segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Antes de entrarmos no mérito da questão, necessário se faz a conceituação da palavra alma, para que nosso pensamento seja claro e objetivo, embasado no bom-senso kardequiano, através da magistral “Introdução ao Estudo da Doutrina dos Espíritos”, inserida em “O Livro dos Espíritos”, onde no inciso II, explica o Codificador Espírita:
“Segundo uns, a alma é o princípio da vida material orgânica. Não tem existência própria e se aniquila com a vida: é o materialismo puro”.
Com esta conceituação de alma, poderíamos dizer que as plantas, os animais e os homens teriam alma, mas incorreríamos em erro, pois com essa opinião estaríamos fazendo da alma efeito e não causa. Outra opinião seria:
“Pensam outros que a alma é o princípio da inteligência universal do qual cada ser absorve uma certa porção”.
Com esta opinião, espiritualista panteísta, descartaríamos o materialismo, mas, não resolveríamos a questão, pois, seríamos como gotas no oceano, sem individualidade, sem consciência de nós mesmos, seríamos centelhas da grande alma universal. Apesar de diferir da opinião procedente por não confundir princípio vital com princípio espiritual, os profitentes desta crença não explicam, complicam, pois confundem o todo com as partes ou o contrário se preferirem.
E para finalizarmos vamos a terceira opinião:
“Segundo outros, finalmente, a alma é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva sua individualidade após a morte”.
Sem dúvida esta é a opinião mais aceita e vai ao encontro das crenças instintivas, aceita na antiguidade e atestada por historiadores e antropólogos. Nem materialismo, nem panteísmo, mas espiritualismo, porque a alma deixa de ser efeito e passa a ser causa.
Daí conclui o Codificador:
“A fim de evitar todo equívoco, seria necessário restringir-se a acepção do termo alma a uma daqueles idéias. A escolha é indiferente;o que se faz mister é o entendimento, entre todos, reduzindo-se o problema a uma simples questão de convenção. Julgamos mais lógico tomá-lo na sua acepção vulgar e por isso chamamos ALMA ao Ser imaterial, e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo”.
Diante do exposto podemos avaliar a questão, concluindo que o termo “alma”, é ambíguo, pois, não expõe uma opinião ou sistema, mas sim, um proteu, como expõe o Codificador espírita nas linhas claras e precisas do seu pensamento.
E para maior clareza da tese em questão, Allan Kardec, o Espírita por excelência, encerra este assunto polêmico com as palavras:
“Evitar-se-ia igualmente a confusão, embora usando-se do termo alma nos três, desde que se lhe acrescentasse um qualificativo especificando o ponto de vista em que se está colocado, ou a aplicação que se faz da palavra. Esta teria, então, um caráter genérico, designando, ao mesmo tempo, o princípio da vida material, o da inteligência e o do senso moral, que se distinguiriam mediante um atributo, como os gases, por exemplo, que se distinguem aditando-se ao termo genérico as palavras hidrogênio, oxigênio, ou azoto. Poder-se-ia, assim, dizer, e talvez fosse o melhor, a alma vital – indicando o princípio da vida material; a alma intelectual – o princípio da inteligência, e a alma espírita – o da nossa, individualidade após a morte. Como se vê, tudo isto não passa de uma questão de palavras, mas questão muito importante quando se trata de nos fazermos entendidos. De conformidade com essa maneira de falar, a alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a alma intelectual pertenceria aos animais e aos homens; e a alma espírita somente ao homem.”
Se as instruções dadas por Allan Kardec, fossem incorporadas no estudo metódico de todas instituições espíritas, questões como essa, não seriam motivo para discussões intermináveis dos detentores da palavra inflamada que incendeia os meios ditos espíritas, que valoriza o romance preterindo as obras básicas da Codificação em completo alienamento da Doutrina Espírita.
Mas, afinal, os animais tem alma?
Deixaremos a resposta em pauta, para os Espíritos superiores, que nas questões 597 e 598 de “O Livro dos Espíritos”, diante das perguntas de Kardec, advertem:
“Pois que os animais possuem uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação, haverá neles algum princípio independente da matéria?
- Há e que sobrevive ao corpo.
Será esse princípio uma alma semelhante à do homem?
- É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.
Após, a morte, conserva a alma dos animais a sua individualidade e a consciência de si mesma?
“Conserva sua individualidade; quanto à consciência do seu Eu, não. A vida inteligente lhe permanece em estado latente.”
Sem comentários, encerramos, esperando que o bom-senso kardequiano e a sabedoria dos Espíritos superiores, ilumine nossa casa mental, tocando os nossos corações, porque somos seres em evolução e o que realmente importa é o respeito a vida em todos os níveis.

