sábado, 23 de janeiro de 2016

               ''Em Saudação''



“E indo as mulheres anunciá-lo aos seus discípulos, eis que Jesus lhes surge ao encontro, dizendo: “Eu vos saúdo!” — Mateus, capítulo 28º, versículo 9. 
Esbatera-se no horizonte a treva noturna.
Ao clarão do amanhecer, as mulheres de Jerusalém dirigem-se ao sepulcro do Eterno Amigo para a exaltação da saudade.
Inquietas, porém, encontram-no vazio.
Guardas atônitos comunicam-lhes que a vida triunfara da morte…
E quando as irmãs fiéis se voltam, em regozijo, para anunciar aos companheiros a grande nova, eis que Jesus lhes surge,redivivo, ao encontro, exclamando, feliz: — “Eu vos saúdo!”
Não é um fantasma que regressa.
Não é um morto entre panos do túmulo.
Não traz qualquer sinal de tristeza.
Não espalha terror e luto.
O Mestre irradia jubiloso amor e clama: —“Salve!”
No limiar deste livro, formado com a palavra viva dos amigos desencarnados, recordamos o Benfeitor Celeste, em sua gloriosa ressurreição, e desejamos sejam essas páginas uma saudação dos vivos da Espiritualidade que bradam para os vivos da Escola Humana:
— Irmãos, aproveitai o tempo que vos é concedido na Terra para a construção da verdadeira felicidade!.
A morte é renovação, investindo a alma na posse do bem ou do mal que cultivou em si mesma
durante a existência.
Vinde à esperança, vós que chorais na sombra da provação!
Suportai a dor como bênção do Céu e avançai para a luz sem desfalecer!…
Além da cinza que o túmulo espalha sobre os sonhos da carne,a alma que amou e elevou-se renasce plena de alegria na vida eterna, qual esplendoroso sol,fulgurando além da noite.
Depois de curto estágio na Terra, estareis conosco na triunfante imortalidade!
Ajudai-vos uns aos outros.
Educai-vos, aprendendo e servindo!…
E, buscando a inspiração de Jesus para a nossa luta de cada dia, roguemos a Deus nos abençoe.
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 10 de junho de 1955.
Livro: Instruções Psicofônicas
Chico Xavier/Espíritos Diveros

      ''Um fofoqueiro no Centro''



wellington-balboRealizava palestra em determinada cidade do interior de um estado brasileiro qualquer, quando após a apresentação um senhor me procura e narra sua experiência.
“Moço, corria o ano de 1977 e eu labutava num centro espírita aqui da cidade. Nesta casa tínhamos um companheiro complicado, sujeito do vinagre, azedo, sua boca era um veneno só. Falava mal de todos, disseminava a fofoca, enfim, homem terrível de conviver. Mas eis que a vida não manda avisar quando a senhora da foice virá buscar e num certo dia recebemos a notícia do desencarne daquele indivíduo. Ataque cardíaco, fulminante! Enfim, estávamos livres dele!
Bom… o tempo passou e eu me esqueci completamente daquela pessoa desagradável, até que no ano de 1997, numa reunião mediúnica, eu tenho vidência e vi um homem sorridente vindo em minha direção. Ele estava bem, como se fosse uma entidade bem resolvida com seus traumas. Por Deus! Identifiquei a presença daquele fofoqueiro. Era ele. Mas como? Como alguém tão malvado poderia apresentar-se bem no mundo dos Espíritos? Até que o mentor da reunião disse-me: Amigo, admira-se de nosso irmão? Pois bem, e eu me admiro de você… Não percebeu que já se passaram 20 anos? Pelo visto, ele caminhou e você ficou estagnado, a julgar os outros, esquecendo-se de que com o tempo, seja aqui ou no além todos crescemos!”
Jesus! Como ficamos presos ao que passou. Não sem motivo. Deus estabeleceu como condição reencarnatória o esquecimento temporário. Claro, é preciso desvencilhar-se do passado e de todos os passados, tanto o nosso quanto o dos outros.
Passado apenas para agregar experiência, jamais servir como elemento de condenação. Cada um de nós arca com as consequências de seus atos passados que repercutem, não raro, de forma dolorosa no presente. Portanto, o que não precisamos é de julgamentos, sentenças, vibrações contrárias, haja vista que responderemos pelos nossos atos.
Todavia, o mais interessante é nossa visão limitada, de rótulos, que estigmatiza este ou aquele pelos seus equívocos do passado.
Sem perceber, sem refletir, condenamos o outro às trevas quando fechamos o caminho para a luz.
Explico-me: O sujeito errou demais e tenta recomeçar, vai na igreja, no centro ou sei lá, e vamos nós: “Você viu o fulano? Fez um monte de besteira na vida e hoje vai ao centro”. Isso é cruel de nossa parte. As pessoas têm o direito de recomeçar suas vidas, de levantar a poeira e dar a volta por cima.
O que devemos fazer? Simples, orar por elas, orar para que prossigam firmes em seus propósitos. Não podemos ser nós os fiscais da vida alheia, aqueles que tentam impedir o outro de recomeçar. Que bom, que bom poder reconhecer os erros e procurar uma religião, enfim, mudar de vida.
Deus possibilita-nos todas as chances do mundo. Ninguém está deserdado ao erro, ao equívoco, ao vício.
Irmã Rosália, em O Evangelho segundo o Espiritismo deixa a mensagem de que não incomodar com as faltas alheias é caridade moral.
É bem por ai. Caridade moral. Com a mesma ênfase que atendemos o pobre, o necessitado do pão material precisamos atender aquele que necessita do pão do espírito, ou seja, da compreensão, do carinho, da porta aberta para recolocar as coisas no lugar e seguir adiante. Nada de colocar o outro num balaio, estigmatizar. Quem nesta vida não erra?
Se ainda não conseguimos esquecer nossos erros desta existência, que ao menos não lembremos os dos outros para que eles possam recomeçar; recomeçar a busca pela felicidade… afinal, todos temos o direito de prosseguir, e se não queremos nós prosseguir, que ao menos não impeçamos os outros de “ajeitar” novos caminhos rumo ao progresso.
Pensemos nisto!
Wellington Balbo
HÁ UM SÉCULO



Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.

Fazia frio.

Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.

A pressão aumentava...

Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.

Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail – a doce Gaby –, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.


O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela.

E leu:

“Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital. Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.
Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo.
Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano.
Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa.
Minhas forças fugiam.
Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio.
“Seria fácil, não sei nadar” – pensava.
Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie. Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés.
Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera. Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
“Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. – A. Laurent.”
Estupefato, li a obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.”

Ainda constavam da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.

O Codificador desempacotou, então, um exemplar de O LIVRO DOS ESPÍRITOS ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme:

“Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. – Joseph Perrier.”


Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...

Conchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.

Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...

Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.

Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos...

O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima...

pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: O Espírito da Verdade, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

                          ''Idosos''

O tempo passa suave, Despercebido, sem avisar. 
Como um passe de mágica, Num breve despertar, Sentimos a tenra velhice
Querendo nos abraçar.

Ser idoso é continuar Seguindo em frente, Com planos pra conquistar.
Ter sempre em mente Vontade de trabalhar.

Ser útil, criativo, Não se queixar, Enfrentar a velhice, E deixar o tempo passar.

Aproveitar a experiência Dos anos já vividos, Em sua longa existência, Felizes ou sofridos.

Quanto conhecimento Retido no caminho, Podendo ser passado Com amor e carinho.

Valorizemos o idoso Aprendendo a respeitar, Porque num belo dia A velhice vai nos achar.
Paulo Mendes Corrêa
Velhice
A velhice é uma fase marcada por alterações biológicas, psicológicas e sociais significativas. Essas alterações dependem basicamente da interação entre o estilo de vida adotado pela pessoa, sua estrutura psicológica e fatores hereditários.

Apesar de haver pessoas idosas que revelam grande vitalidade, mantendo plenas suas atividades físicas e psíquicas, também observamos muitos casos em que estão presentes debilidades, naturalmente causadas pelo desgaste orgânico, fazendo com que o idoso necessite dos cuidados de outras pessoas no que diz respeito à locomoção, alimentação e hábitos de higiene. Tal condição reduz o convívio social e pode provocar constrangimento e sentimentos de incapacidade, baixa auto-estima, inutilidade e dependência, além da angústia por se aproximar o final da vida.

Nas últimas décadas, os avanços da medicina, o acesso à informação e alguns programas sociais de esclarecimento e prevenção na área da saúde, aliados à constante busca do ser humano pelo rejuvenescimento, vêm proporcionando um aumento na expectativa de vida. Essa situação, embora caracterize um avanço para a humanidade, tem agravado os problemas de ordem emocional normalmente esperados na terceira idade. A ideia culturalmente arraigada de que o idoso não tem mais condições de produzir como um jovem e possui dificuldades para se adaptar a novas situações, faz com que cada vez mais, pessoas absolutamente ativas sejam excluídas do mercado de trabalho, ficando expostas a conflitos que podem levar à depressão. Dados da OMS indicam que 10% a 15% das pessoas com depressão estão acima de 65 anos.

