segunda-feira, 22 de junho de 2015

16ª AULA - CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

PARTE A: OS SONHOS
O sonho define-se como a lembrança do que o Espírito viu durante o sono (L.E., 402), Kardec, analisando essa mesma resposta dos Espíritos, complementa dizendo que os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação.

O Espírito, jamais ficando inativo, experimenta durante o sono o afrouxamento dos laços que o unem ao corpo, permitindo-lhe o contato direto com outros Espíritos. Por essa razão é que o sono influi, muito mais do que pensamos, em nossa vida. O período de sono, portanto, é de vital importância para os Espíritos, representando a porta que Deus lhes abriu para o contato com os seus amigos do céu. Além disso, é o recreio após o trabalho, após as tribulações da vida diária.

Para a Humanidade de um modo geral, os sonhos sempre tiveram grande importância.

Na Bíblia, temos os episódios de José e o Rei do Egito; o de Daniel e Nabucodonosor; e o de Jacó, entre outros.

Na História Geral, temos a revelação de Dante Alighieri acerca de sua obra, a Comédia, e os três sonhos de René Descartes, em que o Espírito da Verdade o aponta como autor de uma Ciência Admirável.

Na História do Espiritismo. Andrew Jackson, num sonho, tem uma ampla visão do mundo invisível.

Na Psicanálise, Freud utilizou os sonhos como elementos de análise do psiquismo humano.

Na História da Religião, são conhecidos os episódios envolvendo Santo Afonso de Liguori, Santo Antonio de Pádua, Santo Ambrósio e São Francisco Xavier, com seus famosos desdobramentos.

Na Doutrina Espírita, são dignos de lembrança os casos de desdobramento de Eurípedes Barsanulfo, quando professor em sua cidade natal (Sacramento, no estado de Minas Gerais).

Em sonhos, também, podem acontecer casos de premonição, como o da mulher de César, que toma conhecimento da conjuração de Brutus, ou como o de Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos da América, que vislumbrou sua própria morte e funeral.

Podemos dizer então, que há dois tipos de sonhos: os sonhos reais, em que nós fazemos contatos com seres ou coisas do mundo espiritual, indo a lugares que nos são permitidos devido à nossa condição evolutiva. Já os sonhos do subconsciente não são mais do que reproduções de pensamentos, imagens e impressões que afetaram nossa mente no estado de vigília.

É comum, em sonhos, ter-se pressentimentos que jamais se cumprem. Da mesma forma, podemos receber sugestões ou encontrar respostas para a nossa problemática mais aguda.

Ocorrem visitas a seres conhecidos ou a lugares distantes, que algumas vezes nem conseguimos identificar. E isso ocorre quase todas as noites, pois, quando dormimos, prevalece a vida da alma. As visitas entre vivos podem ser provocadas, desde que o homem deseje e lhe sejam permitido.

Todavia, na Doutrina Espírita não há a prática de interpretação dos sonhos, porque, a rigor, não se conhece o mundo íntimo e os problemas encarnatórios das criaturas. Ademais, no Espiritismo aprendemos a nos libertar da simbologia, geralmente usada de maneira indevida para desvendar os conteúdos éticos e morais do psiquismo.

Não nos lembramos sempre dos sonhos, em grande parte, devido à influência da matéria pesada e grosseira, que limita as possibilidades de manifestação da alma. Contudo, deve-se considerar também a falta de desenvolvimento do Espírito e seu mediano grau de evolução, que o impedem de lembrar-se das coisas corriqueiras do dia-a-dia, como de seus próprios sonhos.

Ao despertar, por vezes, conservamos uma lembrança fugaz dos nossos sonhos e logo depois já não nos lembramos mais deles. Mas, outras vezes, os sonhos permanecem vivos em nossa memória, sugerindo-nos pensamentos novos e novos caminhos a percorrer.