Mundo espiritual' é apontado em artigos científicos


Em um momento de tanta baixa-estima nacional, em várias áreas, nosso país pode orgulhar-se de uma coisa: pesquisadores sérios, cientistas em várias áreas, que tentam confirmar, ou infirmar, a existência de fenômenos espirituais. 

Quem tem  capitaneado e congregado grande parte destes esforços é o professor de psiquiatria da Universidade Federal de Juiz de Fora, Alexander Moreira-Almeida, especialista, mestre e doutor em psiquiatria pela USP, hoje provavelmente o psiquiatra que mais entende de espiritualidade, relação mente-corpo, no mundo todo. 

Tanto é que vem de ser eleito como o presidente do departamento de psiquiatria e religião da prestigiosa Associação Psiquiátrica Mundial (World Psychiatry Association). 

Alexander também é o presidente da Seção de psiquiatria da religião da Associação Brasileira de Psiquiatria. 

Ele dirige um núcleo de pesquisas científico na Unviersidade de Juiz de Fora (Nupes) voltado exclusivamente para a pesquisa do assunto e hoje, no Brasil, é o principal fomentador desta veia de discussão, fomentos  científicos e trabalho de pesquisa. 

O Nupes conta, além de revista própria, um importante canal televisivo de divulgação dos trabalhos (TV Nupes), aulas didáticas, discussões científicas de altíssimo matiz, gratuitas e disponíveis na internet (vide abaixo). 

Pode-se dizer que o protagonista disto tudo, Alexander, é um verdadeiro gênio (inclusive tive oportunidade de examiná-lo pessoalmente, ahahaha), e, como muitos grandes gênios, de uma bondade  e envergadura de espírito condizente com sua inteligência. 

Através da Nupes tive oportunidade de conhecer três trabalhos de alta relevância científica.
No primeiro deles (A poesia transcendente de Parnaso de além-túmulo, Alexandre Caroli Rocha, Dissertação mestrado em Teoria e História Literária, Unicamp, 2001. 
o autor, um cientista literário, destrincha o  inexplicável “maior fenômeno da literatura mundial” (citação minha): como um garoto de 17 anos, semi-analfabeto (4º ano primário, em cidadezinha do interior mineiro, Pedro Leopoldo), trabalhador braçal (hortas, ensacadora de algodão, fazenda), arrimo de família (trabalhando o dia todo), quase uma dezena de irmãos para cuidar, órfão, de uma penada só  psicografou 100 poetas brasileiros, desde os mais conhecidos (e difíceis , p.ex., Augusto dos Anjos, Cruz e Souza, Olavo Bilac, etc) até os absolutamente desconhecidos (p.ex. um poeta , sargento do Exército de Caxias,  que ninguém conhecia, ninguém sabia que existia, que escrevia poesias e que, por meio do pesquisador literário Elias Barbosa , foi redescoberto em anais e documentos do Exército no século XIX). Ninguém nem tinha ouvido falar do tal sargento, e este provou-se, existia mesmo e era poeta obscuro e bissexto. As poesias citadas no livro Parnaso de Além-Túmulo não comungam apenas da estilística literária completamente sui-generis de cada autor, mas também da temática, e , o que é dificílimo, de toda a métrica técnica (p.ex., duodecassílabos, alexandrinos, linguajar completamente hermético-esotérico [Augusto dos Anjos], etc).  Eu mesmo, que tenho um punhado de títulos universitários, que tenho por profissão ler e escrever, já tentei, durante um mês, reproduzir uma estrofe de Augusto dos Anjos e não consegui. Quanto mais escrever isto com versos do mesmo número de sílabas, com a sílaba tônica em tal ou tal lugar, ou seja, com todo o hiper-tecnicismo que a métrica poética exige (e que Chico Xavier cumpria). Só de um autor para mim foi impossível, imaginem para cem autores!! Imaginem um garoto de 17 anos!! Imaginem um rapaz do interior de Minas, braçal, ignorante, arrimo, sem tempo para jogar uma partida de biloca. Pois bem, esta é a tônica do estudo do cientista literário da Unicamp, Alexandre Caroli.
Mas há mais, há também o estudo de um grupo de pesquisadores brasileiros em psiquiatria, neuropsicologia, neurociências (do qual tenho orgulho de dizer que meu irmão, neuropsiquiatra Leonardo Caixeta, faz parte) que, nos Estados Unidos, estudando o cérebro de médiuns com métodos neurobiológicos rigorosos, estatísticos, absolutamente objetivos, constatou que o cérebro do médium, durante o transe mediúnico, é completamente diferente de outras pessoas e inclusive do próprio médium, quando escrevendo ou falando fora do transe. Mostra, portanto, que a atividade cerebral mediúnica, ao contrário do que muitos dizem, não é fruto apenas do psiquismo do médium, mas pode estar sofrendo influência de um outro processo externo, a comunicação com um postulado mundo espiritual. O trabalho foi publicado numa prestigiosa revista científica americana, e as imagens neurocerebrais podem ser vistas em: Neuroimaging during trance state: a contribution to the study of dissociation. 

