sábado, 18 de junho de 2016


                                  ''Justiça da Reencarnação''
Em que se funda o dogma da reencarnação ?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa 
sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. 

Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? 

Não são filhos de Deus todos os homens? 
Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão”.

Todos os espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la,
proporcionando-lhes as provações da vida corporal. 

Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam
fazer ou concluir numa primeira prova.

Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. 

Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma
única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade
no tratamento que a todas dispensa.

A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e afirmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. 

A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.
O homem, que tem consciência da sua inferioridade, haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. 

Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de
igualdade com os que mais fizeram do que ele. 

Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a ideia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. 

Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? 

Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.
                                                     
                                                       
                                                       Allan Kardec

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