quarta-feira, 15 de abril de 2015

''Você é Importante''




Inútil, você?

Como acreditar que Deus tenha criado algo sem utilidade?

Se até o grão de areia cumpre nobre missão, seria você, “criado à imagem e semelhança do Pai”, a dizer-se sem valor?

A semente é berço de muitas vidas.

A gota d’água, para o sedento, é mais valiosa que uma pérola.

Como as abelhas trabalhariam no fabrico do mel sem o pólen das flores?

Arreda esse pensamento sombrio que lhe paralisa as forças criativas.

Você é muito importante no contexto da criação.

Deus conta com você no melhoramento do mundo.

Não precisasse da sua presença, Ele não o teria criado.

Segue para diante de cabeça erguida, realizando o melhor.

(Do livro "Fé", pelo Espírito Albino Teixeira, Francisco C. Xavier, Carlos A. Bacelli)

                  ''Disciplina do Pensamento''

Você consegue imaginar quantos pensamentos temos por dia?

Estudiosos informam que temos entre sessenta a noventa e cinco mil pensamentos em vinte e quatro horas.

É uma quantidade realmente muito grande...

Isso significa, por exemplo, que durante esta mensagem poderemos chegar a ter entre duzentos a trezentos e trinta pensamentos!

Trazemos então uma primeira reflexão: 
Quantos desses tantos pensamentos diários são bons, úteis? 
Quantos são maus, inúteis?

Infelizmente a maioria deles ainda não pode ser classificada como pensamentos saudáveis e construtivos, porém, existem formas de se disciplinar o pensar, pois bem pensar é a elevada forma de se viver.


Aqui vão alguns ensinamentos importantes a respeito da disciplina do pensamento.

Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento.

É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potências infinitas, tem tanta virtude.

É preciso aprender a fiscalizar os pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim nobre e digno.

Cada tipo de pensamento tem que ter a sua hora, o seu lugar. 
Não devemos estar em casa, com a família, e com os pensamentos em outro lugar, como, por exemplo, no ambiente de trabalho.

Cada vez que surja um mau pensamento, essa fiscalização fará com que um alerta se acenda em nós, e tomemos alguma atitude para expulsá-lo o mais rápido possível.

É bom também viver em contato, pelo pensamento, com escritores de gênio, com os autores verdadeiramente grandes de todos os tempos e países, lendo, meditando sobre suas obras, impregnando o nosso ser da substância de suas almas.

É necessário escolhermos com cuidado nossas leituras, depois amadurecê-las e assimilar-lhes a quintessência. Em geral lê-se demais, lê-se depressa e não se medita.

O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desenvolvimento do pensamento. É no silêncio que se elaboram as obras fortes.

Há também a prática de meditar. Na meditação o Espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das coisas. A luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas.

Evitemos as discussões ruidosas, as palavras vãs, as leituras frívolas.

Sejamos sóbrios de jornais, TV e Internet. O contato com essas mídias, fazendo-nos passar continuamente de um assunto para outro, torna o Espírito ainda mais instável.

A alma oculta profundezas onde o pensamento raras vezes desce, porque mil objetos externos ocupam-no incessantemente.

Disciplinar os pensamentos significa disciplinar a vida, e escolher caminhos mais seguros.

Na nascente de todos os atos, palavras e ideias estão os pensamentos. Mudemos a matriz e teremos uma vida renovada e mais feliz.

Lembremo-nos: bem pensar é a elevada forma de viver!


Redação do Momento Espírita com base no cap. XXIV, do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb.Em 24.05.2011

               ''PLANTAÇÃO ESPIRITUAL''


Numa só existência podem viver diversas situações.

Num só dia, é possível a prática de atos numerosos. 


Numa hora apenas tua mente pode criar múltiplos pensamentos.

Não olvides que todos nós estamos plantando espiritualmente no tempo.

Cada instante, quando queremos, pode ser o começo de gloriosa renovação, tanto quanto pode representar o início de quedas e equívocos deploráveis.

Auxilia a ti próprio, produzindo o bem.

Sem que percebas, vives invariavelmente nas vidas que te cercam.

Se a mentira ou a aversão te visita, não te esqueças de que constituem os frutos de tua própria plantação.

Cada criatura reflete em si aquilo que lhe damos ou impomos.

Nas alheias demonstrações para conosco é possível analisar a qualidade de nossa sementeira.

Aprendamos a cultivar o auxílio fraterno, o trabalho construtivo, a concórdia santificante e a solidariedade fiel, através de todos os passos e de todos os minutos, porque o amanhã será resposta viva a nossa conduta de hoje, tanto quanto a bênção ou a dor de agora consubstanciam os resultados das nossas ações de ontem.

