segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A FATALIDADE NA INTERPRETAÇÃO ESPÍRITA  

A fatalidade vem sendo a vilã nas doutrinas não reencarnacionistas, para explicar as ocorrências que representam para elas, uma predeterminação e infalibilidade completa dos acontecimentos, qualquer que seja sua natureza, boa ou má; o infalível, o inevitável, o irrevogável, o funesto, o decisivo, o inadiável, o nefasto, o pré-estabelecido. 

Seria assim, representativa da vontade de Deus, sem no entanto explicarem o porquê dessa vontade optativa para uns e não para outros, e das suas relações com a justiça divina; estaríamos assim, vulneráveis ao fatalismo, ao destino, à sorte e ao azar. 

Haveria um determinismo e tudo o que acontecesse estaria pré-estabelecido, nada se podendo fazer contra ele, ou vinculado a casualidade.

Para nós espíritas, no entanto, nada acontece por acaso e a fatalidade não é um acontecimento pré-determinado ou ocasional, é uma construção; quando escolhemos as nossas provas nós somos os artífices delas, os “construtores do nosso destino e cada pessoa encontra-se num contexto parcialmente determinado pelo conjunto de suas ações desta vida, das vidas anteriores e dos períodos na erraticidade,” e portanto a fatalidade, vem depois do livre arbítrio do Espírito; a matéria não tem livre arbítrio, esta sim, está sujeita a fatalidade, porque é dependente de leis biológicas e físico-químicas, numa relação de causa e efeito.

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela forma para sofrer. 

Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem achar-se colocado.”

Na figura (no final deste texto) vemos a programação reencarnatória estabelecida pela espiritualidade superior, adaptando o gênero das provas, escolhida pelo Espírito e as expiações por eles imposta, de acordo com as necessidades deste mesmo Espírito. 

Este pode, no entanto, ignorar ou rebelar-se contra o protocolo pré-estabelecido e agindo por seu livre arbítrio, trilhar outro caminho, tentando burlar a lei, com graves conseqüências para o seu Espírito, repercussões no seu perispírito e às vezes até, imediatamente imprimidas no seu corpo físico.

O câncer de pulmão, por exemplo, pode não ter sido nem prova, nem expiação, mas se o homem fuma desbragadamente, o cigarro pode agir desencadeando a doença, quando existirem causas predisponentes, ou em caso contrário, determinando-a, sem que tivesse havido nenhuma eleição anterior dele ou da espiritualidade; a conseqüência fatal, a morte prematura, também não correspondia a nenhum processo estabelecido no planejamento da recorporificação do Espírito. 

O mau uso de seu livre arbítrio e que o levou aquela fatalidade, ao infortúnio.

“Na realidade nós somos o que fomos, encontrando-se gravadas no nosso perispírito, todas as nossas vivências e experiências pregressas, a se transmitir através do modelo organizador biológico ao novo corpo físico, não como uma fatalidade, mas como um ponto de partida, podendo ser modificada, na decorrência do que realizarmos de positivo ou negativo, na edificação de nossa proposta reencarnatória.”

Quando nós persistimos no erro, no endurecimento, sujeitamo-nos às reencarnações compulsórias e portanto às expiações; a Lei do Progresso é fatal para o Espírito, que inexoravelmente seguirá o caminho da evolução e da felicidade.

 Quando Jesus nos convocou usando as palavras, “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial o é” (Mateus, 5:48), colocou o verbo no imperativo, que determina assim que a perfeição terá que ser atingida, evidenciando o caminho na busca eterna por ela, que é o destino de todos nós, único compatível com a bondade, a misericórdia e a justiça infinitas de Deus. 

A Doutrina Espírita nos mostra que, graças esta essência do nosso Pai Celestial, nós nunca seremos deserdados, pois é inconciliável com ela, a nossa condenação a penas eternas, e alcançaremos através de reencarnações sucessivas, o que foi determinado, pois seremos todos não o que queremos, mas o que devemos ser; a lei do progresso, da reencarnação e de causa e efeito, estão também aneladas ao amor, a misericórdia e a justiça, no rosário iluminado da infinita grandeza divina.

Acreditamos numa programação reencarnatória, um protocolo pré-estabelecido no Ministério da Regeneração, feita pela Espiritualidade Superior, sob a égide de Deus, que seriam então, completamente incompetentes, se houvesse fatalidade para acontecimentos espirituais. 

Se o Espírito está cumprindo, no uso de seu livre arbítrio, a sua programação reencarnatória, não há como, pois, ser visitado pela fatalidade; outro Espírito não poderá se intrometer e quebrar os elos, estabelecidos neste programa.

“O determinismo, representado pelas leis de Deus, ou pela ação de Seus emissários, atuam no sentido de que terceiros não sejam atingidos pelo mau uso do seu livre-arbítrio, quando não o merecem.”

O merecimento preserva o Espírito da fatalidade, de acordo com o que foi estabelecido pela lei de Deus, que não pode ser transgredida ou anulada.

“Nem livre arbítrio, nem determinismo absolutos, na encarnação, mas liberdade condicionada” (Bozzano, Ernesto, 1930)

O livre arbítrio existe dentro da lei de liberdade e esta última, termina no limite entre a nossa e a do nosso semelhante; o entrelaçamento e os acontecimentos aparentemente fatais, nada mais são do que processos cármicos, consentidos pela espiritualidade.

“É o escândalo que há de vir; e que irá expiar, e daí- ai daquele por quem vier.” 

A vítima sofre as conseqüências por seus atos anteriores; foi por ela que viera anteriormente o escândalo. 

Ai dela agora.” 
Aproveitou-se, apenas, o momento ruim para o resgate da pena do outro, que ocorreria mesmo sem a sua anuência..”

Ninguém nasce para ser assassino ou estuprador, mas colocado na posição de carrasco, cede a sua má inclinação e executa a ação, pelo mau uso de seu livre arbítrio; poderia ter resistido e não tê-la praticado, pois a opção foi sua.

“Quanto aos atos da vida moral, esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte tem sempre a liberdade de escolher. 

No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade.”
A vítima, por sua sintonia, colocou-se em posição de submeter-se à ação do criminoso, que se tivesse se negado a praticá-la, dar-se-ia da mesma forma, seria do mesmo gênero, embora fosse outro o veículo que iria executá-la, pois “cada um terá que carpir seus próprios erros.”

A fatalidade física, o momento da morte virá naturalmente, no tempo e maneira pré-estabelecida, a não ser que o precipitemos, pelo uso de nosso livre arbítrio (v.g. suicídio). 

Instante é um momento, um espaço de tempo indefinido, mais ou menos elástico, diferente de hora, minuto e segundo da morte.

“Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é”
É evidente que Deus a tudo prevê, mas os acontecimentos não estão a isso condicionados; Deus previu as nossas ações, mas nós não agimos porque Deus previu, mas porque utilizamos o nosso livre arbítrio, desta ou daquela maneira e Ele, tinha ciência dessa nossa maneira de agir.

“ Os eventos previstos já existiam na memória de Deus. 
Isso não quer dizer que cada um de nós tenha que passar por ali obrigatoriamente, mas que Deus, na majestade de sua postura intemporal, já nos viu, no futuro passando por ali.”

Isto contra-diz o conceito de que já aconteceu o futuro e que nada podemos fazer para mudá-lo .

Agora se usamos tóxicos, guiamos nosso carro a 200 km/h ou atravessamos uma avenida, de intenso movimento de automóveis, de olhos cerrados, por exemplo, estamos no expondo e nos sujeitando a “fatalidade”, mas antes do nosso procedimento errôneo, utilizamos o nosso livre-arbítrio.

Nós moldamos nosso futuro, balizados na evolução do nosso Espírito e organizada nossa programação reencarnatória, inclusive o instante pré-fixado do nosso nascimento, que também não é fatal, cabe-nos cumpri-la, mas de acordo com nossas ações caridosas, por nossa vivência no amor, poderemos minimizar nossos débitos e nosso sofrimento, conseguindo moratória para a nossa dívida, pois “a caridade cobrirá uma multidão de pecados”

Deus, por ser infinitamente bom, justo e misericordioso nos criou Espíritos simples e ignorantes, para que sejamos Espíritos glorificados; só há glória quando há mérito e Ele quer que a atinjamos por nossos próprios méritos, no sábio uso do nosso livre arbítrio.

