segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

''No Céu Nos Reconheceremos''
“Aprouve a Deus santificar e salvar os homens não singularmente , sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituí-los num povo , que O conhecesse na verdade e santamente O servisse.” (Vaticano II, “Lumen Gentium” 9).
Marcados, assinalados, salvos! “Da tribo de Judá, 12.000, da tribo de Ruben, 12.000, da tribo... de Benjamim, 12.000... + uma multidão tão grande que ninguém podia contar.” (Ap. 7,5-9). Será possível que, no Céu, os da tribo de Benjamim não conheçam os da tribo de Ruben, de Judá e vice-versa? Será que a “multidão que ninguém podia contar” vai ficar no anonimato?
A Igreja Católica celebrou dia 30 de Junho a solenidade dos Santos Apóstolos São Pedro e São Paulo “unidos pela coroa do martírio”, diz o Prefácio da Missa. Chegados ao Céu eles se desuniram?
“...numa cidade de Oeste, onde ensinávamos teologia, soubemos que um pregador dissera, da cátedra da verdade, que os membros da mesma família não se reconheceriam no Céu. Entre os seus ouvintes estava um ancião que, ao ouvir isto, se afligiu muito, porque tinha perdido a sua virtuosa esposa, que sempre esperara voltar a ver junto de Deus.”
A falsa afirmação desse pregador, levou o Padre Blot, SJ, a dedicar-se profundamente a este estudo, levantando argumentos da Sagrada Escritura, dos Padres e do Magistério da Igreja, que provam, sem apelação, que “NO CÉU NOS RECONHECEREMOS”. E publicou seus estudos no opúsculo que leva, exatamente, esse lindo nome: “No Céu nos reconheceremos!”.
Bem que eu gostaria de digitar todo o livro, hoje esgotado e muito raro. Não sendo possível, apresentarei, aos poucos, seus textos e argumentos mais importantes, dando preferência aos textos dos Santos Padres e outras autoridades, do que a argumentação do autor. Sem seguir exatamente a ordem do livro, começo com Santo Agostinho:
“Conhecer-nos-emos todos no Céu. Pensais vós que me conhecereis, por me haverdes conhecido na terra, mas não conhecereis meu pai, porque nunca o vistes? Repito-vos, conhecereis todos os santos. Eles se conhecerão, não porque vejam a face uns dos outros (antes da Ressurreição da Carne), mas verão como os profetas costumam ver na terra; ou de um modo bem mais excelente. Verão divinamente, por isso que estão cheios de Deus.”
“E vós, S.Paulo e Santo Estevão, o perseguidor e a vítima, não reinais juntamente com Jesus Cristo? Aí, vede-vos ambos mutuamente, ouvis o nosso discurso; orai ambos aí, orai ambos por nós. Aquele que vos coroou a ambos, vos ouvirá também a ambos.” (Sermão 243, capítulo VI e sermão 316, capítulo V). O mesmo não se dará com Santa Maria Goretti, cujo centenário estamos festejando, reinando no Céu juntamente com seu assassino Alessandro, perdoado por ela e por Deus? E, mais ainda, estranha, mas verdadeira convivência, reunida Goretti com milhares de outras Virgens Mártires, especialmente, Inês e Cecília, e com tantas outra pecadoras arrependidas, que, tal como a Madalena, “muito foi perdoado porque muito amou”?
“As almas dos justos conhecem todos os justos, até mesmo o seu nome, a sua raça e seus merecimentos, como se tivessem vivido sempre com eles. Conhecem também todos os maus, sabendo por que falta cada um está no Inferno. Os maus conhecem os maus, e ainda conhecem os justos que vêem, a até sabem seus nomes, como o rico avarento sabia o nome de Abraão e de Lázaro.” (cf. Lc 16,20-31). (Honorius d’Autun, Elucidarium, lib. III, n° 7 e 8).
Não está escrito no Salmo 22, “preparas uma mesa para mim (no Céu) bem à vista do inimigo”? Se até o inimigo nos conhece, seremos desconhecidos para os amigos?
No meu artigo “Creio na Comunhão dos Santos”, eu escrevi:
Devem conhecer bem a parábola do pobre Lázaro e do rico epulão, (Lc 16,20-31) contada por Jesus. Jesus fala, precisamente, de uma comunicação existente entre o Céu (ainda era o "Seio de Abraão"), a terra e o próprio Inferno: O rico estando no Inferno, no meio de seus tormentos, "via" Lázaro "no seio de Abraão" e "podia" se relacionar, dialogar com o mesmo: Jesus fala mesmo de um intenso diálogo. E o rico pedia ao "pai Abraão" que Lázaro fosse comunicar aos seus irmãos que existe o Inferno mesmo; ora, a resposta foi negativa, não porque Lázaro não pudesse, de fato, se comunicar com os irmãos do condenado, e sim, porque seria, no caso, totalmente inútil: "Se não acreditam em Moisés, nem que um morto ressuscitasse eles acreditariam". Abraão diz também que é impossível transpor o abismo entre o Céu e o Inferno, mas, saber um o que passa no outro lado e até dialogar, é perfeitamente possível.
Disseram-vos que os santos (no Céu) amariam só a Deus. Ouvi a resposta do abade Marcos no seu belo livro sobre a felicidade dos santos:
“A pátria celeste é-nos incessantemente apresentada no Evangelho sob o símbolo dum reino, duma sociedade, duma família.
''COMUNIDADE PADRE FABIO DE MELLO CATANDUVA-SP''
''JAIR FERREIRA - CATANDUVA-SP''

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