Caminha iluminando a estrada com os recursos da bondade e da alegria, convicto de que a nossa família na Eternidade é constituída de nossas próprias obras, e, desse modo, estarás organizando magníficos moldes espirituais para as tuas novas tarefas na elevação ou na reencarnação em futuro próximo.
Emmanuel



Chico Xavier
 

                           ''Vida Íntima''




Quando pensas na dor, invoca a presença do infortúnio.
Quando meditas no mal, intensifica-lhe o crescimento.
Quando refletes na tristeza, agiganta-se a amargura.

Quando te aconselha com a desconfiança, golpeias a própria fé.
Quando desejas prazeres inferiores, atrais a força tenebrosa que te servirá em lastimáveis realizações.

Quando pensas, porém, na alegria do trabalho, o trabalho acrescentar-te-á alegria.

Quando meditas no Bem , o Bem virá em teu auxilio.
Quando te entendes com a fé, o otimismo e a segurança escudar-te-ão o espírito.

Não abandones o campo íntimo.
Teu desejo - tua meta.
Tua consciência - teu condutor. 
De nosso próprio coração nasce a corrente que nos levará aos cimos resplendentes da vida ou aos escuros abismos da morte.

Ismael Souto 
Chico Xavier 

                        ''RECIPROCIDADE''




Pequenas coisas afetam pessoas pequenas.

O mal não atinge quem com ele não cria afinidade.

Toda semente, para vingar, necessita de terreno fértil.

Na cabeça invigilante, a ideia infeliz tem seu ninho.

Nos ouvidos que não a colhem, a crítica maledicente não ressoa.

Nos lábios sensatos, o verbo contundente não se articula.

As mãos são servas da vontade.

Os olhos destacam a imagem com que se comprazem.

Os pés conduzem o corpo, e a mente traça o caminho.

Treva ou luz é uma questão de preferência.

Irmão José
 

                                                   '' Individualidade ''

                                      

Os membros de uma tribo primitiva da África, acreditam que cada pessoa que nasce traz consigo uma música individual e intransferível, como uma espécie de identidade sonora.

Assim, quando a mãe está grávida ela recebe, através da inspiração, a música da criança que irá nascer e começa a cantá-la para que o bebê se sinta querido e desejado. 

Depois, a mãe ensina a música ao pai, que também passa a cantar cada vez que se aproxima do filho, demonstrando carinho e respeito por sua individualidade.

E, assim, cada membro da família que entra em contato com a criança aprende a sua música e passa a cantá-la, como forma de dar as boas-vindas e saudá-la.

Dessa forma, a criança aprende a sua música e passa a cantá-la pelo resto de sua vida.

E é assim que cada membro canta sua música individual, e todos sabem de cor a música de cada um.

Um costume singular e interessante.

As notas são as mesmas, mas os ritmos são diferentes.

Fazendo um paralelo da prática dessa tribo primitiva com os nossos costumes atuais, poderemos tirar dela vários ensinamentos.

O primeiro é que todos temos nossa individualidade, isso é incontestável.

A diferença é que nem sempre essa individualidade é considerada e, menos ainda, respeitada.

Geralmente nossas crianças nascem em meio a ruídos mentais de toda ordem. 

É a mãe querendo lhe impor sua própria música e o pai, a sua.

Chegam os demais familiares e fazem o mesmo.

Nem se espera que a criança demonstre sua individualidade e já é confundida em si mesma.

Isso se leva para a vida toda, quando nós, adultos, não conhecemos nossa individualidade a ponto de ter certeza de quem realmente somos, do que sentimos do que queremos ou não queremos.

Nossas músicas se confundem. Nem cantamos a nossa, nem ouvimos a música do outro. 

É um tumulto de sons confusos e inaudíveis.

As individualidades não são respeitadas e tenta-se fazer das pessoas uma massa confusa e disforme.

É importante pensar a respeito desse tema nos dias atuais.

É importante que cada ser seja respeitado, e sua música seja cantada por todos, em sinal de afeto e respeito.

Imagine se você pudesse cantar sua música pessoal e, onde quer que fosse, todos lhe saudassem com a sua melodia. Isso não seria fantástico?

Se assim fosse teríamos uma sociedade amável e respeitosa, fraterna e afetuosa, onde todos se sentiriam especiais e veriam os outros também como seres especiais.

Cada pessoa tem sua identidade própria e intransferível.

O Criador não se repete. Cada filho Seu é único.

Cada ser humano tem sua sinfonia e seu ritmo particular.

Ideal seria que cada um vivesse no seu ritmo e respeitasse o ritmo do outro.

E a diversidade dessas múltiplas melodias formam a harmonia perfeita, sob a batuta do Maestro universal, que chamamos Deus.

Equipe de Redação do Momento Espírita

                       ''Desprendimento''


 
Um dos maiores entraves à nossa evolução é o apego aos bens materiais. 
 
As fazendas, as casas, os carros, as contas bancárias, as ações da bolsa, a bicicleta, o guarda-roupa, tudo isso acaba construindo uma prisão sem grades, onde a nossa mente fica atrofiada por séculos a fio.
 
 O exercício do desprendimento deve ser um esforço diário. 
 
 Nascemos carecas, desdentados, pobres e pelados. 
 
De lá para cá tudo que tivermos e possuirmos é lucro, é acréscimo e nesse acréscimo há muitos excessos e muitas arestas. 
 
 Falando em desprendimento, pensamos necessariamente em renúncia e caridade. 
 
Pensemos nisso.
 
 Os ricos que pensam em levar os seus bens para a eternidade terão dificuldade em sair do caixão. 
 
 Quando nos desembaraçamos das coisas materiais, que por tanto tempo nos deram prazer, abrimos o coração para as alegrias espirituais, que são verdadeiras e eternas. 
 
Lembremos que Jesus não tinha sequer uma pedra onde pudesse reclinar a cabeça. 
 
 Ariston S. Teles

                    ''MEDICAÇÃO''


Aceite-se, tal que é, buscando melhorar-se.

                                                            Suporte com paciência as provas do caminho.

Se você caiu, erga-se logo para seguir adiante.

             Se já conhece o que seja tentação, já sabe claramente como evitá-la.

Deixe de criar motivações a sofrimentos de que não tem necessidade.

Abstenha-se de relações que lhe prejudiquem a paz.

Não tente sanar amarguras da alma com medicações que lhe criem exagerada dependência.

Cultive fortaleza de ânimo e acolha a realidade, tal como se apresenta.

Faça todo bem que puder, auxiliando a todos, mesmo quando não possa estar com todos.

Trabalhe sempre, confiando em Deus.

Não diga que isso é óbvio ou que você já sabe tudo isso, porque os planos do bem devem ser infinitamente repetidos e a construção mais simples é sempre a mais difícil de se fazer.



André Luiz


Chico Xavier

                                                                 ''Como funciona a justiça divina?''



Somos seres espirituais vivendo em um mundo material. 

Por causa deste fato, temos muita dificuldade em entender e acreditar como funciona essa tal de justiça divina, principalmente porque ela tarda bastante. 

Nos momentos em que se está sendo bombardeado por situações que lhe deixam de mãos atadas, a sensação que aparece é de incredulidade. 

Muitas pessoas deixam de acreditar no bom, no belo e na justiça divina.
Mas existem muitos aspectos da justiça divina que racionalmente não entendemos porque não sabemos como ela se processa.
É necessário entender que tudo é energia e que todas as energias estão ligadas. 
Por sermos seres energéticos, espirituais e estarmos atualmente vivendo em um mundo físico, nos submetemos a causas físicas como a lei de ação e reação.
Através de nossos sentimentos e pensamentos atraímos certas condições; muitas vezes nos metemos em arapucas que mais tarde parecem ter sido criadas somente pelo outro. 
Não entendemos a parte que nos cabe.
Mas e quanto aos casos em que realmente não temos nenhuma consciência daquilo que está acontecendo conosco? 
Muitos acham que certas coisas funcionam como castigos, mas elas funcionam somente como reação como já disse anteriormente. 
O que as pessoas não entendem é que estas reações muitas vezes foram causadas por atos anteriores, como por exemplo, uma vida passada.
Outras vezes, criamos uma culpa interior tão grande que achamos que precisamos pagar por algo. 
Daí, você atrai tudo o que teme, pois o que tememos é energia também.
E quanto à justiça divina propriamente? 
Ela existe! 
Mas ela existe na forma de reação também. 
No caso de alguém que faz uma maldade, por exemplo, muitas vezes essa pessoa não entende que o ato retornará para ela, essa pessoa não entende que o outro também é parte dele. 
E a pessoa que espera por justiça também precisa entender isso.
A melhor coisa a se fazer é libertar este estado energético negativo entendendo que aquela parte sua no outro está equivocada. 
Fazendo assim, perdoará essa parte sua e liberará a solução do problema.
Cristina Longhi - jornadasdaalma@gmail.com

''A ilusão do sangue''


Não é o sangue que nos irmana, mas o espírito. 

Os laços consanguíneos são ilusórios e efêmeros. 

Kardec explica no item 8 do capítulo XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo: 

“O corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do espírito, pois já existia antes da formação do corpo. 

O pai não gera o espírito do filho. 