Nessa fase da vida, alterações psicológicas também surgem como reflexo da aposentadoria. Tal situação, quando o idoso não preenche o tempo com algo que faça com que se sinta útil, tende a provocar sentimentos de auto-desvalorização e marginalização na estrutura social.

Outra vivência difícil é a natural perda do cônjuge, causando solidão e angústia.
No final da vida, por motivos variados, muitos idosos são hospitalizados ou institucionalizados. Alguns estudos revelam que os idosos nessas situações, apresentam mais sintomas de depressão do que aqueles que vivem com seus familiares.

Todas essas alterações bio-psico-sociais podem desencadear quadros depressivos, trazendo outra preocupante situação que é o alto índice de suicídio de idosos, que tende a aumentar com a idade, principalmente com relação aos homens.

Wagner Luiz Garcia Teodoro


Tipos de Idosos


“Diz-me como envelheces, dir-te-ei quem és.” (Gilberto de Mello Kujawski)

Os idosos costumam ser classificados quanto ao temperamento, em quatro tipos principais:

 
Têm auto-estima, apreciam a vida. 
São otimistas.Procuram sempre estar em atividade. 
Odeiam ficar sem fazer nada. Amam e, provavelmente, são amados.
 Embora possam ter algum distúrbio orgânico, mantêm-se sob controle. Sociáveis, trabalhadores, criativos. Dizem que costumam viver mais.
 
Angustiados, atormentados, desanimados, pessimistas. Esperando sempre o pior. 
Estão em dificuldades por algum problema
psicológico ou físico. 
Podem se sentir desprezados ou humilhados.A auto-estima está abalada. Ociosos ou não. Hipocondríacos, no geral. Melancólicos. Como diria Camilo Castelo Branco: “Era um acesso de hipocondria, uma invasão de tristeza”.
  


Pessimistas, hipocondríacos, preocupação doentia
com o funcionamento dos órgãos. 
Preocupação excessiva. Tristeza profunda.
Medo à flor da pele. Receio permanente com uma ou mais causas ou efeitos. Queixam-se amargamente da vida, das pessoas que poderiam auxiliá-los nos transes, nos momentos aflitivos. Improdutivos, estão sempre pensando em marcar uma consulta com o médico. Ou fazer exames laboratoriais.

Em qualquer situação não se queixam. Parecem não ter uma exata idéia da vida em si. Podem até se considerar muito seguros, mesmo que seja aparentemente. Insensíveis, apáticos. Pessoas que no geral não têm ódio, nem amizade por outras. Desinteressados de qualquer religião ou sistema político. Podem até se considerar felizes. Para eles a vida só é para ser vivida. Vão matando o tempo, até com um certo desprezo ou mesmo desinteresse. Não aborrecem e não gostam de ser incomodados. Tanto faz ter ou não amigos. Deixam o tempo passar. Aparentemente desprendidos, despreocupados.

Comentários:
Todos os quatro tipos de idosos relatados, com exceção dos eufóricos e ativos, embora já tenhamos encontrado otimistas sempre preocupados, precisam de uma ajuda objetiva e competente. Ter problemas não é algo que os fará mais felizes. Amigos ou parentes, que sejam generosos, de muita boa vontade, poderiam com habilidade tentar interferir na vida desses idosos, procurando a causa do seu baixo astral – influindo no plano intermediário entre o físico e o espiritual.
Procurar dialogar com eles, saber das causas que os afligem para poder minimizar os males que os assaltam. Em primeiro lugar, conquistar a confiança da pessoa. Um terapeuta competente seria a melhor solução.
Mas, em certas condições, uma pessoa amiga e devotada a fazer o bem e que tenha aptidões para isso, poderia talvez descobrir soluções.
Diminuir ou fazer cessar o sofrimento do ser humano é uma tarefa que torna a pessoa superior e com alma nobre e generosa.
Não se deve esquecer que os idosos, em parte, retornam à infância.
Precisam ser, antes de tudo, compreendidos e amados pelos seus semelhantes.
Ajudemos a quem necessita.

“A carga dos nossos prováveis males ficará mais leve”, parodiando Florian (1706-1790), em O Cego e o Paralítico.

