Cortando o cordão umbilical: Os problemas de sua família não são seus!
A família é nosso primeiro meio social, é onde construímos e nutrimos nossas
primeiras relações e também onde iniciamos nosso desenvolvimento do Eu.
Os vínculos costumam se desenvolver de forma intensa, por vezes nos tornando
cuidadores e defensores de nossa família.
Acontece que muitas vezes esses laços se constituem de forma a não
estabelecer
limites a essas relações, tornando-as disfuncionais.
Família disfuncional? O que é? “Uma família disfuncional é aquela que
responde
as exigências internas e externas de mudança, padronizando seu
funcionamento.
Relaciona-se sempre da mesma maneira, de forma rígida não permitindo
possibilidades de alternativa. Podemos dizer que ocorre um bloqueio no
processo
de comunicação familiar”. Fonte: Boa Saúde
Em muitos casos um familiar responsabiliza-se por resoluções de problemas e
conflitos que não deveriam ser de sua preocupação. Veja alguns que estão
recentes em minha mente.
Filho que assumiu a posição de ‘chefe da casa’ após separação conturbada
dos pais.
Além de cuidar de si e de suas questões ‘adolescentes’, o filho sente-se na
obrigação de cuidar da mãe e educar o irmão mais novo;
Filho de pais que vivem em meio a separações e ameaças de divórcio.
O filho vira mecanismo de reconciliação/separação do casal, sendo peça
fundamental para que um ciclo briga-separa-volta se mantenha a todo
vapor; Filha mais velha e adulta sente-se responsável por dar suporte a sua
mãe (que criou a filha parte da infância sozinha), seja financeira ou
emocionalmente. Tornando-se refém dos problemas da mãe, que são
normalmente
resolvidos pela filha ou não resolvidos para se manter esse tipo de relação;
Irmã que sente-se responsável por cuidar dos irmãos e já na fase adulta
a continuar
resolver os conflitos e arcar com despesas financeiras dos irmãos;
Mãe que, apesar dos filhos já serem adultos e estarem casados, sente-se
responsável por conduzir a vida dos filhos e assumir despesas e responsabilidades
deles;
Ao expor os exemplos acima não me refiro a situações isoladas ou casos
específicos. Me refiro a ciclos repetitivos que adoecem as relações e
sobrepõem responsabilidades individuais, transferindo-as ao outro.
Em casos como os já citados todos têm prejuízos em suas vidas. Uma pessoa
sobrecarrega-se, outra não amadurece, mantendo uma relação imatura, sem
espaço para desenvolvimento com intuito de melhora.
Para alguns pode ser visto como prova de amor, mas não.
Amor baseia-se em troca, respeito mútuo e limites. Estipular limites sim é uma prova
de amor, amor ao outro e a si mesmo.
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