terça-feira, 21 de julho de 2015

O que dizem os espíritos, sobre desencarnes coletivos?






Ao longo da história do homem já ocorreram 
incontáveis situações de desencarne coletivos. 
Ações da natureza como terremotos, tsunamis, erupções 
vulcânicas levaram incontáveis pessoas ao desencarne. 

E na história recente temos presenciado situações de 
desencarne por outras razões, como naufrágios, 
acidentes aéreos, acidentes automobilísticos, 
incêndios, desabamentos, ocupação inadequada de áreas 
de risco como áreas costeiras sujeitas a tsunamis, 
encostas de morros, e outras.

O desencarne é um assunto importante em nossas vidas, 
pois significa o final desta oportunidade reencarnatória, 
e a interrupção das relações familiares e de amizade, dentro 
dos padrões que conhecemos e estamos acostumados aqui na 
Terra. 

Logo é natural que o desencarne de muitas pessoas 
simultaneamente nos chame ainda mais a atenção. 
É consequência da característica do ser pensante, refletir 
sobre sua vida e sobre sua interrupção. E por isso temos nos 
perguntado: por que ocorrem estas situações onde muitas 
pessoas desencarnam ao mesmo tempo?
Em mensagens recentes através do Médium Maury Rodrigues 
da Cruz, os espíritos Leocádio José Correia e Marina Fidélis 
nos alertam para o fato de que os desencarnes coletivos não 
representam resgate de erros em vidas passadas, ou qualquer
 tipo de castigo ou punição. Também não são resultado da 
influência de espíritos desencarnados. A reflexão que os 
espíritos orientadores nos trazem está em torno do uso mais 
construtivo do nosso livre arbítrio, o que nos leva a pensar 
mais criticamente sobre os fatos que causam os desencarnes 
coletivos, ao invés de nos apegarmos a explicações que retiram 
de nós a responsabilidade sobre os fatos que ocorrem em nossa 
sociedade.

