhinho querido vagia em nossos braços.
Chamamos-lhe Pedro, em homenagem ao segundo Imperador do Brasil, cuja personalidade nos merecia entranhado respeito.
Contudo, desde as primeiras horas em que me fizera mãe, inesperado exclusivismo me tomou o espírito fraco.
Acalentei meu filho como se a alma de uma leoa me despertasse no seio.
Não obstante os protestos de meu marido, criei Pedro tão-somente para a minha admiração, para o meu encantamento e para o círculo estreito de nossa casa.
Muitas vezes perdia-me em cismas fantasiosas, arquitetando para ele um futuro diferente, no qual, mais rico e mais poderoso que os outros homens, vivesse consagrado à dominação.
Por esse motivo, mal ensaiando os primeiros passos, Pedro, estimulado por minha leviandade e invigilância, procurava ser forte em mau sentido.
Garantido por mim, apedrejava a casa dos vizinhos, humilhava os companheiros e entregava-se, no templo doméstico, aos caprichos que bem entendesse.
Debalde Claudino me advertia, atencioso.
Meus princípios, porém, eram diversos dos dele e eu queria meu filho para vaidosamente reinar.
Na escola primária, Pedro se fez pequenino demônio.
Desrespeitava, perturbava, destruía...
Ainda assim, vivia eu mesma questionando com os professores, para que lhe fossem assegurados privilégios especiais.
A criança era transferida de estabelecimento a estabelecimento, porque instrutores e serventes me temiam a agressividade sempre disposta a ferir.
Em razão disso, na primeira mocidade, vi meu filho incapacitado para mais amplos estudos.
A índole de Pedro não se compadecia com qualquer disciplina, porque eu, sua mãe, lhe favorecia o despotismo, a vaidade e o orgulho gritantes.
Quando nosso rapaz completou dezesseis anos, o pai amoroso e correto providenciou-lhe tarefa digna, mas, findo o terceiro dia de trabalho, Pedro chegou em casa choramingando, a queixar-se do chefe, e eu, em minha imprudência, lhe aceitei as lamentações e exigi que Claudino lhe dobrasse a mesada, retirando-o do emprego em que, a meu ver, apenas encontraria pesares e humilhações.
O esposo me fez ver a impropriedade de semelhante procedimento, no entanto, amava-me demais para contrariar-me os caprichos e, a breve tempo, nosso filho entregou-se a deploráveis dissipações.
Aquele a quem idealizara um futuro de rei, chegava ao lar em horas avançadas da noite, cambaleando de embriaguez.
O olhar piedoso de Claudino para as minhas lágrimas dava-me a entender que as minhas preocupações surgiam demasiado tarde.
Todos os meus cuidados foram então inúteis.
Gastador e viciado, Pedro confiou-se à bebida, à jogatina, comprometendo-se num estelionato de grandes proporções, em que o nome paterno se envolveu numa dívida muito superior às possibilidades de nossa casa.
Claudino, desditoso e envergonhado, adoeceu, sem que os médicos lhe identificassem a enfermidade, falecendo após longos meses de martírio silencioso.
Morto aquele que me fora companheiro devotadíssimo, vendi nossa residência para solver grandes débitos.
Recolhi-me com Pedro num domicílio modesto, entretanto, embora me empregasse, aos cinqüenta anos, para atender-lhe as necessidades, comecei a sofrer, das mãos de meu filho ébrio, dilacerações e espancamentos.
Certa noite, não pude conter-lhe os criminosos impulsos e caí golfando sangue...
Internada num hospital de emergência, senti medo de partilhar o mesmo teto com o homem que meu ventre gerara com desvelado carinho e que se me transformara em desapiedado verdugo.
Fugi-lhe, assim, ao convívio.
Procurei velha companheira da mocidade, passando a morar com ela num bairro pobre.
E, juntas, organizamos pequeno bazar de quinquilharias.
Pensava em meu filho, agora, entre a saudade e a oração, entregando-o à proteção da Virgem Santíssima.
Finda a tarefa diária, recolhia-me a sós em singelo aposento, trazendo em minhas mãos o retrato de Pedro e rogando ao Anjo dos Desvalidos amparasse aquele cuja posição moral eu apenas soubera agravar com desleixo delituoso.
Amealhei algum dinheiro...
Dez anos correram apressados sobre a minha nova situação.
E porque as nossas migalhas viviam entesouradas em meu quarto de velha indefesa, cada noite me armava de um revólver sob o travesseiro, ao mesmo tempo que desbotada fotografia era acariciada por minhas mãos.
Numa noite chuvosa e escura, observei que um homem me rondava o leito humilde.
Alteava-se a madrugada.
O desconhecido vasculhava gavetas procurando algo que lhe pudesse, naturalmente, atender à viciação.
Não hesitei um momento.
Saquei da arma e buscava a mira correta para que o tiro fosse desfechado com segurança, quando a luz de um relâmpago penetrou a vidraça...
Apavorada, reconheci, no semblante do homem que me invadia a casa, meu filho Pedro, convertido em ladrão.
Esmoreceram-se-me os braços.
Quis gritar, mas não pude.
A comoção insofreável como que me estrangulava a garganta.
Contudo, através do mesmo clarão, Pedro me vira armada e bradou, sem reconhecer-me de pronto:
- Não me mates, megera! Não me mates!
Avançou sobre mim como fera sobre a presa vencida e, despojando-me do revólver a pender-me das mãos desfalecentes, sufocou-me com os dedos que eu tantas vezes havia acariciado, e que me asfixiavam, agora, como garras assassinas...
Não consegui, realmente, pronunciar uma só palavra.
No entanto, ligada ainda ao meu corpo, meus olhos e meus ouvidos funcionavam eficientes.
Registrei-lhe o salto rápido sobre a acendedor de luz...
Naturalmente, ele agora contava simplesmente com um cadáver.
Contemplei-o com a ternura da mulher que ainda ama, apesar de sentir-se em derrocada suprema e notei que Pedro se inclinou, instintivamente, para a minha mãe esquerda, crispada, a guardar-lhe a fotografia.
Horrorizado, exclamou:
- Mãe, minha mãe! Pois és tu?
Para falar com franqueza, daria tudo para volver ao equilíbrio orgânico, acariciar-lhe de novo os cabelos e dizer-lhe: - Filho querido, não se preocupe! Regenere-se e sejamos felizes voltando a viver juntos! Estou velha e cansada... Fique comigo! Fique comigo!...
Entretanto, minha língua jazia inanimada e minhas mãos estavam hirtas.
Lágrimas ardentes borbotavam-me dos olhos parados, enquanto a voz querida me gritava estridente:
- Mamãe! Mamãe! Minha mãe!...
Um sono profundo, pouco a pouco, se apoderou de mim e somente mais tarde acordei numa casa de socorro espiritual, onde pude reconstituir minhas forças para empreender a restauração de minha alma diante da Lei.
No entanto, até agora, busco meu filho para rogarmos juntos a bênção da reencarnação em que eu possa extirpar-lhe do sentimento a hera maldita do orgulho e do egoísmo, da viciação e da crueldade.
E enquanto sofro as conseqüências de meus erros deliberados, posso clamar para as minhas companheiras do mundo:

- Mães da Terra, educai vossos filhos!
Afagai-os no carinho e na retidão, na justiça e no bem.
Uma criança no berço é um diamante do Céu para ser burilado.
Lembrai-vos de que o próprio Deus, em conduzindo à Terra o seu Filho Divino, Nosso Senhor Jesus-Cristo, fê-lo nascer numa estrebaria, deu-lhe trabalho numa oficina singela, induziu-o a viver em serviço dos semelhantes e permitiu que Ele, o Justo, fosse imerecidamente imolado aos tormentos da cruz.

Sebastiana Pires

Francisco Cândido Xavier, Vozes do Grande Além, Espírito Diversos

Mensagem de Clara Nunes: Acordei num Barco cheio de Flores

(Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em 15-9-1984, Uberaba – MG)

Com a permissão da Sra. Maria Gonçalves da Silva, carinhosamente conhecida em Caetanópolis como Mariquita, irmã de Clara Nunes, estamos apresentando uma mensagem psicografada da cantora Clara Nunes.

Pelas mãos caridosas de Francisco Cândido Xavier, Clara Nunes rompeu o silêncio do túmulo e veio consolar os seus entes queridos narrando, com detalhes, os seus últimos momentos na Terra, assim como a sua chegada ao plano espiritual e, ainda, os seus planos para o futuro.

Clara Nunes, devido às suas músicas com base no afro-brasileiro, era uma sensível mística e a Umbanda enchia-lhe a alma, porém, alcançou Kardec, através de suas obras, bem como as psicografadas por Francisco Cândido Xavier, sendo que a leitura dos livros de André Luiz lhe emocionava que chegava às lágrimas.

Passemos à apreciação da página que, certamente, nos enriquecerá mais espiritualmente, agradecendo aos familiares de Clara por esta gentileza:

Mensagem:

“Querida Maria, eu pressentia que o encontro, através de notícias, seria primeiramente com você. Somente você teria suficiente disposição para viajar de Caetanópolis até aqui, no objetivo de atingir o nosso intercâmbio.

Descrever-lhe o que se passou comigo é impossível agora. Aquela anestesia suave que me fazia sorrir se transformou numa outra espécie de repouso que me fazia dormir. Sonhava com vocês todos e me via de regresso à infância. Cantava. Era uma alegria que me situava num mundo fantástico. Melodias e cores, lembranças e vozes se mesclavam e eu me perdia naquele êxtase desconhecido. Não cuidava de mim. Lembrava-me dos que ficavam, mas ainda não sabia se a mudança seria definitiva. Conte ao nosso querido Paulo a minha experiência. Tantos dias no descanso, ignorando o que vinha a ser tudo aquilo que se me apresentava à imaginação, por fantasia que desconhecia como deslindar. Peço a você solicitar ao Paulo me perdoe se lhes transmito as presentes notícias com a fidelidade possível.

Acordei num barco engalanado de flores, seguida de outras embarcações nas quais muitos irmãos entoavam hinos que me eram estranhos, hinos em que o amor por Iemanjá era a tônica de todas as palavras. Os amigos que me seguiam falavam de libertação e vitória. Muito pouco a pouco, me conscientizei e passei, da euforia ao pranto de saudade porque a memória despertara para a vida, na retaguarda e o nosso Paulo se fazia o centro de minhas recordações. Queria-o ali naquela abordagem maravilhosa, pois os barcos se abeiravam de certa praia encantadoramente enfeitada de verde nas plantas bravas que a guarneciam. Quando o barco que me conduzia ancorou suavemente, uma entidade de grande porte se dirigiu a mim com paternal bondade e me convidou a pisar na terra firme. Ali estavam o meu pai Manoel e a nossa mãezinha Amélia. Os abraços que nos assinalavam as lágrimas de alegria pareciam sem fim. Era muita saudade acumulada no coração. Ali, passei ao convívio de meus pais e os meus guardiões retornavam ao mar alto.