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Abrahão Grinberg – Bertha Grinberg 

O ESPÍRITO NA VELHICE

“O espírito não envelhece, torna-se experiente. A velhice do espírito é a experiência que ele vem acumulando durante os milênios.
Todavia, quando estamos reencarnados nosso corpo envelhece, isto é, apresenta os sinais do desgaste próprio das coisas materiais.
A velhice é a fase gloriosa de nossa vida. Ao relembrarmos o passado distante, vemos que vão longe os trabalhos e as canseiras e próximo vem o dia da alforria, o dia em que voltaremos para nossa colônia espiritual, de onde há tanto tempo partimos. Um misto de esperanças e de receios nos assalta: de esperança pela certeza que temos de nossa imortalidade, da continuação de nossa vida em outros planos luminosos do Universo, na companhia dos entes queridos que nos precederam na partida; e de receio por sentirmos que nos vamos defrontar com algo que nos parece desconhecido.
A nossa felicidade na velhice não consiste em termos amealhado copiosos bens materiais; ela consiste em possuirmos a tranqüilidade de consciência, a paz interior, a satisfação de nunca termos prejudicado ninguém, de termos vivido uma vida reta, moralizada, honesta; e fossem quais fossem as tempestades e as tentações que nos assaltaram em nossa jornada, sempre soubemos conservar nossa dignidade, nossa honradez e prezar nosso caráter.
Felizes, três vezes felizes os velhos que possuem uma consciência tranqüila, uma consciência que não os acuse de nada! Que ao recordarem a vida já vivida, verificam que cumpriram nobremente todos os seus deveres, mesmo no meio de circunstâncias penosas! Esse é o maior tesouro; o grande tesouro que levarão consigo para a pátria espiritual; é o tesouro que nem as traças corroem, nem os ladrões roubam.”
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 (Eliseu Rigonatti, O espiritismo aplicado, 39)

AS BÊNÇÃOS DO ANCIÃO

“A velhice é santa, pura quanto a primeira infância; por isso, aproxima-se de Deus e vê mais claro e mais longe nas profundezas do Infinito.
Ela é, em realidade, um começo de desmaterialização. A insônia, característico ordinário dessa idade, disso oferece uma prova material. A velhice assemelha-se à vigília prolongada, à vigília da eternidade, e o velho é uma espécie de sentinela avançada, na extrema fronteira da vida; já tem um pé na terra prometida e vê a outra margem, a segunda vertente do destino. Daí, essas ausências estranhas, essas distrações prolongadas, que costumamos tomar por enfraquecimento mental e que são, em realidade, explorações momentâneas no Além, isto é, fenômenos de extirpação passageira. Eis o que nem sempre se compreende. A velhice, tem-se dito muitas vezes, é a tarde da vida, é a noite. A tarde da vida, em verdade; mas há tardes belas e poentes com reflexos de apoteose.
É a noite; mas, a noite é tão bela, com o seu ornato de constelações!
Igual à noite, a velhice tem suas vias-lácteas, suas estradas brancas e luminosas, reflexo esplêndido de longa vida, cheia de virtude, de bondade, de honra! A velhice é visitada pelos Espíritos do Invisível, tem iluminações instintivas; um dom maravilhoso de adivinhação e profecia; é a mediunidade permanente, e seus oráculos são o eco da voz de Deus.
Eis por que são duplamente santas as bênçãos do ancião.
Devem-se guardar no coração os últimos transportes do ancião que morre, qual o eco longínquo de uma voz amada de Deus e respeitada pelos homens.” 
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(Léon Denis, O grande enigma, 9. ed., p. 209-210).

               DE TUDO, UM POUCO...


QUE VOCÊ TENHA, DE TUDO, UM POUCO...

SENSIBILIDADE 
Para não ficar indiferente diante das belezas da vida.

CORAGEM
Para colocar a timidez de lado e poder realizar o que tem vontade.

SOLIDARIEDADE
Para não ficar neutro diante do sofrimento da humanidade.

BONDADE
Para não desviar os olhos de quem te pede uma ajuda.

TRANQUILIDADE
Para quando chegar ao fim do dia, poder deitar e dormir o sono dos anjos.

ALEGRIA
Para você distribuí-la, colocando um sorriso no rosto de alguém.

HUMILDADE
Para você reconhecer aquilo que você não é.

AMOR PRÓPRIO
Para você perceber suas qualidades e gostar do que vê por dentro.

Para te guiar, te sustentar e te manter de pé.

SINCERIDADE
Para você ser verdadeiro, gostar de você mesmo e viver melhor.

FELICIDADE
Para você descobri-la dentro de você e doá-la a quem precisar.

AMIZADE
Para você descobrir que, quem tem um amigo, tem um tesouro.

ESPERANÇA
Para fazer você acreditar na vida e se sentir uma eterna criança.

SABEDORIA
Para entender que só o Bem existe, o resto é ilusão.

DESEJOS
Para alimentar o seu corpo, dando prazer ao seu espírito.

SONHOS
Para poder, todos os dias, alimentar a sua alma.

AMOR
Para você ter alguém para amar e sentir-se amado.

Para você desejar tocar uma estrela, sorrir pra lua.

Sentir que a vida é bela, andando pela rua.

Para você descobrir que existe um sol dentro de você.

Para você se sentir feliz a cada amanhecer

e saber que o Amor é a razão maior... para viver.

Mas se você não tiver um amor,

que nunca deixe morrer em você,

a procura... o desejo de o encontrar.

Tenha de tudo, um pouco... e Seja feliz!

Blandinne

AÇÃO DOS PENSAMENTOS


 A mudança dos nossos pensamentos nos parece, à primeira vista, trabalho irrealizável, porque o mal
está organizado e se estende por todas as áreas.

Entretanto, o bem que já idealizamos e que começa a surgir nos nossos feitos mostra-nos que devemos prosseguir. 
 
Cada gota de amor que se desprende dos nossos corações em favor dos outros é um jorro de ódio que desaparece do nosso espírito.
 
 Este é o grande trabalho da iluminação e o tempo nos mostrará que no decorrer dele brilhará o sol da verdade em todos os nossos sentimentos. 
 
Assim fizeram todos os grandes espíritos que aqui viveram e vivem e, nesse avanço de amor, a Terra se transformará em céu e os anjos serão aqueles que trabalharem em favor da paz.

Sede prudente na vossa reforma interna, mas persistente nas vossas decisões. 
 
Analisai o que pensais e falais durante o dia e, se algo de mal se infiltrou em vossos pensamentos ou palavras, não torneis a repeti-lo amanhã, porque essa pasta venenosa que se fabrica na mente e na boca quando nos envolvemos na discórdia, na usura e no ciúme nos mata aos poucos, alterando o funcionamento dos nossos campos de força, nos atirando na faixa da morte.
 
 Não queirais vos aprimorar de um dia para outro, porém, não pareis de vos educar todos os dias, pois, é nesse esforço contínuo que a luz desabrocha em vosso peito, em forma de estímulo do bem que nunca morre.

Os vossos pensamentos agem sobre os vossos semelhantes, assim como os dos outros agem sobre vós. 
 
E, se é plantando que colhemos, como nos diz a Lei, é de ação benfeitora plantarmos as sementes do amor e da caridade e a colheita não poderá ser outra.

Se encontrardes dificuldades na auto-educação mental dos vossos costumes, procurai alguém que
já começou esse labor divino e já realizou prodígios nesse campo, que ele vos ajudará. 
 
Mas, vede bem, não deveis vos esquecer de cultuar a oração e ela vos levará à glória do entendimento.

 Miramez
João Nunes Maia

                        Entrega-te a Deus


  
Se o sofrimento te alcança, confia em Deus e a dor se te fará um caminho de elevação.
Se a provação te procura, pensa em Deus e a prova será luz em tua própria alma.
Se problemas te assolam a existência, persevera em Deus e os empeços da senda se te transformarão em pontos de apoio.
Se alguma afeição querida te deixa a companhia, espera em Deus e a solidão te beneficiará com o tesouro inalienável da experiência.
Se a doença te compele a longos períodos de imobilização, resigna-te em Deus e a enfermidade te descortinará novos horizontes no mundo íntimo.
Segundo a palavra abençoada do apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, no versículo 28 do capítulo oitavo, “nós sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus”.
Isto equivale a dizer que, se entregares a tua vida a Deus, tudo que possa trazer-te algum prejuízo é recurso movimentado em favor de tua felicidade que, de imediato, nem sempre consegues compreender.

Irmão José

              Momentos de Aflição e Prova


 
 
Momentos de aflição e prova surgem pelo caminho, inesperados, concitando à disciplina
espiritual indispensável ao processo evolutivo do ser. 
 
