quinta-feira, 9 de abril de 2015

''Os Anjos da Guarda Segundo André Luiz''

Os Espíritos tutelares encontram-se em to­das as esferas.
Os anjos da sublime vigilância, analisados em sua excelsitude divina,
 seguem-nos a
longa estrada evolutiva.
Des­velam-se por nós, dentro das Leis que nos regem, todavia, não 
podemos esquecer que nos movimen­tamos todos em círculos
multidimensionais.
A cadeia de ascensão do espírito vai da intimidade do abismo à suprema
 glória celeste.
Será justo lembrar que estamos plasmando nossa individualidade 
imperecível no espaço e no tempo, ao preço de continuadas e difíceis 
experiên­cias.
A idéia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado,
 ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não 
con­corda com a Justiça.
Que governo terrestre desta­caria um de seus ministros mais sábios e 
especia­lizados na garantia do bem de todos para colar-se, 
indefinidamente, ao destino de um só homem, qua­se sempre renitente cultor de complicados enigmas e necessitado, por isso mesmo, das mais severas lições da vida?
Porque haveria de obrigar-se um arcanjo a descer da Luz Eterna para 
seguir, passo a passo, um homem deliberadamente egoísta ou 
preguiçoso?
Tudo exige lógica, bom-senso.
Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro.
Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e,
 por isso, a antigüidade sempre admitiu a existência de anjos bons e
anjos maus.
Anjo de guarda, desde as con­cepções religiosas mais antigas, é uma 
expressão que define o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de
Deus ou pessoa que se devota infini­tamente a outra, ajudando-a e
 defendendo-a.
Em qualquer região, convivem conosco os Espíritos fa­miliares de nossa 
vida e de nossa luta.
Dos seres mais embrutecidos aos mais sublimados, temos a corrente de 
amor, cujos elos podemos simbolizar nas almas que se querem ou que se
afinam umas com as outras, dentro da infinita gradação do pro­gresso.
A família espiritual é uma constelação de Inteligências, cujos membros 
estão na Terra e nos Céus.
Aquele que já pode ver mais um pouco au­xilia a visão daquele que ainda 
se encontra em luta por desvencilhar-se da própria cegueira.
Todos nós, por mais baixo nos revelemos na escala da evolução, 
possuímos, não longe de nós, alguém que nos ama a impelir-nos para a 
elevação.
Isso pode­mos verificar nos círculos da matéria mais densa.
Temos constantemente corações que nos devotam estima e se 
consagram ao nosso bem.
De todas as afeições terrestres, salientemos, para exemplificar, a 
devoção das mães.
O espírito maternal é uma espécie de anjo ou mensageiro, embora muita 
vez circunscrito ao cárcere de férreo egoísmo, na custó­dia dos filhos.
Além das mães, cujo amor padece muitas deficiências, quando 
confrontado com os princípios essenciais da fraternidade e da justiça, 
temos
afetos e simpatias dos mais envolventes, capazes dos mais altos 
sacrifícios por nós, não obstante condicionados a objetivos por vezes 
egoís­ticos.
Não podemos olvidar, porém, que o admi­rável altruísmo de amanhã 
começa na afetividade estreita de hoje, como a árvore parte do embrião.
Todas as criaturas, individualmente, contam com louváveis devotamentos
 de entidades afins que se lhes afeiçoam.
A orfandade real não existe.
Em nome do Amor, todas as almas recebem assistên­cia onde quer que se 
encontrem.
Irmãos mais ve­lhos ajudam os mais novos.
Mestres inspiram dis­cípulos.
Pais socorrem os filhos.
Amigos ligam-se a amigos.
Companheiros auxiliam companheiros.
Isso ocorre em todos os planos da Natureza e, fatalmente, na Terra, entre
 os que ainda vivem na carne e os que já atravessaram o escuro
passadiço da morte.
Os gregos sabiam disso e recorriam aos seus gênios invisíveis.
Os romanos compreendiam essa verdade e cultuavam os numes 
domésticos.
O gênio guardião será sempre um Espírito benfazejo para o protegido, 
mas é imperioso anotar que os laços afetivos, em torno de nós, ainda se
encon­tram em marcha ascendente para mais altos níveis da vida.
Com toda a veneração que lhes devemos, importa reconhecer, nos 
Espíritos familiares que nos protegem, grandes e respeitáveis heróis do 
bem, mas ainda singularmente distanciados da an­gelitude eterna.
Naturalmente, avançam em linhas enobrecidas, em planos elevados,
 todavia, ainda sen­tem inclinações e paixões particulares, no rumo da 
universalização de sentimentos. 
Por esse mo­tivo, com muita propriedade, nas diversas escolas religiosas,
 escutamos a intuição popular asseve­rando: - “nossos anjos de guarda 
não combinam entre si”, ou, ainda, “façamos uma oração aos an­jos de 
guarda”, reconhecendo-se, instintivamente, que os gênios familiares de 
nossa intimidade ainda se encontram no campo de afinidades específicas,
 e precisam, por vezes, de apelos à natureza superior para atenderem a 
esse ou àquele gênero de serviço.

Texto retirado do livro “Entre a Terra e o Céu” (André Luiz / Chico Xavier) – Cap. 33 (Aprendizado

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