terça-feira, 7 de abril de 2015

                                        ''Como Orar ''                                      (Parte 2 de 2)



Imagem: Blog Evangelizando Agora
O Messias pronunciou a oração que legaria à Humanidade. Elevando o seu espírito magnânimo ao Pai Celestial e, colocando o seu amor acima de todas as coisas, exclamou:

- “Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.”

E, ponderando que a redenção da criatura nunca se poderá efetuar sem a misericórdia do Criador, considerada a imensa bagagem das imperfeições humanas, continuou:

- “Venha a nós o teu reino.”

Dando a entender que a vontade de Deus, amorosa e justa, deve cumprir-se em todas as circunstâncias, acrescentou:

- “Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céus.”

Esclarecendo que todas as possibilidades de saúde, trabalho e experiência chegam invariavelmente, para os homens, da fonte sagrada da proteção divina, prosseguiu:

- “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.”

Mostrando que as criaturas estão sempre sob a ação da lei de compensações e que cada uma precisa desvencilhar-se das penosas algemas do passado obscuro pela exemplificação sublime do amor, acentuou:

- “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”

Conhecedor, porém, das fragilidades humanas, para estabelecer o princípio da luta eterna dos cristãos contra o mal, terminou a sua oração, dizendo com infinita simplicidade:

- “Não nos deixes cair em tentação e livra-nos de todo mal, porque teus são o reino, o poder e glória para sempre. Assim seja.”

Acreditarias que, em todos os séculos da vida humana, recorreriam as almas, incessantemente, a uma porta silenciosa e inflexível, se nenhum resultado obtivessem?... 
Não tenhas dúvida: todas as nossas orações são ouvidas!...

Não obstante a confiança expressa na oração e a fé tributada à providência superior, é preciso colocar acima delas a certeza de que os desígnios celestiais são mais sábios e misericordiosos do que o capricho próprio; é necessário que cada um se una ao Pai, comungando com a sua vontade generosa e justa, ainda que seja contrariado em determinadas ocasiões. 

Em suma, é imprescindível que sejamos de Deus. 
Quanto às lições dessa fidelidade, observemos a própria natureza, em suas manifestações mais simples.
 Dentro dela, agem as leis de Deus e devemos reconhecer que todas essas leis correspondem à sua amorosa sabedoria, constituindo-se suas servas fiéis, rio trabalho universal. Já ouviste falar, alguma vez, que o Sol se afastou do céu, cansado da paisagem escura da Terra, alegando a necessidade de repousar? A pretexto de indispensável repouso, teriam as águas privado o globo de seus benefícios, em certos anos? Por desagradável que seja em suas características, a tempestade jamais deixou de limpar as atmosferas. Apesar das lamentações dos que não suportam a umidade, a chuva não deixa de fecundar a terra! É preciso aprender com as leis da natureza a fidelidade a Deus! 
Quem as acompanha, no mundo, planta e colhe com abundância. 
Observar a lealdade para com o Pai é semear e atingir as mais formosas searas da alma no infinito.

Vê, pois, que todo o problema da oração está em edificarmos o reino do céu entre os sentimentos de nosso íntimo, compreendendo que os atributos divinos se encontram também em nós.

Edição de texto retirado do livro “Boa Nova” – Pelo Espírito Humberto de Campos / Psicografia de Francisco Cândido Xavier

''Como Orar''(Parte 1 de 2)