Com a evolução do conhecimento científico o Homem passou 
conhecer mais a fundo os detalhes do ambiente onde vive, o 
planeta Terra. Passou a conhecer e a entender os vulcões, os 
terremotos, os tsunamis, as ações dos ventos, das chuvas, do 
fogo, do frio e do calor. Assim,hoje já sabemos que o planeta 
nos traz situações de risco à vida do corpo, e passamos a 
evitá-las quando possível. Evitamos ocupar encostas de 
morros, evitamos ocupar áreas sujeitas a terremotos, não 
ocupamos áreas de risco próximas a vulcões com possibilidade
 de erupção. Ao mesmo tempo a evolução da tecnologia nos 
trouxe sistemas de alerta para tempestades, tsunamis e 
erupções vulcânicas, reduzindo o risco de exposição das 
pessoas a tais eventos naturais. Desta forma, com base no 
conhecimento, na mudança de comportamento e na 
prevenção, certamente temos evitado mais situações de 
desencarnes coletivos em função de eventos naturais.
Por outro lado, a evolução do conhecimento humano gerou 
mudanças importantes na sociedade global. Intensificamos 
as relações entre países e continentes. Desenvolvemos 
aeronaves com capacidade de transportar centenas de  
passageiros, grandes navios com capacidade para mais de 
6 mil pessoas, automóveis, ônibus, edifícios. Mas, nem sempre
 o conhecimento aplicado consegue prever todas as situações, 
e o desenvolvimento da cultura, da mesma forma, nem 
sempre acompanha o avanço da tecnologia. Assim temos 
situações diversas que podem levar a acidentes: por um lado 
podem ocorrer falhas nos aviões, navios, automóveis, trens; 
por outro lado muitas vezes fazemos uso inadequado desses 
meios de transporte, nos colocando em situações não previstas
 e causando acidentes. Antes de termos inventado aviões, 
automóveis e edifícios não ocorriam desencarnes envolvendo 
estes recursos. Nós os inventamos, nós os usamos, nós os 
mantemos, nós cuidamos ou não do seu aprimoramento e 
das condições para seu uso. Estradas com manutenção 
precária; aeroportos situados dentro das cidades e com 
restrições para ampliações; pressão por resultados financeiros
 crescentes que acabam reduzindo a atenção e os 
investimentos em segurança; 
todas essas situações são escolhas humanas, escolhas feitas 
por nós espíritos encarnados, e que muitas vezes levam a 
situações que provocam o desencarne de várias pessoas.
E como temos a população em constante crescimento, temos 
cada vez mais locais onde ocorre a aglomeração de pessoas, 
como por exemplo em aeroportos, rodoviárias, supermercados, 
shopping centers, grandes eventos, casas noturnas, escolas, 
hospitais. Quais são os riscos que estes ambientes podem oferecer
 à vida daqueles que lá estão? Temos pensado a respeito? Temos 
atuado em sua prevenção? Como espíritos encarnados todos 
fazemos parte do grupo responsável pelo padrão de vida 
estabelecido na Terra no momento.
Na visão espírita não há destino. Há justiça, o que significa 
efeitos coerentes com as causas que lhes deram origem. 
Se atuarmos no sentido da prevenção, do ajuste de 
comportamento, da manutenção da vida, teremos menos 
situações de desencarne, independentemente de quantas 
pessoas estejam envolvidas. Entretanto, se adotarmos as 
explicações religiosas que eximem a sociedade de sua 
responsabilidade sobre tais fatos, justificando os desencarnes 
em supostos processos ditos cármicos, estaremos aceitando 
postergar aprendizados importantes e repetir sofrimentos 
evitáveis.
Tendo essas reflexões como base, como podemos avaliar os 
desencarnes ocorridos recentemente na Boate Kiss, em Santa
 Maria, RS?
Os espíritos desencarnados tem alguma influência nos 
desencarnes coletivos? As equipes espirituais podem ser 
chamadas a intervir construtivamente no sentido da 
prevenção de algum evento humano de grande significado 
para a civilização, desde que isso não limite o livre-arbítrio 
das pessoas. No caso de desencarnes coletivos a influência 
das equipes espirituais é semelhante ao das equipes 
encarnadas, ou seja, é de apoio e ocorre após o evento.
Os jovens que desencarnaram na boate Kiss em Santa Maria
 eram espíritos responsáveis pelas mortes de pessoas nas 
câmaras de gás na Alemanha? Não passaria de coincidência 
se entre aqueles jovens houvesse ao menos um dos 
participantes daquelas atrocidades. Apesar das semelhanças 
entre o método usado nos campos de concentração e o 
acidente de Santa Maria, os espíritos orientadores afirmam 
que não se trata de resgate, pois a intenção da Lei Maior é o 
aprendizado e não a punição. O conceito humano de justiça, 
por meio do método conhecido como “olho por olho”, é uma 
criação humana atribuída ao rei Babilônio Hamurabi, 
aproximadamente 1800 anos antes de Cristo. Percebendo a 
injusta desproporção em crime e castigo vigente em seu reino,
 ele promulgou leis que previam que as penas não deveriam 
ser maiores que os crimes.  Jesus trouxe a evolução do 
conceito de retaliação ao propor o perdão aos inimigos como 
forma de não perpetuar a dor. Mahatma Gandhi em 1948 
argumentou sobre o acerto do perdão explicando que se 
formos buscar a justiça por meio do olho por olho, 
acabaremos todos cegos.
Mas, e onde ficaria a justiça se os algozes das atrocidades 
humanas não receberem sua justa punição? O desejo de 
vingança é uma imperfeição do caráter humano. 
Assim como 
aprendemos a imaginar Deus como um homem forte, 
acabamos imaginando características humanas também 
para sua justiça.  Jesus foi bastante claro ao questionar o 
mérito de perdoar quem amamos e ao insistir que devemos 
perdoar setenta vezes sete vezes aqueles que nos fizeram mal. 

Devido a essas mesmas imperfeições, há inúmeras maneiras 
pelas quais nós, os espíritos encarnados, aprenderemos sobre 
a importância da proteção da vida durante nossos estágios 
encarnatórios. 

Dentro do princípio de amor e perdão, não faz sentido 
pressupor equipes espirituais encarregadas de aplicar “penas 
de morte” a encarnados que erraram no passado.
Como avaliar as mensagens de espíritos que confirmam os 
resgates coletivos? Consta que uma vez Emmanuel disse o 
seguinte ao médium Chico Xavier "Se algum dia, eu disser 
algo diferente do que disse Jesus e Kardec, fique com Eles e 
abandone-me." Evidentemente, não há como abandonar o 
inestimável tesouro de princípios, ideias, exemplos e 
interpretações de Chico Xavier, como pessoa e como médium;
 bem como os conteúdos trazidos pelos espíritos que o orientar
am. Ocorre que deixar de refletir sobre o conhecimento a fim 
de atualizá-lo é tornar a evolução mais lenta. Devemos 
lembrar que o Espiritismo é o estudo, o entendimento e a 
prática dos princípios fundamentais da Doutrina. Portanto 
deve estar em constante movimento evolutivo através da sua 
própria revisão.


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