A espiritualidade superior não tem qualquer compromisso com a fatalidade, podendo alterar nosso programa de acordo com o nosso merecimento; para ela, sobre o prisma espiritual, a fatalidade não é fatal, podendo ser modificada, já que “é possível renovar nosso destino todos os dias.”

Jesus, nosso mestre, modelo amigo e estrela-guia nos legou o cintilo de suas parábolas, a nos iluminar o caminho; cabe a nós caminharmos na sua direção, calcando o Evangelho, porque “a cada um será dado segundo as suas obras.” (Mateus,16:27)

COMO PRATICAR O EVANGELHO NO LAR?

Praticar o Evangelho no Lar significa atrair recursos espirituais elevados que nos fortalecem no aprendizado diário. É a maneira mais fácil de manter um contato permanente com Jesus, que enche nossa casa de harmonia graças à presença de seus trabalhadores incansáveis. 

A realização do Evangelho no Lar pode ser comparada a uma grande faxina espiritual. Da mesma forma que erguemos tapete, tiramos o sofá e passamos a vassoura para limpar a arquitetura material, o estudo dos ensinamentos cristãos lava as mazelas e esfrega os pensamentos impuros de nosso ambiente espiritual. A prática constante impregna nosso núcleo familiar de energias curadoras e fortificantes, tornando a casa um verdadeiro centro de luz.

Quem pode fazer?

Todos. Aconselhamos que você convide seus familiares para compartilhar o estudo. Atenção, convidar não significa obrigar. Evangelho é amor. Amor é respeito. Portanto, não há problema se algum dos integrantes de sua família não aceitar o convite. Caso ninguém queira compartilhar o momento abençoado, faça sozinho. Nosso Mestre Jesus garantiu que "onde um ou mais estiverem em meu nome, lá eu estarei".

Como fazer?

Simples. Primeiro escolha um dia e horário que seja mais adequado para você. O motivo é para que os trabalhadores espirituais que irão auxiliar na higienização possam ter agendada a visita em seu lar. Faça uma prece espontânea para iniciar o estudo. Leia um trecho de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Fica a seu critério ler os capítulos em seqüência, começando do prefácio e avançando semanalmente ou abrir aleatoriamente. A leitura deve ser breve, para que possamos entender aos poucos o ensinamento. Peça aos familiares que comentem sobre o trecho lido. Caso esteja sozinho, faça você mesmo a análise, em voz audível. Lembre-se: você está só apenas fisicamente, há inúmeros espíritos ao seu redor.

Dê continuidade vibrando pela paz e pela expansão do Evangelho em todos os lares do planeta; pelos governantes do país; por seu lar e seus familiares. Faça um pedido a Jesus, para que Ele abençoe a todos de sua casa e que dê força para superar as dificuldades. Finalize com uma prece espontânea, de gratidão pelo momento abençoado de aprendizado.

Roteiro do Evangelho

Escolher pelo menos um dia da semana e horário para reunião com a família ou sozinho. A pontualidade e assiduidade são importantes.

Providenciar uma jarra de água para fluidificação.
Prece de abertura da reunião.
Ler um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” ou da “Bíblia”.
Fazer um breve comentário sobre a leitura.

Vibrar pela paz no mundo, pelos familiares e amigos.
Prece de encerramento, rogando a Jesus a proteção do lar, dos parentes e amigos.Servir a água fluidificada aos presentes.

A prática do Evangelho no Lar tem duração aproximada de 15 minutos.
É desaconselhável qualquer manifestação mediúnica durante a reunião

AOS QUE TEM QUE RECOMEÇAR, DEPOIS DE PERDER TUDO!

A cada momento podes recomeçar uma tarefa edificante que ficou interrompida. Nunca é tarde para fazê-lo; todavia, é muito danoso não lhe dar prosseguimento. Parar uma atividade por motivos superiores às forças é fenômeno natural. Deixá-la ao abandono é falência moral. A vida é constituída de desafios constantes. Sai-se de um para outro em escala ascendente de valores e conquistas intelecto-morais.