Desde que começou a raciocinar, observou o homem que, acima de seus poderes reduzidos, havia um poder ilimitado, que lhe criara o ambiente da vida. 
Todas as criaturas nascem com tendência para o mais alto e experimentam a necessidade de comungar com esse plano elevado, donde o Pai nos acompanha com o seu amor, todo justiça e sabedoria, onde as preces dos homens o procuram sob nomes diversos.
Por prece devemos interpretar todo ato de relação entre o homem e Deus. 
Devido a isso mesmo, como expressão de agradecimento ou de rogativa, a oração é sempre um esforço da criatura em face da Providência Divina. 
Os que apenas suplicam podem ser ignorantes, os que louvam podem ser somente preguiçosos.
Todo aquele, porém, que trabalha pelo bem, com as suas mãos e com o seu pensamento, esse é o filho que aprendeu a orar, na exaltação ou na rogativa, porque em todas as circunstâncias será fiel a Deus, consciente de que a vontade do Pai é mais justa e sábia do que a sua própria.
Deve a oração constituir o nosso recurso permanente de comunhão ininterrupta com Deus. 
Nesse intercâmbio incessante, as criaturas devem apresentar ao Pai, no segredo das íntimas aspirações, os seus anelos e esperanças, dúvidas e amargores. 
Essas confidências lhes atenuarão os cansaços do mundo, restaurando-lhes as energias, porque Deus lhes concederá de sua luz. 
É necessário, portanto, cultivar a prece, para que ela se torne um elemento natural da vida, como a respiração. 
É indispensável conheçamos o meio seguro de nos identificarmos com o Nosso Pai.
Entretanto, observamos que os homens não se lembram do céu, senão nos dias de incerteza e angústia do coração. 
Se a ameaça é cruel e iminente o desastre, se a morte do corpo é irremediável, os mais fortes dobram os joelhos.
Mas, quanto não deverá sentir-se o Pai amoroso e leal de que somente o procurem os filhos nos momentos do infortúnio, por eles criados com as suas próprias mãos? 
Em face do relaxamento dessas relações sagradas, por parte dos homens, indiferentes ao carinho paternal da Providência que tudo lhes concede de útil e agradável, improficuamente desejará o filho uma solução imediata para as suas necessidades e problemas, sem remediar ao longo afastamento em que se conservou do Pai no percurso, postergando-lhe os desígnios, respeito às suas questões íntimas e profundas.
Enquanto orares pedindo ao Pai a satisfação de teus desejos e caprichos, é possível que te retires da prece inquieto e desalentado. 
Mas, sempre que solicitares as bênçãos de Deus, a fim de compreenderes a sua vontade justa e sábia, a teu respeito, receberás pela oração os bens divinos do consolo e da paz.

Edição de texto retirado do livro “Boa Nova” – Pelo Espírito Humberto de Campos / Psicografia de Francisco Cândido Xavier

''Oração e Vigilância''


Disse-nos Jesus: “Orai e vigiai.” 

Sim, oremos e vigiemos.

Orai amando. Vigiai servindo.

Orai compreendendo. Vigiai auxiliando.

Orai confiando. Vigiai esclarecendo.

Orai refletindo. Vigiai realizando.

Orai abençoando. Vigiai construindo.

Orai esperando. Vigiai aprendendo.

Orai ouvindo. Vigiai semeando.

Orai, pacíficos. Vigiai, operosos.

Orai, tranquilos. Vigiai, seguros.

Abraçando a oração e a vigilância, dignifiquemos a nossa edificação espírita-cristã, ofertando-lhe o melhor de nossas vidas.

E integrados nessas duas forças da alma, sem as quais se nos fará impraticável o aprimoramento íntimo, para atender aos desígnios do Eterno, permaneçamos, cada dia e cada hora, no refúgio da fé renovadora que nos enobrece a esperança, com a felicidade de trabalhar e com o privilégio de servir.

Batuíra
Da obra 'Mais Luz' - Por Francisco Cândido Xavier

                                     ''Refletindo sobre o perdão''


PERDOA AGORA
Não te detenhas!
Torna à presença do companheiro que te feriu e perdoa, ajudando-o a recuperar-se.
Reflete e ampara-o!
Quantas dores e quantas perturbações lhe vergastaram a alma, antes que a palavra dele se erguesse para ofender-te ou antes que o seu braço, armado pela incompreensão, deferisse contra ti o golpe deprimente?
Guarda a calma e auxilia, sem cessar.
Mais tarde, é possível que não possas, por tua vez, suportar o horrendo assalto da ira e reclamarás, igualmente, o bálsamo da alheia compreensão.
Retorna ao teu lar ou à tua luta e espalha, de novo, a bênção do amor, com todos os corações que jazem envenenados, pelo fel da crueldade ou pela peçonha da calúnia.
Não hesites, porém! Perdoa agora, enquanto a oportunidade de reaproximação te favorece os bons desejos porque, provavelmente, amanhã, o ensejo luminoso terá passado e não encontrarás, ao redor de ti senão a cinza do arrependimento e o choro amargo da inútil lamentação.

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro "Assim Vencerás" - Chico Xavier

''PRECE ANTE O PERDÃO'

Senhor Jesus!
Ensina-nos a perdoar, conforme nos perdoaste e nos perdoas, a cada passo da vida.
Auxilia-nos a compreender que o perdão é o poder capaz de extinguir o mal.
Induze-nos a reconhecer nos irmãos que a treva infelicita filhos de Deus, tanto quanto nós, e que nos cabe a obrigação de interpretá-los na condição de doentes, necessitados de assistência e de amor.
Senhor Jesus, sempre que nos sintamos vítimas das atitudes de alguém, faze-nos entender que também somos suscetíveis de erros e que, por isso mesmo, as faltas alheias poderiam ser nossas.
Senhor, sabemos o que seja o perdão das ofensas, mas compadece-te de nós e ensina-nos a praticá-lo.
Assim seja!

