quarta-feira, 9 de março de 2016

                  ''Mediunidade''
Capítulo II
Natureza da Mediunidade
1 - Introdução
"Todos os homens são médiuns, todos tem um espírito que os dirige para o bem,
quando sabem escutá-los" (1)
"Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e
doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente".(2)
"Ninguém pode avançar livremente para o amanhã sem solver os compromissos de
ontem. Por este motivo, Pedro traz consigo aflitiva mediunidade de provação. É da Lei
que ninguém se emancipe sem pagar o que deve".(3)
2 - Classificação segundo a natureza
Fácil observar-se que a mediunidade, embora una em sua essência (faculdade que
permite ao homem encarnado entrar em relação com os espíritos), não o é quanto a sua
natureza, ou razão de ser; variando de indivíduo para indivíduo.
Assim, destacamos:
a) Mediunidade própria ou natural
Edgard Armond a define: "À medida que evolui e se moraliza, o indivíduo ad-
quire faculdade psíquica e aumenta conseqüentemente sua percepção espiritual. A
isso denominamos mediunidade natural. (4)".
b) Mediunidade de prova ou trabalho
Faculdade oferecida ao indivíduo, em caráter precário, como uma tarefa a de-
senvolver, quando encarnado, com vistas à sua melhoria espiritual e a de seus se-
melhantes.
Preparado de antemão no plano espiritual, o médium, ao reencarnar tem, no
exercício mediúnico, abençoada oportunidade de trabalho.
c) Mediunidade de expiação
Há determinadas pessoas compromissadas grandemente em virtude do mau uso
de seu livre-arbítrio anterior (em passadas existências), a sensibilidade psíquica
aguçada é imposta ao médium como oportunidade para ressarcimento de seus atos
menos felizes do pretérito com vistas à sua libertação futura.
Esta mediunidade se manifesta à revelia da criatura e comumente lhe causa so-
frimentos aos quais não se pode furtar.
A sua forma de manifestação mais comum é a obsessão que pode atingir até o
estagio de subjugação. d) Médiuns missionários
Convém lembrar que, além dos aspectos acima referidos, excepcionalmente po-
demos encontrar médiuns que são verdadeiramente missionários do plano espiritu-
al, entre os homens, os quais, pelos seus elevados dotes morais e espirituais, se tor-
nam, a título de testemunho, em instrumentos da vontade Divina, em favor da hu-
manidade.
3 - Aspectos da mediunidade própria ou natural
A sensibilidade mediúnica oriunda do trabalho perseverante do espírito é resultado
de seu próprio esforço.
Como toda conquista espiritual, demanda perseverança e seu aperfeiçoamento se
faz através das reencarnações, seguidas de idêntico empenho no plano espiritual.
Conquistada essa sensibilidade, transforma-se num atributo do espírito - patrimô-
nio intransferível de sua individualidade.
Isenta dos percalços naturais, inerentes às provas e expiações, a sensibilidade psí-
quica conquistada é de caráter definitivo.O seu exercício não acarreta sofrimentos e
permite o intercâmbio espontâneo com as entidades espirituais, sem necessidade do
trabalho mediúnico de caráter obrigatório.
Por estar ao alcance de todos, paulatinamente, caminhamos para a conquista deste
atributo, através do qual contaremos com maiores recursos de identificação com o
plano espiritual.
A expressão fenomênica característica das demais manifestações mediúnicas cede
lugar a intuição pura e simples e as incursões da alma no plano extrafísico.
A sua característica principal é, portanto, a intuição.
4 - Aspectos da mediunidade de prova ou trabalho
A sensibilidade mediúnica é concedida como uma oportunidade de trabalho para a
criatura.
Conferida em caráter transitório, por empréstimo, segundo programação no plano
espiritual, antes do reencarne do médium, pode ser suspensa por iniciativa da própria
espiritualidade, consoante o uso que dela fizer.
Seu despertar é quase sempre cercado de recursos alertadores, com vistas à segura
orientação do médium.
Respeitado o livre-arbítrio do médium, este pode ou não atender ao compromisso
assumido na espiritualidade. Dispondo-se ao exercício mediúnico, além do aprendizado
natural e excelente oportunidade de serviço, conta o médium com possibilidades de
reajustar-se frente aos problemas de seu passado. Recusando-se ao trabalho, no entanto,
normalmente, retorna ao plano espiritual mais compromissado, em virtude do menos-
prezo da oportunidade que lhe foi concedida. 5 - Aspectos da mediunidade de expiação
A sensibilidade mediúnica é imposta ao médium para reajustes necessários, deter-
minados pelos seus atos menos dignos do passado de culpas.Manifesta-se independente
da vontade atual do médium e muitas vezes à sua própria revelia. Pelo seu caráter
expiatório, pode cercar-se de determinados sofrimentos físico-psíquicos, que serão
amenizados, ou mesmo eliminados pela perseverança do seu portador no trabalho me-
diúnico, dentro da seara cristã.
Independente de qualquer iniciativa visando ao seu desenvolvimento, a mediunida-
de surge, nem sempre branda, às vezes, violentamente, surpreendendo o próprio mé-
dium e aqueles que o cercam.
Tão logo surja esta manifestação, deve o médium ingressar numa reunião de Edu-
cação Mediúnica para melhor capacitar-se no devido controle de suas faculdades, com
vistas ao seu exercício cristão.
Comumente manifesta-se sob o aspecto de obsessão e, se o médium não busca os
recursos evangélico-doutrinários indispensáveis a sua auto-educação, pode cair nas
tramas da subjugação.
6 - Referências
• (1) "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec - FEB - 29ª edição
• (2) "Os Mensageiros", André Luiz - FEB - 4ª edição
• (3) "Nos Domínios da Mediunidade", André Luiz - FEB - 2ª edição
• (4) "Mediunidade", Edgard Armond - LAKE - 9ª edição.

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