segunda-feira, 11 de maio de 2015

''A ideia de Deus''


*Viviam, num edifício de sete andares, moradores cujos olhos jamais tinham contemplado a luz do sol, a não ser através das vidraças diversamente coloridas de cada pavimento.* 

*Encerrados nos limites de seu pequeno mundo, cada qual fazia uma ideia diferente quanto à cor da luz solar.* 

*Os moradores do primeiro pavimento diziam que era vermelha, porque vermelhos eram os vidros, através dos quais se habituaram a vê-la.*

*Os do segundo pavimento diziam, por sua vez, que era alaranjada, porque alaranjados eram os vidros pelos quais ela diariamente se filtrava.*

*Os do quarto, diziam que era verde.* 
*Os do quinto, azul.* 
*Os do sexto, anil e os do sétimo diziam que era violeta.*

*Certo dia, porém, um morador mais inteligente e indagador resolveu sair do edifício e, surpreendido com a luz do sol, que lá no alto se decompunha na policromia do arco-íris, compreendeu logo que cada morador havia apreendido somente uma parcela da verdade.*

*Tudo se passava exatamente como se cada um deles, em seu próprio pavimento, tivesse a visão limitada a uma faixa apenas, dentre as sete faixas luminosas do espectro solar.*

*A luz do sol era realmente da cor sob que cada qual a tinha visto, mas era também muito mais do que isso: era a síntese das sete cores.*

*Assim como cada morador via o Sol, assim também cada criatura humana vê Deus.*

*Situado em diferentes faixas da evolução, cada um O verá sob um aspecto diferente, segundo a diversa coloração de seu entendimento.*

*Chegará, no entanto, um dia em que a criatura transcenderá os augustos limites de seu mundo e compreenderá Deus, em sua essência, na síntese de seus atributos.*


De “O Primado do Espírito” - Rubens Costa Romanelli
Retirado do blog Irmãos Fraternos

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