Peres JF, Moreira-Almeida A, Caixeta L, Leao F, Newberg A.
PLoS One. 2012;7(11):e49360.

Na mesma linha, o pesquisador psiquiatra Alexander Moreira-Almeida publicou um importantíssimo trabalho de psiquiatria da religião, orientado inclusive em sua tese por um professor-cientista cristão protestante, trabalho no qual provou que os médiuns espíritas fidedignos, ao contrário do que sempre se divulgou (sobretudo no auge do espiritismo kardecista, na Europa do século XIX, quando havia a tese da “loucura espírita”) têm uma saúde mental até melhor do que a população geral.
Igualmente digno de nota é o trabalho do mesmo cientista literário citado acima, agora com sua tese de doutorado: O Caso Humberto De Campos: Autoria Literária e Mediunidade.
Alexandre Caroli Rocha, Tese de Doutorado em Teoria e História Literária, Unicamp, 2008. que versa sobre o estudo do trabalho literário de Humberto de Campos (Academia Brasileira de Letras), tanto quanto estava vivo quanto depois de morto (através da mediunidade psicográfica de Chico Xavier). 

O autor fez um trabalho hercúleo, debruçando-se sobre a vastíssima produção literária do “Humberto de Campos encarnado”, sabidamente o mais prolífico escritor brasileiro de todos os tempos. Suas obras completas somam dezenas e dezenas de volumes. 

Pois bem, o crítico literário Caroli chega a uma conclusão igualmente peremptória: não só a estilística de Humberto de Campos se mantém após a morte, mas também a semântica, a pragmática, a estrutura composicional, a paródia, o finíssimo arcabouço cognitivo. 

E isto, repitamos, em um médium que escreveu mais de 500 livros, cada livro com uma estilística e conteúdos diferentes, sui-generis, e próprios. Nem para um autor isto seriia possível, imaginem para centenas e centenas  deles!!

Este tipo de estudo literário já foi encetado e chegaram à semelhantes conclusões outros cientistas literários e escritores de grande envergadura nacional, tais como R. Magalhães Júnior, Bernardo Elis, estes dois também pertencentes à vetusta Academia Brasileira de Letras. 