Retomei a nossa vida natural e em companhia de meu pai Manoel pude rever você e os irmãos todos, comovendo-me ao abraçar a nossa Valdemira que me pareceu um anjo preso ao corpo. Querida irmã, não disponho das palavras exatas que me correspondam as emoções. Peço a você reconfortar o nosso Paulo e dizer-lhe que não perdi o sonho de meu filhinho que nascesse na Terra de nossa união e de nosso amor. O futuro é luz de Deus. Quem sabe virá para nós uma vida renovada e diferente, na qual possamos realmente pertencer-nos para as mais lindas realizações? Você diga ao meu poeta e meu beletrista querido que estou contente por vê-lo fortalecido e resistente, exceção feita aos copinhos que ele conhece e que estou vendo agora um tanto aumentados. Desejo que ele saiba que o meu amor pelo esposo e noivo permanente que ele continua sendo para mim está brilhando em meu coração, em meu coração que continua cantando fora do outro coração que me prendia.

A cigarra, por vezes, canta com tanta persistência em louvor de Deus e da Natureza que se perde nas cordas que lhe coordenam a cantiga, caindo ao chão desencantada. O meu coração da vida física não suportou a extensão das melodias que me faziam viver e, uma simples renovação para tratamento justo, me fez repousar nas maravilhas diferentes a que fui conduzida. Espero que o nosso Paulo consiga ouvir-me nestas letras. Agradeço a ele as atitudes dignas com que me acompanhou até o fim do corpo, tanto quanto agradeço a você e as nossas irmãs e irmãos o respeito com que me honraram a memória abstendo-se de reclamações indébitas junto aos médicos humanitários que se dispuseram a servir-nos. Querida irmã, continuem com o nosso grupo em Caetanópolis, o irmão José Viana e o Dr. Borges estão conquistando valiosas experiências. Muitas saudades e lembranças a todos os nossos e pra você um beijo fraternal com as muitas saudades de sua, Clara.”

(Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em 15-9-1984, Uberaba – MG)

Fonte: Kardec Rio Preto

VAMPIRISMO E PARASITISMO ESPIRITUAL

( Larvas mentais, Ectoparasitas, Endoparasitas..

1. CONCEITOS: 

“Ação pela qual Espíritos involuídos, arraigados às paixões inferiores, se imantam à organização psicofísica dos encarnados (e desencarnados), sugando-lhes a substância vital.” (Martins Peralva- Estudando a Mediunidade.) 


“O parasitismo espiritual (ou vampirismo) é um processo grave de obsessão que pode ocasionar sérios danos àquele que se faz hospedeiro (o obsidiado), levando-o à loucura ou até mesmo à morte.” (Espiritismo de A a Z, citando Suely Caldas Schubert, Obsessão/Desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas.9 ed. Rio:FEB, 1994, p. 192)

2. ESPÉCIES:

1 - espíritos muito apegados às sensações materiais prosseguem, após o túmulo, a buscar as sensações que desfrutavam quando encarnados, se vinculando aos encarnados que vibram em faixa idêntica, parceiros de paixões desequilibrantes.

2 - os obsessores, por vingança e ódio, ligam-se às suas vítimas com o intuito de absorver-lhes a vitalidade, enfraquecendo-as, em busca de maior domínio.

3 - existem aqueles que, já libertos do corpo físico, ligam-se, inconscientemente, aos seres amados que permanecem na crosta terrestre, mas sem o desejo de fazer o mal.

4 - entre os encarnados, existem pessoas que vivem permanentemente sugando as forças de outros seres humanos, que se deixam passivamente dominar.

Vampirismo Recíproco:

O vampirismo pode, ainda, comportar a forma de Vampirismo Recíproco, onde ambos os espíritos envolvidos alimentam-se dos fluidos doentios do seu companheiro, apegando- se a ele instintivamente.
Um exemplo é o caso relatado na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, onde um homem desencarnado e uma mulher encarnada vivem em regime de escravidão mútua, nutrindo-se da emanação um do outro. Ela busca ajuda na sessão do trabalho desobsessivo realizado por um centro espírita e, com o concurso de entidades abnegadas, consegue o afastamento momentâneo do espírito obsessor. Bastou, porém, que o espírito fosse retirado para que ela o fosse procurar, reclamando sua presença.

3. CAUSAS EFETIVAS:

- desregramentos emocionais (tristeza, cólera, medo, etc.)
- Glutonaria
- Excessos alcoólicos
- Fumo
- desvios sexuais
No capítulo III da Obra “Missionários da Luz”, merecem destaque as passagens onde André Luiz e Alexandre observam médiuns que apresentam alguns dos desregramentos retro mencionados:

3.1. Sexo:

Pessoa observada: Rapaz que se exercitava no desenvolvimento mediúnico, freqüentando um centro numa cidade brasileira, em que o Espírito Alexandre era mentor. Casado há oito meses, no entanto era atraído irresistivelmente para ambientes malignos, não resistindo às atrações de atividades doentias no campo sexual, tornando-se por isto mesmo ponto de atração para entidades grosseiras no mundo espiritual, que agiam à maneira imperceptíveis vampiros.

Observação de André Luiz: “- As glândulas geradores emitiam fraquíssima luminosidade que parecia abafa por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. Começavam a movimentação sob a bexiga urinária e vibravam ao longo de todo o cordão espermático, formando colônias compactas nas vesículas seminais, na próstata, nas mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos, e lutavam com as células sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas, situavam-se no epidídimo, onde absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado. Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros na mesma faina de destruição. Seriam expressões mal conhecidas da sífilis?”

Resposta de Alexandre - “ - Não, André, não temos aí sob os olhos o espiroqueta de Schaudinn, nem qualquer nova forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos da tortura sexual, produzido pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médico do mundo não conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, chamemos-lhes de larvas, simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contacto com entidades grosseiras, que se afinizam com as predileções dele, entidades que visitam com freqüência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobrezinho ainda não pode compreender, que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, e não se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida, e recebendo as nossas advertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspectos dogmático exclusivo, no exame da fé religiosa. (...)

3.2. Álcool.

