quinta-feira, 14 de abril de 2016

NA LUZ DO ALÉM


 Em plena cova escura, desce a mão generosa
Do operário do pão...

Enquanto se faz ele condutor da semente, recebe sobre o rosto os borrifos do charco.

E vermes asquerosos que residem no pântano
Atiram-se-lhe aos dedos, tentando corromper-lhe
O sangue nobre e puro.

Mas, longe de temer os golpes da maldade,
enxuga, forte e humilde, os salpicos de lama...
E suando, a cantar, prossegue em seu trabalho,
Porque sabe e confia que a semente, amanhã,
Será beleza e flor, ramaria e alimento,
Para a vida abundante A estender-se na Terra...
Assim, também no mundo, se procuras plantar,
No campo da virtude, sofrerás, com certeza,
Os assédios do mal, através da calúnia,
Da miséria ou da sombra!...

O lodo não perdoa quem lhe arremessa luz
Aos abismos do seio...
Mas, se tens clara fé, na grandeza do bem, cultiva, sem cessar, a bondade fraterna e o futuro feliz,
Bendirá teu concurso, descerrando-te ao ser,
largo e lindo horizonte, em cuja glória excelsa,
encontrarás caminho, ditoso e resplendente,
para o retorno ao Lar da Alegria Sem fim...

Pelo Espírito Rodrigues de Abreu - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.
 

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