Sobre o trabalho psicográfico de Chico Xavier, dizia R. Magalhães Junior: “Pode até ser fraude, mas se for fraude é a fraude mais perfeita que eu já vi.” Bernardo Élis diz mais ou menos o seguinte sobre a psicografia de três poetas goianos, por ocasião de uma passagem de Chico por aqui, onde os psicografou  de improviso, em longos excertos poéticos : “Não só os méritos, mas até os defeitos destes três poetas ele captou, por exemplo: Americano do Brasil continua sendo tão mau poeta do lado de lá quanto o foi do lado de cá.” Além disto, Bernardo Elis estuda cientificamente, minuciosamente, toda a métrica poética de Chico, comprovando que esta bate perfeitamente com as técnicas utilizadas em vida.
Estes e outros artigos no tema estão disponíveis em:
hoje.org.br/
A série de artigos mente-cérebro  publicada em revista nacional de psiquiatria  começa no fasciculo abaixo:
Para o canal no Youtube em ciencia espiritualidade:

(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra. Artigos às terças, sextas, domingos acesso gratuito em dm.com.br  – seção Opinião Pública)
Suicídio e suas consequências segundo o espiritismo.

Esta é uma questão complicada e que traz muito sofrimento às almas que dela sofrem.
O suicídio é o ato de um indivíduo, deliberadamente, encurtar a própria vida. Suicídios acometem pessoas em todas as camadas sociais e por diversos motivos, desde depressão, problemas financeiros, amores não correspondidos e por ai vai.
Mas como vamos olhar o tema pela visão espírita vamos analisar primeiramente o que nos diz o livro dos espíritos nas perguntas 943 e 944:
943. Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de
certos indivíduos?
“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.” “Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as
suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação,quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”
944. Tem o homem o direito de dispor da sua vida?
“Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei.”
Vemos que segundo os espíritos a causa principal do suicídio é a ociosidade espiritual. mas o que seria isso? A pessoa que não vê objetivos na vida e nem se sente estimulada à buscar qualquer ocupação útil. Claro que isso não é unica causa, porém buscamos explorar os principais motivos antes a fim de estudarmos juntos os aspectos de problema de grande consequência para o ser.
Alguns dão fim a vida a fim de fugir dos diversos problemas causados pela vida, talvez se encontrando em situações difíceis esses espíritos buscam na morte a fuga de tamanhos sofrimentos. Kardec também busca resposta à essa indagação:
            A Verdade em Cristo

                   


E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (Jesus Cristo).
A verdade está em Cristo, ele nos trouxe a libertação pela verdade. 
Pois bem, o que é a verdade? 
Com esta arguição Pôncio Pilatos indagou a Jesus, pedindo para que ele dissesse o que é a verdade, mas o Mestre humilde e silenciosamente baixou a cabeça, pois saberia que a verdade não haveria de ser comprovada pelo argumento, mas sim pelas atitudes e pela história que de fato revelaria a prática da verdade.
A verdade começa por amar uns aos outros como a si mesmo, o amor é a compreensão e a compaixão que havemos de praticar permanentemente em nosso sentimento e ação aliada a caridade que nos permite o resgate, assim como das almas perdidas na vastidão das trevas que se perdem pelas ofertas da mentira e do pecado.
Compreenda o sentimento da salvação praticando de fato os mandamentos, este sim a vontade de Deus a sermos salvos na eternidade.
Comece amando a Deus acima de todas as coisas, pois ele é o Criador de tudo, assim como todos nós e é ele que nos permite as oportunidades; não tomar seu santo nome em vão, principalmente em não culpa-lo pelos teus erros e responsabilidades; guardar os sábados e festa a se recolher em oração e reflexão, entendendo que não é somente um dia, havemos de refletir e nos guardar sempre a ordem e a vontade de Deus a serviço do amor; honrar seu pai e sua mãe, e todos seus antepassados e descendentes, pois são irmãos na unidade, e o desprendimento e o amor verdadeiro e despretensioso permitem o sentido da vida e as oportunidades de elevação, obedeçam e sejam gratos; não matar o seu próximo com o cerceamento da vida e muitos menos nos sonhos e progresso; não pecar contra a castidade, ou seja, zele pelo seu patrimônio sagrado, o corpo e a alma; não roubar o que não seu seja em qualquer caráter, seja material ou imaterial; não levantar falso testemunho, talvez este seja o mandamento mais complexo e mais contrariado por parte da maioria dos seres, desejar egoisticamente que o outro tenha o mesmo comportamento, pensamento e sentimento que o seu, principalmente quanto a barganhar vantagens indevidas, para muitos se o outro não comunga das mesmas ideias surgem às falácias e as calúnias, que são traduzidas sempre em guerras, e o sentido deste mandamento é a prática suprema do respeito, por isto entenda e respeite as escolhas pessoais, principalmente no que se reflete aos credos, gostos, opções e paixões, e lembrando que, somente o Criador tem a autoridade de julgar-nos; não desejar a mulher do próximo e muito menos o homem, aquele que toma para si o outro como cônjuge, há de respeitar e ser leal no pensamento e nas atitudes; e por fim, não cobiçar as coisas alheias, o que é seu chegará até você, e se deseja ter algo faça sempre por merecer.
Pois bem irmãos, eis a verdade em Cristo, eis a verdade da salvação, sabendo e fazendo a vontade de Deus encontramos a verdade.