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro "Tesouro de Alegria" - Chico Xavier

''UMA ORAÇÃO NUNCA É DEMAIS''



Ao despertar, enquanto você abre os olhos e se espreguiça na cama, seja para o Senhor da vida o seu primeiro pensamento.

Meditando em tantas coisas que logo mais lhe tomarão todas as horas do dia, sem lhe deixar tempo para telefonar para o amigo que há muito não vê, ou almoçar com a família, eleve a Deus o seu pensamento e lhe diga:

Senhor, acalma meu passo. Desacelera as batidas do meu coração, acalmando minha mente.

Diminui meu ritmo apressado com a visão da eternidade do tempo. Em meio às confusões do dia-a-dia, dá-me a tranquilidade das montanhas.

Retira a tensão dos meus músculos e nervos com a música suave dos rios de águas constantes que vivem em minhas lembranças.

Ajuda-me a conhecer o poder mágico e reparador do sono. Ajuda-me a me preparar bem para o repouso de todas as noites, lembrando-me sempre que enquanto dorme meu corpo, eu, Espírito, adentrarei o verdadeiro mundo e irei aos lugares que a minha mente elegeu como meu tesouro.

Ensina-me a arte de tirar pequenas férias: reduzir o meu ritmo para contemplar uma flor, papear com um amigo, afagar uma criança, ler um poema, ouvir uma música preferida.

Ensina-me a ter olhos de ver a beleza do céu azul, um raio de sol, a chuva da tarde, o cair da noite, com seu manto aveludado bordado de estrelas.

Acalma meu passo, Senhor, para que eu possa perceber no meio do incessante labor cotidiano dos ruídos, lutas, alegrias, cansaços ou desalentos, a Tua presença constante no meu coração.

Acalma meu passo, Senhor, para que eu possa entoar o cântico da esperança, sorrir para o meu próximo e calar–me para escutar a Tua voz.

Acalma meu passo, Senhor, e inspira-me a enterrar minhas raízes no solo dos valores duradouros da vida, para que eu possa crescer até às estrelas do meu destino maior.

Obrigado, Senhor, pelo dia de hoje, pela família que me deste, pelo meu trabalho e, sobretudo, pela Tua presença em minha vida.

Tudo isto Te peço, Senhor, pois se estás comigo, em nenhum lugar me sentirei triste, porque, apesar da tragédia diária, Tu enches de alegria o Universo.

Se estás comigo, não tenho medo de nada, nem de ninguém, porque nada posso perder e todas as forças do Cosmos são impotentes para tirar-me o que me pertence, na qualidade de filho de Deus: o Teu amor.

Se estás comigo, tudo executarei em Teu nome. Enfim, em nenhum lugar me sentirei estranho, deslocado, porque estás em todas as regiões, na mais suave de todas as paisagens, no limite indeciso de todos os horizontes.

* * *

A brisa refrescante que arrefece o calor dos dias de verão somente nos beneficiará se a respirarmos compassadamente.

Somente poderemos sentir a chuva benfazeja que se derrama sobre larga faixa terrestre, trazendo a fertilidade ao chão e alimentando as fontes, se alongarmos as mãos para recolher o líquido precioso.

Também as bênçãos de Deus se espelham sobre todas as criaturas, porém, para que as possamos sentir, dulcificando-nos as vidas, é preciso que nos unamos, em sintonia feliz, a essas faixas de luz.

E esta sintonia se chama oração.

(Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3 do livro “Rosângela”, pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no texto “Se amas a Deus”, de Amado Nervo, do livro “Um presente especial”, de Roger Patrón Luján, ed. Aquariana.)

                                     ''Elevação Espiritual''

A elevação espiritual não se nos incorpora à vida:

nem pela prosperidade;
nem pela carência;
nem pelo renome;
nem pela obscuridade;
nem pela cultura intelectual;
nem pela insipiência;
nem pela autoridade humana;
nem pela condição de subalternidade;
nem pelo ajustamento à vida considerada normal;
nem pelos conflitos psicológicos que se carregue;
nem pelos amigos;
nem pelos adversários;
nem pelo elogio;
nem pelo desapreço da injúria.

A elevação íntima depende unicamente de nossa reação pessoal ao aceitar e usar para o bem tudo isso.

