sábado, 28 de maio de 2016

A MEDIUNIDADE É UM PRIVILÉGIO ?

"Sempre se disse que a mediunidade é um dom de Deus, uma graça, um favor divino. 
Por que, então, não é um privilégio dos homens de bem? 
E por que há criaturas indignas que a possuem no mais alto grau e a empregam no mau sentido?
- Todas as nossas faculdades são favores que devemos agradecer a Deus, pois há criaturas que não as possuem. 
Podias perguntar por que Deus concede boa visão a malfeitores, destreza aos larápios, eloquência aos que só a utilizam para o mal. 
Acontece o mesmo com a mediunidade. Criaturas indignas a possuem porque dela necessitam mais que as outras, para se melhorarem."

Bem tolo é o que assim pensar, ou ousar fazer da mediunidade objeto de suas satisfações pessoais.

A mediunidade indica, quase sempre, pesados títulos a resgatar, através das moedas do esforço e do aprimoramento colocadas a favor do próximo, quando o devedor se exime das angustiantes promissórias que o chumbam à retaguarda.

Admitir a mediunidade por outro prisma é resvalar no orgulho, tropeçar na vaidade e cair no fracasso.

É sabido que Deus fornece aos devedores valorosos empréstimos, que, aceitos e cultivados, representam a chave das algemas com as quais se imantam. 
A doença representa, não raro, a visita de Deus aos nossos sítios ou a resposta a nossos pedidos de saúde espiritual.

A dor física ou moral, criação nossa, há de sempre retornar aos nossos caminhos, no serviço de terraplenagem para rumos mais altos. 
A mediunidade representa a oportunidade santa para um acerto de contas com a vida, ocasião em que deve funcionar como um buril nas mãos hábeis do escultor.

Necessário é que se entenda que não há privilégios na lei divina. 
Recebe-se o que foi doado. 
A vida traz de volta aquilo que se lhe oferta. 
Considerar o médium como um predestinado, privilegiado ou santo, é desconsiderar a justiça divina, que pugna pela equidade.

Devemos, antes de tudo, entender o médium como aquele que tenta resgatar uma hipoteca de avultada quantia, razão pela qual necessita de apoio e compreensão. 
Tecer-lhe elogios, antecipar-lhe os primeiros lugares, buscá-lo em consultas vulgares é colocar-lhe graxa aos pés.

Diante do companheiro que usa a intermediação com o invisível, destacando os interesses mundanos ou pessoais, há de se lamentar o desvio da função, o tempo desperdiçado, o agravamento da dívida. Ninguém que mercadeje os talentos divinos fica sem a resposta da dor.

E a resposta da dor é a que todos conhecemos pelas nossas incoerências e desvios nas propriedades da alma. 
Bons e maus médiuns existem nas incontáveis atividades humanas. 
Todavia, resgata-se o mal praticado pelo bem operado, o ódio curtido pelo amor vivido, o trabalho negado pelo esforço dobrado. 
Mediunidade não é privilégio. 
Privilégio é trabalhar e sofrer por amor a Jesus Cristo, como afirma o iluminado mentor Emmanuel.

Luiz G. Pinheiro

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