                                
Bezerra de Menezes, escrito pelo médium Marcelo Passos.
03/08/2015.
Livres, mas Responsáveis



A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, responderemos afirmativamente.
Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsável, e pode realizar o que deseje, mas estará ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações.
Para esclarecer o assunto, tanto quanto possível, examinemos, em resumo, alguns dos setores de sementeira e colheita ou, melhor, de livre-arbítrio e destino em que o espírito encarnado transita no mundo.
POSSE - O homem é livre para reter quaisquer posses que as legislações terrestres lhe facultem, de acordo com a sua diligência na ação ou seu direito transitório, e será considerado mordomo respeitável pelas forças superiores da vida se as utiliza a benefício de todos, mas, se abusa delas, criando a penúria dos semelhantes, de modo a favorecer os próprios excessos, encontrará nas conseqüências disso a fieira das provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da abnegação.

NEGÓCIO - O homem é livre para efetuar as transações que lhe apraza e granjeará o título de benfeitor, se procura comerciar com real proveito de clientela que lhe é própria, mas, se arrasa a economia dos outros com o fim de auferir lucros desnecessários, com prejuízo evidente do próximo, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da retidão.
ESTUDO - O homem é livre para ler e escrever, ensinar ou estudar tudo o que quiser e conquistará a posição de sábio se mobiliza os recursos culturais em auxílio daqueles que lhe partilham a romagem terrestre; mas, se coloca os valores da inteligência em apoio do mal, deteriorando a existência dos companheiros da Humanidade com o objetivo de acentuar o próprio orgulho, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do discernimento.

TRABALHO - O homem é livre para abraçar as tarefas a que se afeiçoe e será honorificado por seareiro do progresso se contribui na construção da felicidade geral; mas se malversa o dom de empreender e agir, esposando atividades perturbadoras e infelizes para gratificar os seus interesses menos dignos, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do serviço aos semelhantes.

SEXO - O homem é livre para dar às suas energias e impulsos sexuais a direção que prefira e será estimado por veículo de bênçãos quando os emprega na proteção sadia do lar, na formação da família, seja na paternidade ou na maternidade com o dever cumprido, ou, ainda, na sustentação das obras de arte e cultura, benemerência e elevação do espírito; mas, se para lisonjear os próprios sentidos transforma os recursos genésicos em dor e desequilíbrio, angústia ou desesperação para os semelhantes, pela injúria aos sentimentos alheios ou pela deslealdade e desrespeito nos compromissos e ajustes afetivos, depois de havê-los proposto ou aceitado, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do amor puro.
O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas recolherá invariavelmente os bens ou os males que decorram de sua atitude, perante as concessões da Bondade Divina.

Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a entrar nos resultados de nossas próprias obras.

Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em todo o Universo, não funcionam simplesmente à base de paraísos e infernos, castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo, através do instituto da reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós.

Foi por isso que Jesus, compreendendo que não existe direito sem obrigação e nem equilíbrio sem consciência tranqüila, nos afirmou claramente: "Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres".