Pessoa observada: Cavalheiro maduro, que tentava a psicografia, na mesma reunião de desenvolvimento mediúnico.

Observação de André Luiz: “- Semelhava-se o corpo a um tonel de configuração caprichosa, de cujo interior escapavam certos vapores muito leves, mais incessantes. Via-se-lhe a dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma. Não tive qualquer dúvida. Deveria ele utilizar de alcoólicos em quantidade. O aparelho gastro-intestinal parecia totalmente ensopado em aguardente, porquanto essa substância invadia todos os escaninhos do estômago e começando a fazer-se sentir nas paredes do estômago, manifestava a sua influência até o bolo fecal. Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figuras horripilantes, postavam- se, vorazes, ao longo da veia horta, lutando desesperadamente com os elementos sangüíneos mais novos. Toda a estrutura do órgão se mantinha alterada. Terrível ingurgitamento. Os lóbulos cilíndricos, modificados, abrigavam células doentes e empobrecidas. O baço apresentava anomalias estranhas.”

Esclarecimento de Alexandre: “- Os alcoólicos aniquilavam-no vagarosamente:

a. Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilíbrio vital;
b. Todo o sistema endocrínico foi atingido pela atuação tóxica;
c. Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação;
d. Em vão esforçam-se os centros genitais para ordenar as funções que lhe são peculiares, porque o álcool excessivo determina modificações deprimentes sobre a própria cromatina;
e. Debalde trabalham os rins na excreção dos elementos corrosivos, porque a ação perniciosa da substância em estudo anula diariamente grande número de nefrons;
f. Os pâncreas, viciado, não atende com exatidão ao serviço de desintegração dos alimentos;
g. Larvas destruidoras exterminam as células hepáticas;
h. Profundas alterações modificam as disposições do sistema nervoso vegetativos;
i. Não fossem as glândulas sudoríparas, tonar-se-lhe-iam impossível a continuação da vida física.

3. 3. Glutonaria.

Pessoa observada: Dama simpática e idosa ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação, na mesma reunião;

Observação de André Luiz: “- Fraquíssima luz emanava de sua organização mental e, desde o primeiro instante, notara-lhe as deformações físicas.

a. O estômago dilatara-se horrivelmente;
b. O fígado, consideravelmente aumentado, demonstrava indefinível agitação;
c. Desde o duodeno à sigmóide, notavam-se anomalias de vulto;
d. Guardava a idéia de presenciar não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e sim, de vasto alambique gorduroso, cheirando a vinagre de condimentação ativa;
e. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se parasitos conhecidos, mas além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas que se agrupavam em grandes colônias desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula íleo-cecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição.

Esclarecimento de Alexandre: “- Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição.”

4. PROCESSO DE VAMPIRIZAÇÃO:

4.1.Produção das larvas mentais:

A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo e as viciações da personalidade formam criações inferiores, chamadas de larvas mentais, que são o alimento das entidades infelizes, portadoras de vigoroso magnetismo animal, contaminando o meio ambiente onde quer que o responsável pela sua produção circule. Formam nuvens de bactérias variadas, obedecendo ao princípio das afinidades.

4.2 O Contágio:
Para nutrir-se desse alimento, o desencarnado agarra-se aos companheiros de ignorância ainda encarnados, sugando-lhes a substância vital.
O médico Dias da Cruz lembra que "toda forma de vampirismo está vinculada à mente deficitária, ociosa ou inerte que se rende às sugestões inferiores que a exploram sem defensiva". E explica a técnica utilizada pelos espíritos vampirizadores, situando-a nos processos de hipnose.
Por ação do hipnotizador, o fluido magnético derrama-se no campo mental do paciente voluntário, que lhe obedece o comando. Uma vez neutralizada a vontade do sujeito, as células nervosas estarão subjugadas à invasão dessa força. Os desencarnados de condição inferior, consciente ou inconscientemente, utilizam esse processo na cultura do vampirismo.
Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade, sugando-lhes as energias, tomam conta de suas zonas motoras e sensoriais, inclusive os centros cerebrais (linguagem e sensibilidade, memória e percepção), dominando-as.
De acordo com Marlene Rossi Severino Nobre, membro da Associação Médico Espírita do Brasil (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 12, páginas 30-32), os espíritos inferiores desencarnados produzem substâncias destrutivas, que atingem os pontos vulneráveis de suas vítimas.
Essas substâncias, conhecidas como simpatinas e aglutininas mentais, têm a propriedade de modificar a essência do pensamento dos encarnados, que vertem contínuos dos fulcros energéticos do tálamo, no diencéfalo. Esse ajuste entre desencarnados e encarnados é feito automaticamente, em absoluto primitivismo nas linhas da natureza. Os obsessores tomam conta dos neurônios do hipotálamo, "acentuando a dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam para o governo das excitações e produzindo nas suas vítimas, quando contrariados em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático". (o nosso mentor André Luiz (Evolução Em Dois Mundos, Francisco C. Xavier, 11ª ed,1989, pg. 117-118)
A propósito, Allan Kardec (A Gênese, 29ª ed., FEB, pg. 305) relata que “Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele...” Ainda orienta o Codificador (mesma obra, pg. 285), que“Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quando, por sua extensão e irradiação, o perispírito com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com quem se acha em contato molecular. (...)Se os eflúvios maus são permanentes e enérgicos, podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.”