Albino Teixeira
(In: ‘Mãos marcadas’ - Francisco Cândido Xavier)

''A ilusão do sangue''


Não é o sangue que nos irmana, mas o espírito. 
Os laços consanguíneos são ilusórios e efêmeros. Kardec explica no item 8 do capítulo XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo: 

“O corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do espírito, pois já existia antes da formação do corpo. 

O pai não gera o espírito do filho. 
Fornece-lhe apenas o envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-lo progredir”. 

Filhos de outros pais, procedentes de outro sangue, podem ser muito mais ligados aos pais adotivos que os filhos consanguíneos.

Essa é uma das razões por que os pais adotivos geralmente não querem revelar a verdade aos filhos que adotaram. 

O amor paterno e materno ressurge ante o filho que volta ao seu convívio. 

Mas Emmanuel revela um dos aspectos da lei da reencarnação que exige atenção e respeito. 

Os filhos que voltam ao lar por vias indiretas são espíritos em prova e, portanto, em fase de correção moral. 

Precisam conhecer a sua verdadeira situação para que a medida corretiva atinja a sua eficiência. E se quisermos burlar a lei só poderemos acarretar-lhes maiores sofrimentos. 

São muitos os dramas e muitas as tragédias ocasionadas pela imprudência dos pais que mentiram piedosamente aos filhos adotivos. 

Quando a verdade os surpreende, o choque emocional pode transtorná-los, fazendo-os perder a oportunidade de aprendizado que muitas vezes solicitaram com ardor na vida espiritual. 

Esta é uma razão nova que o Espiritismo apresenta aos pais adotivos, quase sempre apegados apenas às razões mundanas.

Aprendendo desde cedo a se acomodar à situação de prova em que se encontra, o filho adotivo resigna-se a ela e aproveita a lição de reajustamento afetivo. 

Amanhã voltará de novo como filho legítimo, mas já em condições de compreender os deveres da filiação.

A vida aplica sempre com precisão os seus meios corretivos, mas nós nem sempre a ajudamos, esquecidos de que os desígnios de Deus têm razões profundas que nos escapam à compreensão. 

Se Deus nos envia um filho por via indireta, devemos recebê-lo como veio e não como desejaríamos que viesse.

Irmão Saulo - Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires / Espíritos diversos

                                               ''Razão de Viver''



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Muitas pessoas erguem-se pela manhã acreditando não existir qualquer sentido para despertarem. 
Dormem sem nenhum objetivo e acordam do mesmo modo, transformando o dia-a-dia, em uma experiência insossa ou vazia.

Vagam pelas ruas, sem destino certo, à mercê do que lhes aconteça no curso do dia.

Levam uma vida sem direção, desvalorizando o tempo e a oportunidade de estarem reencarnados.

Deixam-se levar pelos “ventos do acaso”.

Não vêem significado em família, em amigos, nem em trabalho.

Quando se estabelece este estado d’alma, a pessoa corre o risco de ser tragada pelo aguaceiro das circunstâncias, sem quaisquer resistências morais para enfrentar as dificuldades.

Com certeza, não é o melhor modo de se viver.

É urgente que nos possamos sentir como peças importantes nas engrenagens da vida.

É necessário que tomemos gradual consciência quanto ao nosso exato papel frente às leis de Deus.

Seria muito belo se cada pessoa – principalmente as que não vêem sentido para a própria vida – resolvessem perguntar-se:

“O que posso fazer em prol do mundo onde estou? Para que, afinal, é que eu vivo? Para quem é que eu vivo?”

Dificilmente não achará respostas valiosas, caso esteja, de fato, imbuída da vontade de conferir um sentido para sua existência.

Cada um de nós, quando se encontra nas pelejas do mundo terreno, pode viver para atender, para cuidar de alguém ou de alguma coisa, dando valor às suas horas.

É importante dar sentido à vida.

É importante viver por algo ou por alguém.

Dedique-se a um ser que lhe seja querido, que lhe sensibilize a alma, e passe a viver em homenagem a ele, ou a eles, se forem vários.

Dedique-se a uma causa que lhe pareça significativa para o bem geral, e passe a viver em cooperação com ela.

Dedique-se a cuidar de plantas, de animais, do ambiente.

Apóie-se em algum projeto justo, desde que voltado para as fontes do bem, pois isso alimentará o seu íntimo.

Assim seus passos na terra não serão a esmo, ao azar.

Quando se encontram razões para viver, passa-se a respeitar e a honrar as bênçãos da existência terrestre.

Cada momento se converte em oportunidade valiosa para crescer e progredir.