EMMANUEL  (Do livro "Encontro Marcado" – Chico Xavier)

DEUS CONHECE O TEU DESTINO

"Deus conhece o teu destino e comanda a tua vida.
O que te ocorre, mereces, a fim de conquistares novas marcas na escala da evolução.

Deus é Pai Misericordioso e vela por ti.
Jamais te consideres desprezado, resvalando pela rebeldia e blasfêmia.

0 homem deve treinar coragem e resignação, sem cujos valores permanece criança espiritual.

Deus não tem preferências e nos ama a todos.

Deixa-te conduzir pelas ocorrências que não podes mudar, e altera com amor aquelas que te irão beneficiar.

Desesperar-te? Nunca!"

("Vida Feliz", Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)

O PROGRESSO DEPENDE DE NÓS?




O progresso dependeria de nós, se fossemos livres em relação a Deus. 

Desde quando somos dependentes do Todo Poderoso e estamos ligados ao Seu amor hoje e sempre, Ele é deliberador universal, que criou leis para que fossem obedecidas, e nada nem ninguém na criação divina fica independente destas leis imortais d’ele emanadas.

O despertamento espiritual depende primeiramente de Deus, em todos seus contornos. 

O esquema é feito por Ele, no entanto, foi estabelecida nossa parte, que somente nós haveremos de fazer, como sendo conquista espiritual. 

A reencarnação é a chave pela qual processa o amadurecimento dos Espíritos.

 Quando se encontra algum endurecido, em se falando do bem, é porque esses tem poucas experiência nos liames da carne e voltam sempre a ela, quantas vezes foram necessárias. 

A determinação de Deus é de que haveremos de passar por todas as escalas dos Espíritos a fim de nos libertarmos das paixões inferiores, do apego as coisas materiais e mesmo aos nossos irmãos, com os quais andamos no caminho. 

O Amor é puro, quando se universaliza em todos os aspectos.
A perfeição é a meta de todos nós; sabemos disso por intuição, porque as leis divinas palpitam em nosso intimo como sendo um livro escrito pelo Criador. 

Temos toda a assistência da parte d’ele no campo da ascensão espiritual. 

Quem deixa de se esforçar no seu próprio burilamento sofre a consequências dos desequilíbrios. Compete ás criaturas cuidarem de si mesmas, para que as bênçãos de Deus facilitem a estabilidade da consciência.

Falamos muita coisa sobre as leis do Criador, no entanto, a maior parte delas ainda desconhecemos. 

Elas se encontram nas dobras das eternidades, esperando o nosso avanço espiritual. Há uma seleção divina no trato das revelações para a Terra, pois a luz muito forte pode cegar quem deseja ver sem as devidas condições. 

É bom que nos lembremos de Paulo no deserto. 

As revelações são gradativas e tem uma sequência estabelecida pelos benfeitores da humanidade, para que não haja perturbação no seio da coletividade despreparada.

De certo modo, podemos dizer que a nossa ascensão depende de nós, de agora em diante, porque o Senhor já fez Sua parte em nosso favor. 

Não podemos cruzar os braços, principalmente os espiritualistas, por já termos conhecidos à luz e sentindo a presença de Deus no coração. 

Avancemos dedicados ao bem comum, estudando todos os dias os meios mais eficientes de sermos úteis, afinizando com o amor e a caridade, de forma a nos tornarmos uma luz que não escolhe a quem clareia.

Despertemos a fé, pelas obras que devemos fazer, porque a confiança é o alimento da vida feliz. 

Nos dias que correm, não devemos mais perder tempo em analisar defeitos alheios, com a finalidade de criticar os nossos irmãos. 

Toda observação deve ser feita em nós mesmos e toda correção benéfica é aquela que nos atinge.

A auto-educação é somente para quem já conhece a Jesus e quer ficar bem com a consciência. 

Falar dos outros é semear espinhos no próprio caminho. 

Se desejamos progredir, procuremos a harmonia dentro do coração. 

Assim, onde estivermos estaremos em paz.

Filosofia Espírita - Comentário de Miramez sobre a questão 0117 do Livro dos Espíritos.