Sempre há que se começar a viver de novo. Uma decepção que parece matar as aspirações superiores; um insucesso que se afigura como um desastre total; um ser querido que morreu e deixou uma lacuna impreenchível; uma enfermidade cruel que esfacelou as resistências; um vício que, por pouco, não conduziu à loucura; um prejuízo financeiro que anulou todas as futuras aparentes possibilidades; uma traição que poderia ter-te levado ao suicídio, são apenas motivos para recomeçar de novo e nunca para se desistir de lutar.

Não houvesse esses fenômenos negativos na convivência humana, no atual estágio de desenvolvimento das criaturas, e os estímulos para o progresso e a libertação seriam menores.

Colhido nas malhas de qualquer imprevisto ou já esperado problema aterrador, tem calma e medita, ao invés de te deixares arrastar pela convulsão que se irá estabelecer. Refugia-te na oração, a fim de ganhares força e inspiração divina.

Como tudo passa, isto também passará, e, quando tal acontecer, faze teu recomeço, a princípio, com cautela, parcimonioso, até que te reintegres novamente na ação plenificadora.

Teu recomeço é síndrome de próxima felicidade.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Divaldo Pereira Franco. Filho de Deus
LEAL. Capítulo 12

ELES VIVEM, ACREDITE, ESTÃO APENAS DO OUTRO LADO!

Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração. Eles não morreram. Estão vivos.
Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com sua rendição aos desafios da angústia quando te afastas da confiança em Deus. Eles sabem igualmente quanto dói a separação. Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as interpelações que articulaste no auge da amargura. Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.
Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateais a lousa ou lhes enfeitas a memória perguntando porque.
Pensa neles com a saudade convertida em oração.
As tua preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando- os para visões mais altas na vida.
Quando puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-ás contigo por infatigáveis zeladores de teus dias.
Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária.
Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material...
Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de Novo Despertar.
Francisco Cândido Xavier - ditado por Emmanuel.

A MARAVILHOSA TERAPIA DO AMOR!

As patologias da alma — violência, ódio, ciúme, ressentimento, amargura, suspeita, insatisfação, dentre outras muitas — respondem por incontáveis aflições que aturdem o ser humano. Alma encarnada, nela se encontram as matrizes do bem como do mal em que se compraz, dando campo ao seu desenvolvimento. Como efeito, as alegrias e as dores que se exteriorizam somente podem ser erradicadas quando trabalhadas nas suas raízes causais.

Interpenetrando todas as células e assenhoreando-se dos equipamentos orgânicos, que passa a comandar, a alma ou Espírito encarnado imprime nos elementos físicos os conteúdos vibratórios que lhe são peculiares, característicos do seu estágio de evolução.

Os sofrimentos humanos de qualquer tipo são manifestações dos
distúrbios profundos que remanescem no ser espiritual, desarticulando os sensores emocionais e a harmonia vibratória que vige nas células, o que faculta a instalação das enfermidades.

O ser humano é, em qualquer situação, aquilo a que aspira, a irradiação do que sente, os interesses que cultiva.

Aferrado à conduta primitiva, reagindo mais por instinto do que agindo pela razão, permite que as deficiências internas se expressem em forma de problemas que se exteriorizam perturbadores.

O valioso contributo da Medicina acadêmica, quando não acompanhado por um bom relacionamento médico-paciente, resulta incompleto para atingir as causas excruciantes das doenças e angústias.

Certamente, na maioria das vezes, minora a dor, aparentemente
vencendo-a; mas, porque não alcança a alma enferma, eis que ela reaparece sob outras expressões, produzindo sofrimentos.

O conhecimento do ser imortal, da sua preexistência ao berço e
sobrevivência ao túmulo, torna-se indispensável para qualquer cometimento terapêutico em relação aos problemas e dores humanos.

Por isso mesmo, a terapia do amor é de vital importância, envolvendo o paciente em confiança e ternura, ao mesmo tempo esclarecendo-o quanto à sua realidade e constituição espiritual.

O atendimento fraterno tem como objetivo primacial receber bem e orientar com segurança todos aqueles que o buscam. Não se propõe a resolver os desafios nem as dificuldades, eliminar as doenças nem os sofrimentos, mas propor ao cliente os meios hábeis para a própria recuperação.