PARTE B: OS FALSOS CRISTOS E OS FALSOS PROFETAS
       
Entre as advertências do Cristo para a nossa necessidade de oração e vigilância, está a questão dos falsos Cristos e dos falsos profetas.

Estes são os que “exploram, em proveito de sua ambição, de seus interesses e de seu desejo de dominação, certos conhecimentos que possuíam, para conseguirem o prestígio de um poder supostamente sobre-humano ou de uma pretensa missão divina”. (E.S.E,. Cap. XXI, item 5).

Portanto, é necessário manter-se atento, vigilante, nos dias de hoje, para não nos deixarmos levar pelo erro, pela mentira, pela hipocrisia.

Há muitas criaturas que se utilizam de pretensos “prodígios” para captar a confiança e a simpatia dos que deles se aproximam e auferir vantagens pessoais. Indivíduos que têm mel nos lábios e fel no coração, propagam deliberadamente ideias fantásticas, miraculosas, como se fossem verdadeiros milagres, fato que se repete há muito tempo.

“São esses os falsos cristos e os falsos profetas. A difusão dos conhecimentos vem desacredita-los, de maneira que o seu número diminui, à medida que os homens se esclarecem. O fato de operarem aquilo que, aos olhos de algumas pessoas, parece prodígio não é, portanto, nenhum sinal de missão divina. Esses prodígios podem resultar de conhecimentos que qualquer um pode adquirir, ou de faculdades orgânicas especiais, que tanto o mais indigno como o mais digno podem possuir. O verdadeiro profeta se reconhece por características mais sérias, exclusivamente de ordem moral”. (E.S.E., Cap. XXI, item 5).

Embora as palavras “cristos e profetas” sejam tradicionalmente do âmbito religioso, não se pode negar que nas mais diversas atividades humanas, como a Ciência, o comércio, a literatura, podemos encontrar criaturas caracterizadas dessa mesma forma: indivíduos revestidos dos mais nobres títulos do saber humano, que inescrupulosamente semeiam o desespero, a descrença, a desilusão.

As palavras de Jesus aplicam-se a todos aqueles que, podendo conduzir seus semelhantes para a glória do bem e da felicidade, preferem os falsos caminhos, jamais percorridos pelos verdadeiros cristãos. Não podemos nos enganar, pois “cada criatura traz na fronte, mas, sobretudo nos atos, a marca de sua grandeza ou de sua decadência”.

Deve-se, portanto, analisar as obras de cada um, para identificar as virtudes que as embasam: é importante que ali haja “a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia todos os corações; e, se confirmando as palavras, lhes juntam os atos, então podereis dizer: Estes são realmente os enviados de Deus”.(E.S.E., cap. XXI, item 8).

O Espiritismo, revelando uma outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas - que são justamente os Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos ou pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e se disfarçam com nomes veneráveis-, confirma a advertência do apóstolo João, em sua primeira epístola: “Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas que se levantarão no mundo”.(4.1).

Se a morte não santifica ninguém, como aprendemos na Doutrina, é certo que no Plano Espiritual vamos encontrar Espíritos nas mais diversas condições evolutivas morais e intelectuais (bons e maus, amigos e inimigos do bem, sábios e ignorantes, sinceros e hipócritas). É preciso adotar um critério seguro para avaliar a comunicação e saber se provém de um bom ou de um mau Espírito.

Como dizia Jesus, pelo fruto se conhece a árvore; toda árvore boa dá bons frutos e toda má árvore dá maus frutos. É pela obra, então, que se conhece seu autor; mas o Cristo ia além, enfatizando: “Conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres” (Jô, 8:32).

Daí a sempre atual exortação do Espírito da Verdade: “amai-vos e instruí-vos”, pois através do estudo sério e metódico, estaremos melhores preparados para evitarmos o engano e a fraude. A Doutrina Espírita é uma doutrina de conhecimento e através dela, se bem estudada e bem vivenciada, nos imunizamos contra inúmeros males, inclusive os perpetrados pelos falsos cristos e falsos profetas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário