terça-feira, 31 de março de 2015

                                           ''AS TENTAÇÕES DE JESUS CRISTO E AS NOSSAS''






Irmãos amados, estamos na semana Pascal, na qual a cristandade dentro de seus preceitos dogmáticos, relembram o sofrimento de nosso mestre Jesus.


É bom lembrarmos que nós, Espíritas, temos a observância da importante missão que Jesus havia aceito para nos mostrar o caminho a se chegar ao Pai.

A Páscoa é portanto o Renascimento – a transformação através do âmago do ser humano, que acontece paulatinamente.


E embora não seja nada fácil esta Reforma Íntima. 


Vejamos o quanto Jesus, sendo Ele adiantado em estágio espiritual, enfrentou as tentações, como consta na bíblia:


Mateus – Capítulo 4
1 Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.


2 Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.


3 O tentador aproximou-se dele e disse: 


“Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”.

4 Jesus respondeu: “Está escrito: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”[13]”.


5 Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse:


6 “Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito: “ “Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra”[14]”.


7 Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: “Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus”[15]”.


8 Depois, o Diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor.


9 E lhe disse: “Tudo isto te darei, se te prostrares e me adorares”.


10 Jesus lhe disse: “Retire-se, Satanás! Pois está escrito: “Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto”[16]”.


11 Então o Diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram.


- Estudemos a luta interior que Jesus teve e repassemos para nós...


Conflitos internos = Matéria versus Espírito


Jesus, porém, lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem.


O Demônio, que simboliza aqui a ignorância do mundo, tenta fazer com que Jesus esqueça suas obrigações espirituais para preocupar-se com sua vida material. Ou seja, deixar o espírito sempre em segundo plano.


Nossa preocupação primordial é sempre cuidar dos interesses do corpo, ou seja: comer, beber, fazer sexo e descansar etc.


Deixamos de lado, então, o aculturamento, o aprendizado, o estudo, o desenvolvimento da inteligência e da moral.
Poder/orgulho versus Humildade.


Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.


Devemos nos ater as coisas do espírito, pois estaríamos com a compreensão da vida. 


E que por mais que as coisas materiais ficassem difíceis, teríamos a paciência e a fé necessárias para entender o problema e buscar a solução. 

Assim, nem só de pão, da matéria, deve viver o homem, mas principalmente da busca de seu desenvolvimento espiritual.

Servir aos interesses de Deus não é ficar orando o dia todo, nem tornar-se santo ou fanático religioso.


Servir a Deus é não ser orgulhoso a ponto de se achar o centro do universo, querendo que tudo seja para nós, da forma como queremos.


A figura dos reinos oferecidos a Jesus retrata bem o que sempre queremos: levar vantagem em tudo; ser mais que o próximo, custe o que custar.


Importante:


Adorar a Deus, portanto, significa fazer e querer para quem está ao nosso lado, o que queremos para nós mesmos.


Servir ao Diabo nada mais é do que esquecer que vivemos em sociedade, e prejudicar, com atos ou palavras, quem convive conosco.


O desejo do poder é intrínseco no homem, pois o poder desperta o orgulho, o pai de todos os problemas humanos.


Ter poder não é errado. 


Errado é fazer dele um meio de oprimir quem está abaixo de nós.

E o poder não é só material, mas pode ser moral. 


Como quando um marido oprime sua esposa devido ao poder financeiro; ou quando os pais oprimem seus filhos, esquecendo-se do diálogo; ou mesmo quando desdenhamos dos mais ignorantes, julgando-nos superiores, devido às oportunidades de aprendizado que tivemos.

Independente da situação, o poder deve ser exercido com humildade e sensatez, e isso só se consegue se o interesse do espírito estiver acima do interesse da matéria.


Irresponsabilidade versus Proteção de Deus


Respondeu-lhe Jesus: Dito está: Não tentarás o Senhor teu Deus.


Muitos de nós acreditamos que por estarmos vindo a uma casa religiosa, estamos abrindo com Deus uma barganha.


Que a partir de então, Ele tem a obrigação de nos proteger de todos os males da vida.


Deus não tem obrigação nenhuma para conosco, pois irmos a uma casa religiosa não fará bem a Deus, pois Ele é o criador, o Pai. Fará, sim, bem para nós mesmos.


Mas, por ignorância, cremos nessa proteção sem limites.


 Então, escutamos o palestrante, o padre, o pastor falarem, mas em nada modificamos nossos hábitos.

Damos comida aos necessitados, visitamos asilos e orfanatos, mas continuamos um tirano doméstico, ou um mal trabalhador, ou um patrão avarento.


Então, as dificuldades vêm em nossa existência, pois elas são sempre frutos de como agimos perante a vida.


E Deus não fará nada, porque Ele não conta com nossa colaboração.


Tentar a Deus significa isso: ver se Ele nos ajudará, mesmo que não tenhamos nos esforçado para obter essa ajuda. 


E esforço aqui não é esforço material, de aparências. Mas sim, esforço espiritual, de atitudes, de ação, de mudança interior.

Devemos ser responsáveis por nossos atos. 


E se agirmos insensatamente, mesmo que frequentemos uma casa religiosa, sofreremos as consequências.

Porém, se agirmos com boa vontade, procurando no dia de hoje sermos melhores do que fomos no dia anterior, com certeza Deus fará de sua parte, inspirando-nos o melhor caminho e dando-nos forças para vencer nossos obstáculos.


Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram! (MATEUS, cap. VII, vs. 13 e 14)


Portanto, amados irmãos. 


Esta ordenança acima descrita, nos dá perfeito prumo para que possamos nos conduzir e trilhar o bom caminho em passos firmes.

É a vitória do Bem contra o Mal.


isto tudo em nosso interior!


É uma Batalha constante, pois estamos lutando com o nosso EU. cheio de defeitos e que tenta sobrepujar-nos.


A Paz esteja em cada um de nós!

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