domingo, 11 de outubro de 2015

O Homem Novo


Para construir um mundo novo precisamos de um homem novo. 
O mundo está cheio de erros e injustiças porque é a soma dos erros e injustiças dos homens.

Todos sabemos que temos de morrer, mas só nos preocupamos com o viver passageiro da Terra. 
Por isso, a humanidade desencarnada que nos rodeia é ainda mais sofredora e miserável que a encarnada a que pertencemos. 
“As filas de doentes que eu atendia na vida terrena — diz a mensagem de um espírito — continuam neste lado.”

Muita gente estranha que nas sessões espíritas se manifestem tantos espíritos sofredores. 

Seria de estranhar se apenas se manifestassem espíritos felizes. 
Basta olharmos ao nosso redor — e também para dentro de nós mesmos — para vermos de que barro é feita a criatura humana em nosso planeta. 
Fala-se muito em fraude e mistificação no Espiritismo, como se ambas não estivessem em toda parte, onde quer que exista uma criatura humana. 
Espíritos e médiuns que fraudam são nossos companheiros de plano evolutivo, nossos colegas de fraudes cotidianas.

O Espiritismo está na Terra, em cumprimento à promessa evangélica do Consolador, para consolar os aflitos e oferecer a verdade aos que anseiam por ela. 
Sua missão é transformar o homem para que o mundo se transforme. 
Há muita gente querendo fazer o contrário: mudar o mundo para mudar o homem.

O Espiritismo ensina que a transformação é conjunta e recíproca, mas tem de começar pelo homem.

Enquanto o homem não melhora, o mundo não se transforma. Inútil, pois, apelar para modificações superficiais. 
Temos de insistir na mudança essencial de nós mesmos.

O homem novo que nos dará um mundo novo é tão velho quanto os ensinos espirituais do mais remoto passado, renovados pelo Evangelho e revividos pelo Espiritismo.

Sem amor não há justiça e sem verdade não escaparemos à fraude, à mistificação, à mentira, à traição.

O trabalho espírita é a continuação natural e histórica do trabalho cristão que modificou o mundo antigo. 
Nossa luta é o bom combate do apóstolo Paulo: despertar as consciências e libertar o homem do egoísmo, da vaidade e da ganância.

Do livro “O Homem Novo” - Herculano Pires

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