''- Por que não cuidas de ti? Estás doente e cansado..''
''- Afinal, todos nós precisamos de algum repouso...''
''- Liberta-te do jugo terrível do lavrador!''
''- Pobre máquina! A quantos martírios te submetes!...''
''O arado escutou... escutou... e acabou acreditando.''
''Ele, que era tão corajoso, que nem sentia o mais leve incômodo nas mais duras obrigações, começou a queixar-se do frio da chuva, do calor do Sol, da aspereza das pedras e da umidade do chão.''
''Tanto clamou e chorou, implorando descanso, que o antigo companheiro concedeu-lhe alguns dias de folga, a um canto do milharal.''
''Quando os vermes o viram parado, aproximaram-se em massa, atacando-o sem compaixão.''
''Em poucos dias, apodreceram-no, crivando-o de manchas, de feridas e de buracos.''
''O arado gemia e suspirava pelo socorro do lavrador, sonhando com o regresso às tarefas alegres e iluminadas do campo ...Mas, era tarde.''
''Quando o prestimoso amigo voltou para utilizá-lo, era simplesmente um traste inútil.''
''A história do arado é um aviso para nós todos.''
''A tentação do repouso é das mais perigosas, porque, depois da ignorância, a preguiça é a fonte escura de todos os males.''
''Jamais olvidemos que o trabalho é o dom divino que Deus nos confiou para a defesa de nossa alegria e para a conservação de nossa própria saúde.''
XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB.
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