 Águas serenas que são açoitadas por fortes vendavais; paisagens tranquilas que se modificam ao império de tempestades violentas; climas de paz que se convertem em campos de lutas rudes; viagem segura, que se torna perigosa, objetivos próximos de conquistados, que se perdem de repente; saúde que cede à enfermidade; amigos dedicados, que vão adiante; adversários vigorosos, que surgem ameaçadores; problemas econômicos, que aparecem, constringentes, tantos são os motivos de aflição e prova, que ninguém avança, na Terra, sem os experimentar. 

Enquanto domiciliado no corpo, espírito algum se encontra em segurança, vitorioso, isento de experiências difíceis, de possíveis insucessos. 

Os momentos de prova e aflição constituem recursos de aferição dos valores morais de cada um, mediante os quais o homem deve adquirir mais valiosas expressões iluminativas como suportes para futuros investimentos evolutivos. 

Por isso, todos somos atingidos por tais métodos de purificação. 

Vigia-te no momento de aflição e prova, a fim de que não compliques, por precipitação, o teu estado íntimo. 

Suporta o vendaval do testemunho com serenidade; recebe a adaga da acusação indébita com humildade; aceita o ácido da reprimenda injusta com nobreza; medita diante do sofrimento com elevação de sentimentos. 

Todos os momentos difíceis cedem lugar a outros; os de paz e compreensão. 

Não te desalentes, exatamente quando deves fortalecer-te para a luta. 

São os instantes difíceis que as resistências morais devem estar temperadas, suportando as constrições que ameaçam derruir as fortalezas íntimas. 

Quando estiveres a ponto de desfalecer, procura refúgio na oração. 

Orando, renovar-se-ão tuas paisagens mentais e morais, elevando-te o ânimo e reconfortando-te espiritualmente. 

Jesus, que não tinha qualquer dívida a resgatar e que é o Sublime Construtor da Terra, enquanto conosco não esteve isento dos momentos de aflição, demonstrando, amoroso, como vencê-los a todos, e, ao mesmo tempo, ensinando a técnica de como retirar do aparente mal as proveitosas lições da felicidade. 

Considera-Lhe os testemunhos, e, em qualquer momento em que sejas defrontado pela aflição ou prova, enfrenta as circunstâncias e extrai do amor a parte melhor da tua tarefa de santificação.
Joanna de Ângelis 

                      NA SEARA DA LUZ


 Nem todos conseguem, de improviso, realizar feitos heroicos ou desfrutar  encargos de grande elevação, como sejam: 
 apresentar uma vida sem erros;
 dirigir sabiamente a comunidade; 
ser um gênio na sublimação da inteligência; 
conservar equilíbrio invulnerável, a ponto de ser um modelo acabado de virtude;
 dispor de fortuna para garantir a beneficência; 
ou manejar o poder para a felicidade geral.

Mas todos podemos, seja onde for,
 dizer a boa palavra, 
esboçar o gesto de simpatia, 
estimular a cooperação fraternal,
 abençoar com a prece 
e auxiliar pelo prazer de servir.

Em resumo, nem todos estamos habilitados, de pronto, a desempenhar as funções da lâmpada perfeita do Eterno Bem, cuja luz remove as trevas do mal; entretanto, cada um de nós, onde esteja, pode e deve ser um pequenino raio de AMOR ou LUZ! 

Albino Teixeira
Chico Xavier 
 

                  Elimine a tensão


 Tenso e inquieto, você sente que todo seu sistema nervoso está contraído.
Descrê de uma boa saída para a sua situação.
No entanto, freie os pensamentos e feche os olhos, se possível.
Sinta como se estivesse recebendo suave luz e energia em todo seu corpo, a começar pela cabeça.
 Abra os olhos e não pense em nada negativo.
A solução aparece.
O equilíbrio nasce da confiança nas forças.

Lourival Lopes

                          Teu desafeto


Concede uma nova oportunidade ao teu desafeto, facilitando-lhe a aproximação.
Mantém-te receptivo.
É possível que ele tenha mudado de opinião, reconhecido o erro, e esteja aguardando ensejo.
Todos nos enganamos, e desejamos ocasião para nos reabilitarmos.
Se te encerras na mágoa e nada mais queres com ele, a tua é uma postura igual ou mais censurável que a dele.
Não deixes que um capricho do amor-próprio ou do orgulho ferido te roube uma excelente oportunidade de ser vencedor em ti mesmo.

Joanna de Ângelis