quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Jair Roberto Ferreira
PROPRIETÁRIO

Discussão  -  11:19
 
Lazaro
A Lei do Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito.

 Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos.

E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas.

A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais.

 Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo.

Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo.

 Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino.

 Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual.

Já não é ao suplício que ela conduz o homem: conduzi-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado.

 O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía.

 Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos.

A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria.

 Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos.

O Espírito precisa ser cultivado, como um campo.

 Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa.

 E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes.

Lázaro. (Paris, 1862.)
* * *
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
"Lazaro

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