5. AS ENTIDADES EXPLORADORAS.
“vampiro é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens.”(Missionários da Luz, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier cap. 4.1 )
Tendo vivido muito mais de sensações animalizadas que de sentimentos e pensamentos puros, algumas criaturas, além do túmulo, prosseguem imantados aos ambientes domésticos que lhes alimentavam o campo emocional. Aos infelizes que caíram em semelhante condição de parasitismo, as larvas servem de alimento habitual.
No livro "Evolução em dois Mundos", André Luiz compara os parasitas existentes nos reinos inferiores da Natureza aos "parasitas espirituais", pois os meios utilizados pelos desencarnados, que se vinculam aos que permanecem na esfera física, obedecem aos mesmos princípios de simbiose prejudicial.
Reportando-se aos ectoparasitas (os que limitam sua ação às zonas de superfície, como os mosquitos sobre a pele) e aos endoparasitas (os que se alojam nas reentrâncias do corpo a que se impõem, como a infestação de elementos saprófagos), o autor traça um importante paralelo entre estes e a ação dos obsessores:

DESENCARNADOS AGINDO COMO ECTOPARASITA: absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizem. São os que se aproximam eventualmente dos fumantes, dos alcoólatras e de todos aqueles que se entregam aos vícios e desregramentos de qualquer espécie.

DESENCARNADOS AGINDO COMO ENDOPARASITA: conscientes os que, "após se inteirarem dos pontos vulneráveis de suas vitimas”, tomam conta de seu campo mental "impondo-lhes ao centro coronário a substância dos próprios pensamentos, que a vitima passa a acolher qual se fossem os seus próprios.” (Evolução em dois Mundos, André. Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier - Waldo Vieira, cap. XIV a XV, 5.. ed. FEB.).

Os obsessores utilizam também as formas ovóides, para intensificar o cerco sobre suas vítimas, imantando-as a estas, para instalar o parasitismo espiritual. Envolvido nos fluídos dos obsessores, com o pensamento controlado pela interferência hipnótica dos algozes, o obsidiado passa a viver no clima que estes criaram, agravado pelas ondas mentais altamente perturbadoras dos ovóides, vendo inclusive os clichês mentais que projetam em fenômenos alucinatórios ou ouvindo-lhes as acusações na acústica da mente.

O corpo espiritual se transforma em um corpo ovóide em três casos:

1º) O homem selvagem quando retorna, após a morte do corpo denso, ao plano espiritual, sente-se atemorizado diante do desconhecido. A vastidão cósmica o assusta, bem como a visão de Espíritos, mesmo os bons e sábios, pois crê estar frente a deuses e, por isso, refugia-se na choça que lhe serviu de moradia terrestre. Anseia por retornar à taba onde vivera e ao convívio dos seus e alimenta-se das vibrações dos que lhe são afins. Nestas condições estabelece-se nele o monoideísmo, isto é, idéia fixa, abstraindo-se de tudo o mais. O pensamento que lhe flui da mente permanece em circuito viciado, continuamente. É o monoideísmo auto-hipnotizante. Não havendo outros estímulos, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, tal como ocorre aos órgãos do corpo físico.

2º) Desencarnados, em profundo desequilíbrio, aspirando a vingar-se ou portadores de vicioso apego, envolvem e influenciam aqueles que lhes são objeto de perseguição ou atenção e auto-hipnotizam-se com as próprias idéias, que se repetem indefinidamente. Em conseqüência, os órgãos perispiríticos se retraem, por falta de função, assemelhando-se então a ovóides, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, por sentirem culpa, remorso, ódio, egoísmo, externados em vibrações incessantes, sob o comando da mente. Configura-se, neste caso, a parasitose espiritual.

3º) Os grandes criminosos, ao desencarnar, ver-se-ão atormentados pela visão repetida e constante dos próprios crimes, vícios e delitos, em alucinações que os tornam dementados. Os clichês mentais que exteriorizam torna-lhes o fluxo do pensamento vicioso, resultando no monoideísmo auto-hipnotizante. E tal como nos casos anteriores, perdem os órgãos do corpo espiritual, transubstanciando-se em ovóides.

6. O COMBATE AO VAMPIRISMO

6.1. Reencarnações Expiatórias: são conseqüências da lei de ação e reação,
constituindo-se no recurso utilizado pela Providência para devolver o equilíbrio aos espíritos, quando a reconciliação pelo amor torna-se inviável. A família consangüínea é o instrumento utilizado pela Providência para promover o resgate dos espíritos envolvidos. Inicialmente, reencarna o que tiver mais méritos, sendo indicada para recebê-lo como mãe alguém que tenha débitos a serem resgatados relativamente à maternidade, uma vez que a gestação trará o desconforto gerado pelo assédio do vingador. Desde as primeiras ligações fluídicas do reencarnante ao corpo físico, passando pela infância, adolescência e até atingir a fase adulta, o espírito que retorna continua padecendo da influência de seu desafeto, que lhe permanece enlaçado pela força de sentimentos negativos. Mais uma vez o instituto da família é usado pela Providência para que o reencarnante, através de uniões conjugais provacionais, ofereça ao seu verdugo um novo corpo, como filho consangüíneo, para que o amor de paternal ou maternal o envolva e promova o resgate dos equívocos praticados no passado.

6.2. Transformação do Ser: A arma fundamental de combate ao vampirismo é a transformação do Ser, visando as melhores condições de seu campo eletromagnético. Assim, quem sofre com tal influência espiritual negativa pode dela se livrar através do serviço no bem, com a prática do amor ao próximo. Ao reconhecer sua culpa, pode começar a construir a cura reajustando-se e servindo como exemplo ao seu perseguidor.
É conveniente recordar os ensinamentos de Kardec quando afirma que “os espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos porque Espírito não morre, mas uma força instintiva os manteriam afastados dali como a criatura terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante.” (A Gênese, cap. XIV, item 11).
Sem esta transformação, as tentativas externas de desligamento das entidades infelizes não encontram sucesso. Não adianta o trabalho de retirada dos vampiros, mesmo inconscientes, se o encarnado invoca mentalmente as entidades, atraindo-as novamente para o seu convívio. O mesmo pode ser dito com relação à doutrinação das entidades. Embora efetuada com perseverança e métodos precisos, a medida exige tempo e tolerância fraternal, podendo encontrar obstáculo no fato do encarnado haver se convertido em poderoso imã de atração.