Fornece-lhe apenas o envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-lo progredir”. 

Filhos de outros pais, procedentes de outro sangue, podem ser muito mais ligados aos pais adotivos que os filhos consanguíneos.

Essa é uma das razões por que os pais adotivos geralmente não querem revelar a verdade aos filhos que adotaram. 

O amor paterno e materno ressurge ante o filho que volta ao seu convívio. 

Mas Emmanuel revela um dos aspectos da lei da reencarnação que exige atenção e respeito. 

Os filhos que voltam ao lar por vias indiretas são espíritos em prova e, portanto, em fase de correção moral. 

Precisam conhecer a sua verdadeira situação para que a medida corretiva atinja a sua eficiência. 

E se quisermos burlar a lei só poderemos acarretar-lhes maiores sofrimentos. 

São muitos os dramas e muitas as tragédias ocasionadas pela imprudência dos pais que mentiram piedosamente aos filhos adotivos. 

Quando a verdade os surpreende, o choque emocional pode transtorná-los, fazendo-os perder a oportunidade de aprendizado que muitas vezes solicitaram com ardor na vida espiritual. 

Esta é uma razão nova que o Espiritismo apresenta aos pais adotivos, quase sempre apegados apenas às razões mundanas.

Aprendendo desde cedo a se acomodar à situação de prova em que se encontra, o filho adotivo resigna-se a ela e aproveita a lição de reajustamento afetivo. Amanhã voltará de novo como filho legítimo, mas já em condições de compreender os deveres da filiação.

A vida aplica sempre com precisão os seus meios corretivos, mas nós nem sempre a ajudamos, esquecidos de que os desígnios de Deus têm razões profundas que nos escapam à compreensão. 

Se Deus nos envia um filho por via indireta, devemos recebê-lo como veio e não como desejaríamos que viesse.



Irmão Saulo - Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires / Espíritos diversos

                                         ''Amor e Renúncia''


Geralmente, um homem deseja ser bom como os outros, ou honesto como os demais, olvidando que o caminho onde todos passam é de fácil acesso e de marcha sem edificações.

A virtude no mundo foi transformada na porta larga da conveniência própria. Há os que amam os que lhes pertencem ao círculo pessoal, os que são sinceros com os seus amigos, os que defendem seus familiares, os que adoram os deuses do favor.

O que verdadeiramente ama, porém, conhece a renúncia suprema a todos os bens do mundo e vive feliz, na sua senda de trabalhos para o difícil acesso às luzes da redenção.

O amor sincero não exige satisfações passageiras, que se extinguem no mundo com a primeira ilusão; trabalha sempre, sem amargura e sem ambição, com os júbilos do sacrifício. Só o amor que renuncia sabe caminhar para a vida suprema...

Somente o sacrifício contém o divino mistério da vida. Viver bem é saber imolar-se. Acreditas que o mundo pudesse manter o equilíbrio próprio tão-só com os caprichos antagônicos e por vezes criminosos dos que se elevam à galeria dos triunfadores?

Toda luz humana vem do coração experiente e brando dos que foram sacrificados. Um guerreiro coberto de louros ergue os seus gritos de vitória sobre os cadáveres que juncam o chão; mas, apenas os que tombaram fazem bastante silêncio, para que se ouça no mundo a mensagem de Deus. O primeiro pode fazer a experiência para um dia; os segundos constroem a estrada definitiva na eternidade.

Já pensaste no que seria o mundo sem as mães exterminadas no silêncio e no sacrifício? Não são elas as cultivadoras do jardim da vida, onde os homens travam a batalha?!... Muitas vezes, o campo florescido se cobre de lama e sangue; entretanto, na sua tarefa silenciosa, os corações maternais não desesperam e reedificam o jardim da vida, imitando a Providência Divina, que espalha sobre um cemitério os lírios perfumados de seu amor!...

Quanto ao futuro, com o infinito de suas perspectivas, é necessário que cada um tome sua cruz, em busca da porta estreita da redenção, colocando acima de tudo a fidelidade a Deus e, em segundo lugar, a perfeita confiança em si mesmo.

Vai!... Sacrifica-te e ama sempre. Longo é o caminho, difícil a jornada, estreita a porta; mas, a fé remove os obstáculos... Nada temas: é preciso crer somente!


Edição de texto retirado do livro “Boa Nova” – Pelo Espírito de Humberto de Campos / Psicografia de Francisco Cândido Xavier

                                      ''Amarás Servindo''

Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho.

Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre.

Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos de sacrifício para que pudesses livremente viver.

Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram...

Para isso, não te deterás na superfície das palavras.

Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.

Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz.

Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho do bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás.

Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.

Emmanuel
(Alma e Coração - Francisco Cândido Xavier)