A vida na terra não precisa ser um “campo de concentração” a impor-lhe tormentos a cada hora.

Se você quiser, ela será um jardim de flores ou um pomar de saborosos frutos, após a sementeira responsável e cuidadosa que você fizer.

Dedique-se a isso.

Empreste sentido e beleza a cada um dos seus dias terrenos.

Liberte-se desse amortecimento da alma que produz indiferença.

Sinta que, apesar de todos os problemas e dificuldades que se abatem sobre a humanidade, a chuva continua a beijar a face do mundo e um sol magnífico segue iluminando e garantindo a vida em todo lugar.

Isso porque, todos nós somos alvos da dedicação de Deus.

* * * 
O tempo é uma dádiva que Deus nos oferece sem que o possamos reter. 
Utilizá-lo de forma responsável e útil é dever que nos cabe a todos. 
Dê sentido às suas horas, aos seus dias, e assim, por consequência, a toda a sua vida. 

(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Para uso diário, capítulo 25, de J. Raul Teixeira, ditado pelo Espírito Joanes.)

                                     ''Lesões Afetivas''


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Um tipo de conselho raramente lembrado: o respeito que devemos uns aos outros na vida particular.

Caro é o preço que pagamos pelas lesões afetivas que provocamos nos outros.

Nas ocorrências da Terra de hoje, quando se escreve e se fala tanto, em torno de amor livre e de sexo liberado, muitos poucos são os companheiros encarnados que meditam nas consequências amargas dos votos não cumpridos.

Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que te foram assinaladas, se encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou com o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não estás em condição de cumprir a própria palavra, no que tange a promessas de amor. 

E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendeste esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos.

Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade.

O amor, sem dúvida, é lei da vida, mas não nos será lícito esquecer os suicídios e homicídios, os abortos e crimes na sombra, as retaliações e as injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, espoliadas do afeto que Ihes nutria as forças, cujas lágrimas e aflições clamam, perante a Divina Justiça, porque ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa.

Certamente que muitos desses delitos não estão catalogados nos estatutos da sociedade humana; entretanto, não passam despercebidos nas Leis de Deus que nos exigem, quando na condição de responsáveis, o resgate justo.

Tangendo este assunto, lembramo-nos automaticamente de Jesus, perante a multidão e a mulher sofredora, quanto afirmou, peremptório: "aquele que estiver isento de culpa, atire a primeira pedra".

Todos nós, os espíritos vinculados à evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo, e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente ser muito amargas, mas que devem ser ditas.

(Emmanuel / Francisco Cândido Xavier. In: Momentos de Ouro)

''FÉ EM TI SENHOR''


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Fanatismo é torpe descaracterização da fé, exteriorizando demência da faculdade de pensar.

A descrença sistemática é conflito emocional, de curso largo, a inquietar o equilíbrio da razão.

O homem crê por impositivo da evolução, por hereditariedade psicológica.

Nem toda crença é racional, passada pelo crivo do exame, mas também, automática, natural, em um número de pessoas, pela qual se expressa.

A fé, por isso mesmo, manifesta-se de maneira natural e racional.

A primeira encontra-se ínsita no homem, enquanto a outra é adquirida através do raciocínio e da lógica.

A fé religiosa, pois, surge espontaneamente ou resulta de uma elaboração mental que os fatos confirmam.

Virtude, portanto, conquista pessoal, descortina os horizontes amplos da vida, facultando paz e estimulando à luta.

Aquisição intelectual, transforma-se em uma luz sempre acesa a conceder claridade nas circunstâncias mais complexas da vida.

Seja, porém, qual for a forma em que se manifesta a tua fé, vitaliza-a com o amor, a fim de que ela se expanda na ação do bem.

A fé é parte ativa da natureza espiritual do homem, cujo combustível deve ser mantido através da oração, da meditação frequente e do esforço por preservá-la.

Não faças experiências-testes à tua fé. Ela estará presente nos momentos hábeis sem que se faça necessário submetê-la a avaliações.

Aprende a crer nos teus valores.

O homem crê por instinto, por assimilação, pela razão.
Põe a tua fé em Deus e absorve a ideia do bem, pois foste criado para uma vida feliz e saudável.

(Por Joanna de Ângelis - Divaldo P. Franco. In: Filho de Deus)

                         ''O perispírito e suas modelações''


Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?

Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.

Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.

O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.

Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.

Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.

É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.

Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.

O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.

Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.

O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.

Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.

Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.

Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.

Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.

Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.

Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.

A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.

A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.

O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.

Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente.

Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.

Emmanuel
In “Roteiro” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier