sábado, 25 de julho de 2015

Na hora da crise



Na hora da crise, emudece os lábios e ouve as vozes que falam, inarticuladas, no imo de ti mesmo. 
Perceberás, distintamente, o conflito.
É o passado que teima em ficar e o presente que anseia pelo futuro. 
É o cárcere e a libertação.
A sombra e a luz.
A dívida e a esperança.
É o que foi e o que deve ser. 
Na essência, é o mundo e o Cristo no coração. 
Grita o mundo pelo verbo dos amigos e dos adversários, na Terra e além da Terra.
Adverte o Cristo, através da responsabilidade que nos vibra na consciência.

Diz o mundo: “acomoda-te como puderes”.
Pede o Cristo: “levanta-te e anda”.

Diz o mundo: “faze o que desejas”.
Pede o Cristo: “não peques mais”.

Diz o mundo: “destrói os opositores”.
Pede o Cristo: “ama os teus inimigos”.

Diz o mundo: “renega os que te incomodem”.
Pede o Cristo: “ao que te exija mil passos, caminha com ele dois mil”.

Diz o mundo: “apega-te à posse”.
Pede o Cristo: “ao que te rogue a túnica cede também a capa”.

Diz o mundo: “fere a quem te fere”.
Pede o Cristo: “perdoa sempre”.

Diz o mundo: “descansa e goza”.
Pede o Cristo: “avança enquanto tens luz”.

Diz o mundo: “censura como quiseres”.
Pede o Cristo: “não condenes”.

Diz o mundo: “não repares os meios para alcançar os fins”.
Diz o Cristo: “serás medido pela medida que aplicares aos outros”.

Diz o mundo: “aborrece os que te aborreçam”.
Pede o Cristo: “ora pelos que te perseguem e caluniam”.

Diz o mundo: “acumula ouro e poder para que te faças temido”.
Diz o Cristo: “provavelmente nesta noite pedirão tua alma e o que amontoaste para quem será?”

Obsessão é também problema de sintonia.
O ouvido que escuta reflete a boca que fala.
O olho que algo vê assemelha-se, de algum modo, à coisa vista.

Não precisas, assim, sofrer longas hesitações nas horas de tempestade.
Se realmente procuras caminho justo, ouçamos o Cristo, e a palavra dele, por bússola infalível, traçar-nos-á rumo certo.

Emmanuel
(In: Religião dos Espíritos - Francisco Cândido Xavier)


Sempre Vivos



Ora, Deus não é de mortos, mas, sim, de vivos. Por isso, vós errais muito.”
(Jesus - Marcos 12:27)

Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quando em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra “morte” nessa ou naquela sentença de conversação usual. No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação e sim por atividade transformadora da vida.

Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte - a da consciência denegrida no mal, torturada de remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime.

É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna. Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens, é que se verificam grandes erros.

Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu e um inferno artificiais; diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam-se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.

Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro.

Na Crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.

Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos, nem adivinhos.

São irmãos que continuam na luta de aprimoramento.

Encontramos a morte tão-somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida.

Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que Nosso Pai é Deus dos vivos imortais.

Por: Emmanuel - Livro: “Pão Nosso” - Psicografia: Chico Xavier

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