sexta-feira, 12 de junho de 2015

''Convivendo com os mentores espirituais''



''Muitos espiritualistas têm uma visão equivocada sobre a tarefa dos nossos amigos espirituais, chamados de mentores, guias, amparadores, anjos da guarda, etc.'' 

''Tratam os benfeitores como se fossem babás ou guarda-costas particulares e acham que eles estão ao nosso dispor o tempo todo, nos acompanhando sempre que quisermos.'' 

''Será que é assim que acontece, mesmo, ou é só carência da nossa parte?''

''Allan Kardec abordou este assunto em O Livro dos Espíritos.'' 
''Na questão 491, pela tradução de Salvador Gentile (IDE), lemos: ''

“Qual é a missão do Espírito protetor? 
– A de um pai sobre seus filhos: guiar seu protegido no bom caminho, ajudá-lo com seus conselhos, consolar suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da vida.”


''É aí que temos de tomar cuidado para não interpretarmos mal.'' 

''O conceito de um Deus-pai, tão fortemente arraigado na cultura e religiosidade ocidental, também aparece na obra kardequiana, devido à influência que a moral cristã tem sobre a obra.''


''A ideia de pai, aqui, se refere ao sentimento de carinho e, ao mesmo tempo, à postura de quem tem mais experiência para nos auxiliar.''

 ''Mas, se relermos a resposta atentamente, veremos que em nenhum momento diz que a missão dos espíritos protetores é a de “fazer tudo pelo sucesso financeiro, amoroso, etc. do protegido; protegê-lo de todas as encrencas em que ele mesmo se mete; assumir a culpa pelos desequilíbrios psicoemocionais do protegido; livrá-lo dos vícios que ele mesmo faz questão de manter; dizer o que deve fazer na vida, acabando com o livre-arbítrio do protegido; fazer as escolhas que compete ao encarnado fazer, eximindo-o de toda responsabilidade e, consequentemente, de todo aprendizado; etc.” 

''É isso o que diz a questão 491?''

''Mais adiante, na questão 495, lemos:


“O Espírito protetor abandona alguma vezes seu protegido quando este é rebelde aos seus conselhos?

– ''Ele se afasta quando vê seus conselhos inúteis, e que a vontade de sofrer a influência dos Espíritos inferiores é mais forte.'' 
''Todavia, não o abandona completamente, e se faz sempre ouvir, sendo, então, o homem que fecha os ouvidos.'' 
''Ele retorna, desde que chamado. (...)”

''Como podemos ver, as escolhas – boas ou ruins – são sempre nossas.'' 
''Por mais que um guia espiritual possa te inspirar, por mais que um assediador possa te induzir ou um obsessor te prejudicar, é sempre nós que fazemos as escolhas, porque espírito algum tem poder para lhe tirar o livre-arbítrio.''

''Tem gente que se pergunta:'' 
''Por que ‘meu’ guia espiritual me deixou entrar nessa roubada...” 
''Pois é! Talvez algum benfeitor espiritual tenha tentado te inspirar; possivelmente, sua própria consciência tenha mostrado como deveria agir... mas, seus vícios, fraquezas, comodismo, vaidade, egoísmo, raiva, mágoa, etc. tenham sido mais fortes do que a voz do seu querido “anjo da guarda”.


''Lembre-se: semelhante atrai semelhante.'' 
''Se você quer tanto desfrutar a presença dos benfeitores espirituais, seja em determinados momentos do dia (ninguém está à nossa disposição o tempo todo) ou durante a emancipação da alma (viagem astral), procure estar em sintonia psicoemocional com eles.'' 
''Caso contrário, eles até poderão estar ao seu lado, mas você não perceberá a presença deles.'' 
''E isso pode ocorrer após a morte do corpo físico também.'' 
''O fato de estar desencarnado não significa que você pode interagir com seu guia espiritual, se não estiver na mesma sintonia e receptivo à presença dele.'' 




Paz e luz!

Escrito por Victor Rebelo  

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