6.3. Oração: A oração é o mais eficiente antídoto do vampirismo. A prece é vibração, energia, poder. A prece provoca um estado psíquico que revela nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder. Toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma gradativamente, em foco irradiante de energias da divindade.
No Capítulo IV da obra Missionários da Luz, há o relato da prece de Cecília, que rezando pelo esposo, é cercada por luzes sublimes, rogando pela iluminação do companheiro a que parecia amar infinitamente. Seu coração se transformava num foco ardente de luz, do qual saíam inúmeras partículas resplandecentes, projetando-se sobre o corpo e sobre a alma do esposo com a rapidez de minúsculos raios. Os corpúsculos radiosos concentravam-se em massa, destruindo as pequenas formas horripilantes do vampirismo devorador.

7. CASOS DE VAMPIRISMO NA LITERATURA ESPÍRITA.

Além daqueles mencionados no decorrer do presente trabalho, a título de ilustração, são inúmeros os casos de vampirismo narrados na literatura espírita, com destaque para aqueles ilustrados por André Luiz:

Nosso Lar - Caso da mulher cercada de pontos negros, que, chegada do Umbral, implora socorro do outro lado da cancela. O socorro é negado, em virtude de tratar-se de um forte vampiro, cujos pontos negros representavam cinqüenta e oito crianças assassinadas ao nascer.

Obreiros da Vida Eterna - Cenas de vampirismo em uma enfermaria de hospital. "Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os".

Nos Domínios da Mediunidade - (capítulo X) Caso da Jovem Parricida (pág. 71 a 79) e Caso Pedro (capítulo IX) “uma convulsão epiléptica o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido, mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se.”

Libertação - (pág. 140 e 141) Caso da jovem Clorótica, que mantinha uma ligação mental com os seus obsessores, permitindo o domínio completo de sua mente, que utilizavam como se fosse a deles. Encontrava-se praticamente desapossada de seu livre-arbítrio e suas reações não mais lhe pertenciam, pois expressavam a vontade das entidades que funcionavam como seus algozes. E caso Margarida- Gregório (p. 110), onde o personagem Gregório vampiriza antiga companheira de nome Margarida, quando solicitado pelo mentor Gúbio a interromper a vampirização que colocava a vida de Margarida em perigo, afirma ter necessidade do alimento psíquico que só a mente de Margarida pode proporcionar.

Entre a Terra e o Céu - (cap. III) Caso Odila- Zulmira: A jovem senhora é Zulmira, e a irmã desencarnada que lhe vampiriza o corpo é Odila, a primeira esposa de Amaro, dolorosamente transfigurada pelo ciúme a que se recolheu. Empenhada em combater aquela que considera inimiga, imanta-se a ela, através do veículo perispirítico, na região cerebral, dominando a complicada rede de estímulos nervosos e influenciando os centros metabólicos, com o que lhe altera profundamente a paisagem orgânica.

No Mundo Maior - (pág. 37 a 74) Caso Pedro-Camilo, 20 anos sob a atuação de um único obsessor. Durante esse período, o quimismo espiritual ou a fisiologia do perispírito se desequilibrou e, conseqüentemente, desencadeou distúrbios orgânicos, entre os quais a ameaça de amolecimento cerebral.

8. CONCLUSÃO

Dias da Cruz, no livro “Instruções Psicofônicas” Espíritos Diversos, através de mensagem psicografada por Francisco C. Xavier, afirma ser imperativo o uso dos antissépticos do Evangelho para garantir a higiene mento-psíquica. E prossegue:
“Bondade para com todos, trabalho incansável no bem, otimismo operante, dever irrepreensivelmente cumprido, sinceridade, boa-vontade, esquecimento integral das ofensas recebidas e fraternidade simples e pura, constituem sustentáculo de nossa saúde espiritual.” (...) Procurando, pois, o Senhor e aqueles que o seguem valorosamente, pela reta conduta de cristãos leais ao Cristo, vacinemos nossas almas contra as flagelações externas ou internas da parasitose mental.”
A prática do bem rompe os sentimentos inferiores, produzindo, além da própria transformação de quem o pratique, também a daqueles que a ele se agrega pelos vínculos do ódio e da vingança, pelo exemplo de fraternidade.
Desse modo, os espíritos vingadores, ao encontrar a vítima transformada pelo esforço na prática do bem, da mesma forma como foram atraídos pelas suas fraquezas, serão contagiados pela nova situação e, em conseqüência, desestimulados a prosseguirem a perseguição.
É possível concluir que pela prática da caridade, é possível obter a transformação moral necessária para se modificar e aos inimigos, evitando-se dolorosos resgates reparatórios.

Por Fernanda Louro Figueras


O Espírito Desencarnado e suas aparições e por vezes projeções da Consciência.

Espírito desencarnado, com seu antigo aspecto, "aparecem" aos vivos. Normalmente, é relatado que os espíritos desencarnados assustam em casas, teatros, escolas e outros locais de sua existência anterior.

Há quem, por convicções religiosas, creia e respeite a presença de Espírito desencarnado (ver Espiritismo). Mas a idéia mais aceita é que estas estranhas aparições ligam-se aos medos, desejos e conflitos da psicologia humana. Assombrar é uma palavra de muitos significados, usada em vários contextos. Sua conotação é de admiração, abalo, estarrecimento, como quando uma lembrança ou uma idéia fascina a mente. Segundo a corrente espírita, os espíritos desencarnados se apegam aos seres vivos, objetos de seu amor na vida acabada, e se materializam para prestar auxílio — caso dos espíritos muito evoluídos — ou porque a morte inesperada os faz sofrer.

As almas-penadas são vítimas do deslocamento, inviáveis em seu antigo mundo. Espírito desencarnado ainda ligados a vidas passadas não podem afetar os eventos, exceto através de sua influência sobre as mentes dos vivos. O que os traz de volta é alguma situação injusta, ou ainda não resolvida, que devem remediar antes de irem para o seu local do repouso definitivo. Portanto, os Espírito desencarnado, em termos metafísicos, ocupam um tipo de meio estágio entre a vida e a vida após a morte.

Relutam em aceitar a forma com que sua vida foi encerrada. Na doutrina espírita, e em várias outras religiões, eles não aceitam a brevidade de seu tempo na Terra. Assim, os espíritos desencarnados representam um tipo de vida após a morte, permitindo alívio para a aflição humana de, um dia, deixar de existir. Para aqueles que temem a morte de amigos e entes queridos, a aparição de Espírito desencarnado serve de consolo já que prova a sobrevivência da alma e, de certa forma, deixa aberta a possibilidade de um futuro reencontro. Assim sendo, além de qualquer crença na sua existência sobrenatural, a função original dos espíritos desencarnados diz muito sobre a natureza humana.

Não conseguem abandonar as antigas lembranças, pois sua característica mais famosa é a memória — uma projeção do papel obsessivo que a memória representa na vida humana. os espíritos desencarnados são projeções temidas, porém desejadas, do próprio indivíduo após a morte, recusando a separação dos familiares, ansiosos para retificar pecados ou vingar o sofrimento imposto pelos pecados de outros. Espírito desencarnado representam a segunda chance que todos desejam. A aparência da materialização — sem a substância na qual as aparências são normalmente constituídas — reflete a própria fantasia que cada ser humano tem de como seria se pudesse sobreviver à morte.

A aparência híbrida dos espíritos desencarnados pode ter suas origens na contradição entre o desejo e a impossibilidade de sobreviver. os espíritos desencarnados são lembranças do passado, mas também invasores do presente. Não há espaço para eles aqui. Ter saudades de uma pessoa é lembrar dela e desejar vê-la — nem que seja como um espírito desencarnado. Embora as pessoas identifiquem suas esperanças e medos sobre a morte, têm medo de se perder no espaço misterioso entre a vida e a vida após a morte.

Receiam os espíritos desencarnados por não alcançar a consciência de que eles projetam o medo: são espelho da própria mente que os cria.




Fonte:Edu Medeiros
Paracleto

Epilepsia e Espiritismo,

A epilepsia é tão antiga como o homem. 
Sabe-se de legislações a respeito de pacientes epilépticos no código de Hammurabi e, na antiga Grécia, se lhe chamava "a doença sagrada", pois devido à característica súbita e inesperada do fenômeno se acreditava que os deuses ou demônios possuíam o corpo do enfermo.

"Do grego deriva o termo epilepsia que significa ‘ser tomado desde acima’. Hipócrates, pai da Medicina escreveu ‘A respeito da doença sagrada’, e quatro séculos antes de nossa era disse que não era mais sagrada do que qualquer outra e que tinha seu assento no cérebro. 
Em Roma se lhe chamou a ‘doença comicial’, pois o fato de que algum dos assistentes apresentasse uma convulsão era um sinal de suspender as eleições."

Portadores de epilepsia sofrem com o estigma, o preconceito, a vergonha e o medo do desconhecido. A epilepsia é uma doença cerebral caracterizada por convulsões, que vão desde as quase imperceptíveis até aquelas graves e freqüentes. A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo são portadoras de epilepsia, sendo que, destas, 40 milhões estão em países subdesenvolvidos. Apesar desse cenário alarmante, a organização afirma que 70% dos novos casos diagnosticados podem ser tratados com sucesso, desde que a medicação seja usada de forma correta. (1)

O tratamento preferencial para a epilepsia é o medicamentoso. O uso das drogas anticonvulsivas é eficaz em 70% a 80% dos casos. Para os pacientes com epilepsia refratária às drogas anticonvulsivas (20% a 30% dos casos), o tratamento indicado é o cirúrgico. Dependendo do tipo de epilepsia, a cirurgia pode ser bem sucedida em até 80% desses pacientes. A cirurgia se desenvolveu, principalmente, a partir dos anos 80 com o avanço da tecnologia nos exames de imagens. A ressonância magnética estrutural e a funcional (SPECT), além do monitoramento em vídeo, permitem fazer um diagnóstico exato do foco epiléptico. Porém, apesar da tecnologia médica atual, "É como atirar no escuro e esperar que o alvo seja acertado". É assim que o neurologista Ley Sander, professor do Departamento de Epilepsia Clínica e Experimental do University College London, define o tratamento da epilepsia.

"Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente por sua elevada incidência, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência de suas crises, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais que, na grande maioria das vezes, são injustificadas", afirma o neurologista Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD, Professor titular, Dep. de Neurosciências da Universidade de Guadalajara, no México. (2)

Foi Hipócrates (em torno de 460-375 aC) - talvez influenciado por Atreya, pai da medicina hindu (e que viveu 500 anos antes) - quem passou a afirmar que a epilepsia não tinha uma origem divina, sagrada ou demoníaca, mas que o cérebro era responsável por essa doença. E, apenas muitos anos depois, Galeno (129 - em torno de 200 dC) fez a primeira classificação de diferentes formas da doença. (3) Apesar das afirmações de Hipócrates e Galeno, as crenças em torno da epilepsia como possessão, maldição ou castigo, perpetuaram por muito tempo.

A epilepsia, sob a ótica do Espiritismo, é uma doença neurológica, como qualquer outra doença que pode alterar o organismo humano, por isso mesmo deve ser tratada com os especialistas da medicina terrena. A propósito, alguns estudantes do Instituto Politécnico do México (IPN) criaram um dispositivo que diminui os ataques de epilepsia, consoante informa o instituto da Cidade do México. "Com o objetivo de contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de epilepsia, estudantes criaram o Saceryd, que reduz a freqüência e a intensidade das crises por meio de estímulos elétricos"(4). Nos Estados Unidos, já existe aparelho semelhante.

Não há dúvida que a terapêutica espírita poderá ajudar na recuperação do equilíbrio físico do enfermo, se for ministrada adequadamente, sem nunca dispensar a assistência médica. Porém, muitas pessoas confundem as crises epilépticas com sintomas obsessivos ou mediunidade a ser desenvolvida, o que é um grave erro. Ainda hoje, em pleno Século XXI – a despeito de todas as proezas da medicina –, muitos centros espíritas e igrejas de outros vários credos, sobretudo no Brasil, lidam com a epilepsia – como se esta fosse originada de "incorporações de Espíritos de mortos", de "possessões pelo demônio" etc. Até bem pouco tempo atrás, em todo o mundo, os ataques epilépticos, as convulsões cerebrais, o histerismo, as doenças em geral eram tratados quase que exclusivamente com "passes magnéticos" ou "exorcismos", muitas vezes violentíssimos e desumanos.

A epilepsia não é obsessão, muito embora esta possa, às vezes, se apresentar com os sintomas da epilepsia, e o epiléptico pode ser portador de um processo obsessivo. Daí a confusão que muitas vezes é feita entre uma coisa e outra. O conceito que existe no meio espírita de que os epilépticos são médiuns que deveriam desenvolver suas mediunidades é completamente equivocada.

Essa patologia mui raramente ocorre por meras alterações no encéfalo (5), como sejam as que procedem de pancadas na cabeça, geralmente, é enfermidade da alma, independente do corpo físico, que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas. Pois a epilepsia tem ligação com problemas espirituais. A recordação dessa ou daquela falta grave, que ficam enraizadas no Espírito sem que tenha tido oportunidade de desabafo ou corrigenda, cria na mente um estado patológico que se classifica de zona de remorso, provocando distonias diversas de uma encarnação para outra.

O corpo procede do corpo, porém há influência enorme da consciência do reencarnante, modelando seu próprio corpo, influenciando os genes da hereditariedade com o distúrbio ligado à causa pregressa no aproveitamento da Lei de Deus, para que o Espírito não escape ao seu destino doloroso, mas intransferível e necessário. No livro Missionários da Luz, cap. 12, André Luiz narra-nos inúmeras experiências em que o Espírito reencarnante pede que sejam alteradas certas condições físicas para que possa vencer as suas provas redentoras.

A epilepsia é uma doença neurológica e possui matrizes cerebrais para que ela ocorra. No entanto, muitos fatores podem provocar essas alterações cerebrais e, dentre eles, há a causa espiritual. A grande contribuição do Espiritismo nessa área é apontar causas espirituais diretas e indiretas. No livro A Gênese, no capítulo XIV, Allan Kardec ensina que uma obsessão intensa (forte interdependência entre o obsessor e o obsidiado) e prolongada pode gerar lesões orgânicas através dos fluidos espirituais "viciados": "Tais fluidos agem sobre o perispírito, e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com o qual está em contato molecular. (...) Se os fluidos maus forem permanentes e enérgicos, poderão determinar desordens físicas: certas moléstias não têm outra causa senão esta (6). O Mestre de Lyon reconhece em O Livro dos Espíritos, questões 481-483, que uma influência espiritual obsessiva pode causar uma neurolesão epiléptica e propõe que o método desobsessivo pode levar à cura do paciente”. (7)

A epilepsia possui muitas relações com mecanismos naturais das provas e expiações, no contexto das causas atuais e anteriores das nossas aflições. Assim, apesar da epilepsia ter uma causa orgânica, a influência espiritual para que ela aconteça não pode ser ignorada. Narra André Luiz um caso no qual, durante uma convulsão epiléptica, o obsessor, ligando-se a Pedro, produziu uma convulsão generalizada tônico-clônica. O mentor Áulus afirmou que ali se verificou um caso de possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro estava inconsciente e não teria lembrança do ocorrido, mas estaria atento como Espírito e, nessa condição, arquivaria a ocorrência, enriquecendo-se. (8)

Na seqüência do fato, após a prece e o passe, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo. "Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de "possessão", mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)"(9). Esse caso demonstra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor após a convulsão, certamente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do Espírito desencarnado. Infere-se pois, ante a presente exposição, que os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão também, tanto quanto existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos. Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica, considerando-se óbvio que a terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

Fontes:

(1) Disponível em Acessado em 10/10/2005;

(2) Disponível em www.cerebromente.org.br/n04/doenca/epilepsy/epilepsy.htm Acessado em 26/10/2005;

(3) Disponível em Acessado em 10/102005;

(4) Publicado no Jornal O ESTADO DE S. PAULO, VIDA &, segunda-feira, 17/10/2005, A13;

(5) O encéfalo ou cérebro, terminação principal aumentada do sistema nervoso central, ocupa o crânio ou caixa encefálica. O termo latino cerebrum tem sido usado de várias formas. De um modo geral significa encéfalo; também tem sido utilizado para indicar, especificamente, o prosencéfalo e o mesencéfalo. O adjetivo cerebral é dele derivado. Encéfalo, por sua vez, é de origem grega (enkép- halos). Termos como encefalite – que significa inflamação do encéfalo – são dele provenientes.

(6) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2004, Cap.XIV.

(7) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, Questões 481-483.

(8) Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997, Cap. 9.



Fonte:O Consolador